Ilaria, uma anarquista e antifascista, está presa em Budapeste (Hungria) há nove meses pelos eventos que ocorreram durante o chamado “Dia de Honra”, ou seja, o encontro internacional de neonazistas do Leste Europeu realizado na capital húngara em fevereiro passado.
Em uma carta escrita aos seus advogados, Ilaria denuncia uma situação de pesadelo: detentos em uma “coleira”, a obrigação de olhar para a parede durante os intervalos nos corredores, “desnutrição”, baratas, ratos e percevejos “nas celas e corredores”, “apenas uma hora de ar por dia”. Por mais de seis meses, Ilaria ficou “impossibilitada de se comunicar com sua família”, enquanto durante o único interrogatório, que ocorreu sem um advogado, ela foi humilhada publicamente, forçada a “usar roupas sujas, maltratadas e fedorentas”. A missiva – composta de dezoito páginas escritas à mão – foi protocolada no Tribunal de Apelação de Milão pelos advogados de defesa para solicitar a não execução do mandado de prisão europeu e, portanto, a transferência para uma prisão húngara de Gabriele, o antifascista milanês preso há alguns dias e agora em prisão domiciliar.
A audiência para decidir se Gabriele deve ou não ser extraditado para a Hungria ocorrerá em 5 de dezembro, no contexto do maxi-julgamento realizado pelo judiciário húngaro contra cerca de vinte antifascistas de metade da Europa, que chegaram a Budapeste em fevereiro passado para se opor à descida continental de neonazistas para o chamado “Dia de Honra”.
Os antifascistas são acusados de lutar contra os nazistas nas ruas, causando a alguns deles ferimentos que foram considerados curados em poucos dias ou semanas. Apesar disso, eles são acusados de lesão agravada ou até mesmo de tentativa de homicídio, tanto que Ilaria recebeu uma oferta de acordo para 11 anos de prisão.
A Radio Onda d’Urto falou sobre o assunto com Eugenio Losco, advogado de Ilaria e Gabriele, e Mauro Straini Ouça ou faça o download (radiondadurto.org/wp-content/uploads/2023/11/Eugenio-Losco-Missiva-Ilaria.mp3).
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Os meus sentimentos
como origami no arame
sempre em movimento
Uhracy Faustino
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!