O que é a tal transição ecológica?
É uma mudança no modelo de produção de energia que não rompe com o crescimento capitalista, a pilhagem de recursos, a exploração neocolonial e a destruição da vida.
É a continuação do aumento geral da produção e, em particular, da produção de eletricidade. Consequentemente, a transição ecológica é sinônimo de renascimento da energia nuclear, gigantescos projetos eólicos, megaparques fotovoltaicos e a manutenção da produção de combustíveis fósseis. É também o fortalecimento do extrativismo, a abertura de novas minas, por exemplo minas de lítio para produzir milhões de baterias elétricas. Também são sempre mais infraestruturas, linhas THT [linhas de alta tensão], transformadores, cabos submarinos… Sempre mais poluição, desperdício e mortes.
É a criação de novos mercados, novas fábricas, supostos milhões de empregos e a reprodução de um sistema alienante que destrói o indivíduo. É uma transição para novas formas de exploração e a continuação da sociedade do trabalho. É sempre metrô-trabalho-sono (sim, mas sem carbono!).
É a digitalização do mundo, a perda da autonomia, a destruição da solidariedade, a vigilância em massa…
É a falsa encenação da tecnologia como solução para os problemas político-sociais, é a crença absoluta na ideologia do progresso, é ir direto para o muro (sim, mas elétrico!).
É sobretudo uma vasta manipulação política com a qual os líderes deste mundo esperam nos acalmar fazendo-nos acreditar que suas atividades agora serão “verdes” e “eco-responsáveis”.
Não queremos esta transição ou qualquer outra: queremos uma revolução. E isso requer, entre outras coisas, a destruição aqui e agora das infraestruturas do capitalismo.
É por esta razão que uma estação de carregamento de carro elétrico MobiSDEC foi sabotada no dia 7 de agosto em Caen, na Place du Parvis Notre-Dame, ao lado do Conselho Departamental e da Prefeitura de Calvados, que também são dois “parceiros” da União Departamental de Energia de Calvados (SDEC), que é responsável pela instalação e manutenção da maioria das estações de carregamento de carro elétrico do departamento.
O terminal sabotado também está a poucos passos do canteiro de obras da Place de la République, onde o prefeito Joël Bruneau e a maior incorporadora imobiliária da Normandia, SEDELKA, querem construir um “mercado gourmet” e um estacionamento subterrâneo, o que levará a aluguéis mais altos, mercantilização do espaço… Assim, como indicado em um comunicado de imprensa publicado após a sabotagem de uma estação de carregamento de carro elétrico em Caen em 17 de maio: vamos desconectar os bairros da moda! Contra seu mundo elétrico, seus projetos devastadores e esse capitalismo autoritário que está arruinando nossas vidas.
agência de notícias anarquistas-ana
Sesta no jardim:
a borboleta me acorda.
Coça o meu nariz.
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!