A 4 anos da Revolta que transbordou o território com ânsias de transformação, fomos testemunhas de como o poder soube se reestruturar e penetrar novamente, introduzindo, uma vez mais, a falsa dicotomia facho-progre [fascista-progressista] como as únicas alternativas políticas negando nossa própria capacidade de nos organizarmos.
Desde a periferia sempre advertimos que o chamado “pacto pela paz” e a discussão constitucional o único que viria garantir era a continuidade do modelo neoliberal que se impulsionou em 73 por parte do imperialismo yanki, e que nem Boric nem a frente ampla nem o PC queriam realmente mudar a ordem dos ricos pois sempre se viram beneficiados deste.
Após todos estes fatos, fica mais que claro que, tal como nos 90, a alegria não chegou, nem chegará pela mão de nenhum governo e que a única via possível para recuperar nossas vidas só poderá se gestar necessariamente desde o acionar direto e autônomo, tal como nos exemplificam pu weichafe em Wallmapu, que com fúria conseguiram fazer retroceder o estado-capital de seus territórios. Consideramos uma necessidade imperativa avançar com rapidez na acumulação e coordenação de forças revolucionárias, que, desde múltiplas trincheiras e em todas as direções, se disponham de uma vez por todas a derrubar pela raiz este sistema de miséria, morte e destruição ecocida.
Com estas ações de propaganda armada coordenada queremos dar conta que a luta territorial-autônoma segue mais que presente na comuna, que a afinidade e cumplicidade anárquica não claudica ante a repressão, e que não daremos nenhum passo atrás na guerra contra o estado-capital pela defesa da terra e contra seus usurpadores. Esta ação tem como objetivo remover da letargia a que nos submete o poder mediante a imprensa e seus sistemas de coerção, sacudir a quem ficou desesperançados ante tanto fascismo que aparentemente se levanta e dizer-lhes que cá estamos, guerreando desde esta comuna, conspirando a resistência aqui e agora, coordenando-nos, conhecendo-nos, tendo como horizonte comum a queda do estado e do capitalismo que nos oprime e condena à destruição.
Abraçamos às centenas de mutilados que sobreviveram às garras do poder, a quem se encontra sequestrado nas masmorras por enfrentar este sistema miserável, a quem sofreu nas mãos dos bastardos de sempre, a quem por estas datas se disponham com bravura a atacar o poder e seus diferentes tentáculos, a quem apesar de tudo insiste em levantar a resistência desde o território, saudações fraternas e cúmplices a cada um de vocês.
Com os moradores caídos em cada gesto e memória, Emilia Baucis, Cristian Valdebenito, Julio Valencia, Dely, Francisco Martínez, J.P. Jiménez, Patricio González, Arnold Camú, Abraham Muskatblit e todos que enfrentaram a tirania do poder.
Para a organização territorial e autônoma.
Por um rio Maipo livre de extrativismo.
Pela vida que nos roubaram.
Em Wallmapu e na cidade, guerra ao estado e ao capital.
Coordenação anárquica Cristian Valdebenito.
Tradução > Sol de Abril
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!