31/12/2023 Marcha para o CIE e Wad-Ras
-10h Novo presídio em construção na Zona Franca. Rua A/Calle, 1
-12h CIE
-22h30 Wad-Ras
13/01/2024: Marcha à Brians
-11h30 Estação Renfe Martorell
Não é novidade que os discursos e as medidas de modernização e democratização dos antigos centros penitenciários e dos novos a serem construídos, tenham se adaptado aos ciclos de mudança do modo de produção capitalista. Mas a realidade nas prisões continua tão dura como sempre. Somente em 2022, 39 prisioneiros foram encontrados mortos sob a responsabilidade das Instituições Penitenciárias. Além disso, o uso de medidas de punição, tortura e controle, como confinamento solitário, restrições mecânicas ou até mesmo o uso de sistemas de vigilância de inteligência artificial também aumentou.
No atual contexto de crise, a narrativa maliciosa do crescimento da insegurança e do crime nas ruas busca retratar, por um lado, as instituições e seus espaços de confinamento como os guardiões necessários da paz social. Por outro lado, eleva os bandidos do sistema (polícia, segurança privada, agentes penitenciários e outros órgãos repressivos) à posição de vítimas que devem gozar de maior legitimidade e impunidade para se defender. Em outras palavras, mais cassetetes, tasers, canhões de gás e horas pagas para participar de julgamentos como promotores particulares. Mas mesmo para esses indivíduos, armados com maços de chaves e com leis em vigor ou a serem elaboradas, não desejaríamos um minuto de prisão. Apenas que não mais acordem mais uma manhã ao amanhecer. Portanto, quando dizemos que a prisão é uma tortura, não dizemos isso por uma questão de circunstância. A prisão é tortura porque, independentemente de sua aparência, ela nada mais é do que o efeito de políticas que perseguem e criminalizam uma grande parte da população por meio de estruturas de opressão. A prisão é tortura porque, seja qual for a sua forma (CIE, centro de detenção juvenil, centro psiquiátrico ou outra prisão), não há reforma possível que possa encobrir seu objetivo essencial: aniquilar a vida de um ser privando-o de sua liberdade.
Mas, embora a prisão muitas vezes possa lhe custar a vida, ela nem sempre precisa ser o fim. É por isso que também estamos em frente aos muros por mais um ano, para celebrar as fugas, motins e revoltas que ocorreram e continuarão ocorrendo. Para homenagear aqueles que não estão mais aqui, mas também para dar voz às lutas contra o isolamento, a tortura e os abusos que, na tentativa de silenciar, só geraram solidariedade e cumplicidade, exacerbando o conflito e as contradições do confinamento. Seja uma realidade mais próxima ou mais distante, para um membro da família que está preso, para um companheiro que está esperando uma ordem de admissão ou para um camarada que está lutando na prisão, a questão antiprisional é uma responsabilidade coletiva da qual não podemos nos esquivar. Porque a luta para escapar do confinamento e derrubar os muros está sendo travada em todos os cantos do planeta e em todos os momentos de nosso tempo.
É por isso que, até que haja apenas um prisioneiro, não haverá liberdade e nunca nos cansaremos de gritar:
ABAIXO OS MUROS DAS PRISÕES E A SOCIEDADE QUE PRECISA DELAS
NEM CIES, NEM GRADES, NEM PRESOS E PRESAS
NEM NOVAS NEM VELHAS PRISÕES
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
O ano chega ao fim —
Capa de chuva nas costas
E sandálias nos pés.
Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!