PARAR A EXPLORAÇÃO DE CAVALOS
Por ocasião da trágica morte do cavalo que foi forçado a puxar uma carroça turística em Corfu, precisamos falar sobre o fim da escravidão de animais não humanos em geral e, especificamente, da exploração de equinos pela indústria do turismo. Em muitas ilhas, como Hydra, Egina, Santorini, Corfu, mas também onde quer que haja demanda, são instaladas carroças turísticas puxadas por cavalos, enquanto os burros assumem o papel de carregadores em ladeiras íngremes e escorregadias.
Os equinos, utilizados como escravos na Grécia desde a antiguidade, são considerados um dos primeiros animais que a espécie humana domesticou – subjugou – para transformá-los em “veículos” de suas próprias aspirações. Cavalos, burros, mulas carregavam pessoas, colheitas, materiais de construção, e eram mortos no campo de batalha como produtos dispensáveis em guerras tribais e nacionais. Este ano o exército usou cavalos como espetáculos em desfiles e o governo anunciou a criação de uma polícia montada no centro histórico de Atenas, mas por causa do ‘barulho’ e clamor geral, o governo retirou por enquanto o projeto.
Hoje, onde desapareceu esta suposta necessidade de utilização destes animais pela polícia, a indústria do turismo vem romantizar e assim perpetuar esta condição de escravatura, utilizando o animal como ícone do respectivo destino, mas também derretendo-os para transportar carroças de ferro e turistas no calor. Ao mesmo tempo, todo um circuito de transporte para o abate desses animais em outros países opera quando eles não são mais lucrativos para seus respectivos exploradores. A exploração dos animais está em plena sintonia com a realidade vivida pelos trabalhadores nos destinos turísticos onde os empregadores os tratam como máquinas substituíveis, mas também com o próprio mundo natural que é sacrificado no altar da facilitação do “desfrute do produto turístico”.
Essa prática opressiva em relação aos animais não humanos, sua normalização através da retórica de “animais de trabalho” e a indústria do turismo explorador que também esmaga as pessoas, precisa parar. Cavalos, burros, mulas, podem viver livremente na natureza como eles viveram por milhões de anos e como nos mostraram os exemplos de feralização de cavalos na Grécia continental e burros no Chipre.
ANIMAIS NÃO SÃO VEÍCULOS
LUTE PELA LIBERTAÇÃO TOTAL
Assembleia aberta contra exploração animal
agência de notícias anarquistas-ana
o rio ao lado da estrada
corre
ri à gargalhada
Eugénia Tabosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!