Na última semana, chefes de Estado dos oito países amazônicos, além de autoridades da Indonésia, da República do Congo e da República Democrática do Congo, reuniram-se na Cúpula da Amazônia, em Belém. No fim do encontro, enfatizaram, entre outras coisas, que a chamada cooperação internacional é o meio a partir do qual as mudanças climáticas devem ser enfrentadas. Criticaram medidas protecionistas por parte dos Estados europeus e clamaram por transações comerciais mais flexíveis. Também exigiram maiores “reponsabilidades” por parte dos países considerados desenvolvidos na adoção de medidas voltadas para o desenvolvimento dos chamados países do Sul. São os devotos da paz perpétua em tempos nos quais o ESG (Environmental, Social and Governance) tornou-se prática empresarial e governamental. E as violências contra as florestas persistem… Alguém entre eles e elas notou que existe povo e pobreza infinita?
Não cabe em planilhas
‘O desenvolvimento sustentável não deve carecer de crescimento econômico e modernização’, falam. Não à toa, o pastor de turno do Estado brasileiro não hesitou em declarar que a floresta deve “gerar riqueza para o povo” e em anunciar, na sexta-feira, a criação do novo PAC (Programada de Aceleração do Crescimento), cuja finalidade é modernizar as infraestruturas locais. O plano envolve múltiplos empreendimentos, como a construção de uma ferrovia no meio da Floresta Amazônica, a retomada de obras de refinarias e usinas nucleares – como a Angra 3 –, trens de alta velocidade etc. Muitos, evidentemente, são projetos cujas violências perpetradas contra outras formas de vida não podem ser medidas. São incontáveis, inquantificáveis. Afinal, a vida não cabe nas planilhas e nas estatísticas elaboradas pelos devotos do crescimento econômico, sejam eles marxistas, liberais, desenvolvimentistas ou palestrantes de cúpulas do clima. Reiteram que o acordo governamental é financista, industrial, agro filantrópico e por isso, político, estatal e compartilhado com a sociedade civil. Tudo deve estar acertado entre os participantes no governo e sem a devida ou esperada oposição convencional ou moderna, conservadora ou progressista. Porém, estipulando o devido quinhão a cada proponente de negócios.
Fonte: Flecheira Libertária, n. 729, 15 de agosto de 2023. Ano XVIl.
>> Para ler o Flecheira Libertária na íntegra, clique aqui:
https://www.nu-sol.org/wp-content/uploads/2023/08/flecheira729.pdf
agência de notícias anarquistas-ana
As folhas vermelhas
brilham num dia de sol:
o inverno se alegra.
Thiago Souza
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!