Estados Unidos, que outorga a Israel 3.800 bilhões de dólares anuais em assistência militar, está se preparando agora para enviar armamento adicional. “Como os países necessitam repor suas armas, cremos que as empresas de defesa vão se dar muito bem”, assinala Sameer Samana, estrategista sênior de mercado global do Wells Fargo Investment Institute.
Por Jessica Corbett | 10/10/2023
“A guerra é boa para os negócios”. Isso é o que disse um executivo de defesa em uma conferência sobre armas em Londres no mês passado, e o que refletiu o mercado de valores na segunda-feira, quando Israel bloqueou e bombardeou a Faixa de Gaza —atacando a principal universidade do território palestino ocupado, edifícios residenciais, um campo de refugiados e um importante hospital — em resposta ao ataque do fim de semana no qual o Hamas matou centenas de israelenses.
Estados Unidos, que já outorga a Israel 3.800 bilhões de dólares anuais em assistência militar, está se preparando agora para enviar armamento adicional e outro tipo de apoio. enquanto isso, as ações das empresas estadunidenses e europeias que ganham dinheiro com a guerra dispararam na segunda-feira.
Segundo The Wall Street Journal, companhias estadunidenses como Lockheed Martin, Northrop Grumman e RTX — anteriormente conhecida como Raytheon — se viram beneficiadas, assim como as principais empresas britânicas, francesas, alemãs e italianas.
Fox Business informou que “as ações da General Dynamics, que fabrica submarinos e veículos de combate, não aumentavam tanto desde março de 2020, quando ganharam mais de 9%”.
“O salto das ações de Lockheed Martin na segunda-feira foi o maior que se viveu nos Estados Unidos. O maior contratista de defesa superou por pouco os lucros que obteve imediatamente depois que a Rússia lançou sua invasão em grande escala da Ucrânia”, assinalou por seu lado a Forbes. “As ações de Northrop Grumman também tiveram seu melhor dia desde 2020”, apontava Barron’s, acrescentando que “em separado, a junta diretiva de Lockheed aprovou na sexta-feira a expansão do programa de recompra de ações de Lockheed em 6.000 bilhões de dólares, e a companhia aumentou seu dividendo trimestral de 3 a 3,15 dólares por ação”.
Ao comentar o derramamento de sangue em Israel e Gaza nos últimos dias, Sameer Samana, estrategista sênior de mercado global do Wells Fargo Investment Institute, disse a Market Watch que “claramente é uma enorme tragédia humana”. “Parece que estamos entrando em uma fase diferente a nível mundial com respeito à geopolítica”, acrescentava, expondo que os conflitos parecem mais prováveis hoje em comparação com as últimas décadas. “Como os países necessitam repor suas armas, cremos que as empresas de defesa se darão muito bem”, finalizava.
Apenas dois meses depois da invasão russa do ano passado, William Hartung, investigador principal do Instituto Quincy para a Arte de Governar Responsável, destacava como esses conflitos beneficiam a indústria armamentista e escrevia para Tom Dispatch que “a guerra na Ucrânia será, de fato, uma bonança para as pessoas como Raytheon e Lockheed Martin”.
“Em primeiro lugar, estarão os contratos para reabastecer armas como o míssil antiaéreo Stinger de Raytheon e o míssil antitanque Javelin produzido por Raytheon/Lockheed Martin que Washington já proporcionou milhares à Ucrânia”, explicava. “No entanto, a maior fonte de lucros virá dos aumentos assegurados gastos em segurança nacional pós-conflito aqui e na Europa, justificados, ao menos em parte, pela invasão russa e o desastre que seguiu”.
Em dezembro passado, Hartung advertia na Forbes contra o uso da guerra entre a Rússia e a Ucrânia para expandir permanentemente a indústria armamentista:
Os planos que se propuseram até agora incluem a construção de novas fábricas de armas, o aumento drástico da produção de munições, armas antitanques e outros sistemas, e facilitar a supervisão da aquisição de armas. Estas mudanças terão um custo que, com o tempo ascenderá a dezenas de milhares de milhões de dólares acima dos planos de gasto atuais, e possivelmente mais, muito mais.
Este impulso para ampliar rapidamente o tamanho e o alcance do complexo militar-industrial é desnecessário e imprudente. A pressa por fazê-lo e ao mesmo tempo reduzir as salvaguardas existentes contra o desperdício e o mal desempenho corre o risco de promover o aumento abusivo de preços e uma produção deficiente, inclusive quando imobiliza fundos que poderiam usar-se de maneira mais efetiva em outras prioridades urgentes.
Os preços do petróleo também subiram na segunda-feira em resposta à violência no Oriente Médio. Associated Press explicava que “a zona em conflito não alberga uma produção importante de petróleo, mas os temores de que os combates possam estender-se à política em torno ao mercado de cru fizeram subir o barril de petróleo estadunidense em 4,1% a 86,16 dólares. O cru Brent, o estândar internacional, subiu em 3,9% a 87,91 dólares por barril”.
Artigo publicado originalmente em Common Dreams em inglês.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
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pingos começam a molhar.
Alaor Chaves
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...
Tudo bla,bla,bla...porque não se faz um post comentado a degradação durante o bozo. 🤪🤪🤪🤦
Olá, me chamo Vitor Santos e sou tradutor. Posso traduzir do Inglês, Espanhol, Alemão, Italiano e Catalão. Inversamente, somente do…