Nós que nos concentramos nos dias 24 de cada mês nesta mesma praça para reclamar o final da guerra da Ucrânia, não podemos deixar de ter em nossa mente e nosso coração as pessoas que estes dias sofrem e morrem na Palestina.
Nos solidarizamos com todas as vítimas e familiares das pessoas, em sua maioria civis, que sofreram o ataque palestino de sete de outubro passado, e com quem nos dias de hoje permanecem sequestradas. Pedimos sua imediata libertação.
Dito isto, não podemos deixar de expressar nossa mais profunda repulsa e indignação ante a desproporcional, cruel e desumana resposta que as autoridades ultra-direitistas do estado de Israel desencadearam indiscriminadamente sobre milhões de pessoas inocentes.
O terror e a matança que contemplamos estes dias não é novo. Conhecemos suficientemente o longo histórico do estado de Israel, o qual podemos chamar criminoso com toda propriedade, que durante décadas praticou uma política expansionista e genocida sobre a população palestina. Não existe em todo Ocidente uma ação política de estado, como a que Israel vem desenvolvendo com impunidade a longos anos, que alcance tão altas cotas de desprezo e violação de todo tipo de direitos humanos, assim como de convênios e legislações internacionais a respeito.
A denúncia do estado de Israel, novamente, uma vez mais, há de ser veemente. E assim o queremos expressar hoje aqui. Mas também há que condenar o silêncio cúmplice, quando não o mais descarado dos apoios que os governos da União Europeia e Estados Unidos proporcionam à política criminosa de Israel. Por muitíssimo menos do que as autoridades belicistas e genocidas de Israel estão realizando estes dias, a Rússia sofre todo tipo de sanções – políticas, econômicas e culturais – por parte dos Estados Unidos e da União Europeia e, ademais, se vê castigada em uma guerra na qual ditos agentes armam e financiam sem cessar o seu país rival. A hipocrisia e o cinismo não podem ser maiores.
Assistimos estes dias, como também está sucedendo por causa do conflito da Ucrânia, a um incremento da censura e o controle social. É repugnante como as autoridades de nossos estados e os principais meios de comunicação de massas se esforçam em avaliar a legitimidade do Estado de Israel para cometer seus crimes em nome do que chamam “o direito à defesa”. Em países europeus vizinhos, a suposta Europa da liberdade e a democracia, ao tempo que amordaçam os meios de comunicação críticos com este estado de coisas, se detêm e encarcera pessoas pelo simples motivo de mostrar publicamente seu apoio ao povo palestino.
Queremos nos solidarizar com todas as vítimas deste longo e terrível conflito. Com as de ambos os lados, mas especialmente com os milhões de pessoas que hoje sofrem o atroz e indiscriminado bombardeio da Faixa de Gaza. Também com a população civil da Cisjordânia que, em meio da maior das impunidades, está sendo atacada e assassinada por colonos e militares israelenses fascistas a quem, apesar de sê-lo com toda propriedade, ninguém chama “terroristas”. Nos causa uma profunda vergonha a inação e indiferença da chamada “comunidade internacional”, começando por nosso próprio governo e uma grande parte da sociedade espanhola, a quem parece não importar que se esteja perpetrando este holocausto em pleno século XXI.
Por último, queremos recordar que nesta, como em toda guerra, apesar de seu caráter profundamente assimétrico e desigual, não convêm fazer leituras maniqueístas ou binárias dividindo os contendores entre “bons” e “maus”. Em ambos os lados existem perfis cruéis e desumanos, ao tempo que tanto na Palestina como entre os judeus do estado de Israel abundam os indivíduos e grupos que desejam a Paz justa e se esforçam para que se possa dar. Em Israel há numerosas pessoas cumprindo prisão por negar-se a fazer parte do exército. Também é conhecido o amplo movimento antissionista e pró palestino integrado por pessoas de religião e cultura judia, em muitas partes do mundo e também em Israel. Precisamente estes dias muitos destes judeus israelenses permanecem sob detenção ou em prisão por terem se mostrado contrários à ação bélica criminosa de seu governo.
Junto a todas estas pessoas que lutam pela paz, e junto a todas as vítimas desta guerra injusta e desigual, pedimos que cesse toda operação bélica, que cesse o genocídio, que cesse a violência, que cesse a injustiça por parte do Estado de Israel e que se abram caminhos para uma Paz justa e verdadeira.
Grupo Antimilitarista Tortuga
Elx, 24 de outubro de 2023.
Tradução > Sol de Abril
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agência de notícias anarquistas-ana
Joaninha caminha
no braço da menina.
Olhar encantado.
Renata Paccola
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!