Em 10 de novembro de 2018, no contexto da contra-manifestação antes da concentração da JUSAPOL, no final da mesma, ocorre um incidente. Na estação de metrô Urquinaona, um nazista cai da escada. Dois companheiros são convocados para uma parada de identidade, acusados de empurrar o nazista. Eles são acusados de agressão e agravante de crime de ódio. O crime de ódio foi justificado com o argumento de que se tratava de um ataque às liberdades individuais porque ele estava carregando uma bandeira espanhola. O que não é mencionado no processo policial é que o indivíduo em questão estava usando uma camiseta do Arjuna, um grupo do RAC (Rock Against Communism). A sentença final do julgamento ocorreu em 2021 e a decisão do Tribunal Provincial sobre o recurso foi enviada em outubro de 2022. A sentença, que está novamente aguardando outro recurso, resultou em uma pena de 3 anos e 9 meses de prisão e 10.000 euros em responsabilidade civil, indenização e custas judiciais, que no momento não há intenção de pagar.
Em vista desses fatos, queremos destacar os arquitetos desse processo e seu papel ao longo desses quatro anos. Em primeiro lugar, destacamos a associação da Polícia Nacional e da Guarda Civil conhecida como JUSAPOL, que após os eventos de 1º de outubro tentou glorificar a pátria e a repressão que ocorreu na Catalunha durante esses meses. Em segundo lugar, encontramos a promotoria, os Mossos d’Esquadra [polícia catalã] e o juiz do caso, que se coordenam e cooperam para criar a história e a sentença final, como partes do Estado que pune a dissidência e quer eliminar qualquer indício de luta. Toda essa história foi apoiada e disseminada pela mídia, que mais uma vez se colocou a serviço do Estado para oferecer a ele suas ferramentas de propaganda. Por fim, como testemunha, queremos destacar o papel do guarda de segurança da Prosegur que, não podendo ser um herói naquele dia, decidiu sê-lo durante o julgamento. Ele testemunhou e serviu como prova para ampliar os fatos ocorridos.
Um ponto que gostaríamos de destacar é a perseguição política que foi perpetuada durante todo o processo judicial. Casos anteriores e identificações ocorridas em manifestações anarquistas foram usados durante o julgamento para justificar a condenação, juntamente com o agravante de ódio. Algumas dessas identificações não foram feitas diretamente, mas foram obtidas por meio de gravações e outros meios. É por isso que afirmamos que nosso companheiro está sendo condenado por ser anarquista.
Queremos agradecer a todas as pessoas que estiveram presentes durante todo esse tempo, dando apoio político e emocional. A repressão é um elemento que afeta a todos nós e que devemos enfrentar coletivamente. Entendendo isso, pedimos solidariedade ativa e combativa nas ruas. Qualquer demonstração de apoio será bem-vinda e também o incentivamos a ficar atento a mais atualizações sobre o caso.
#LlibertatAbel
agência de notícias anarquistas-ana
Quero ouvir na noite
os sapos que embalarão,
eternos, meu túmulo.
Alexei Bueno
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!