Em 21 de janeiro de 1876 – várias fontes citam outros anos (1874 e 1878) – nasce em Novodmitrovka (Kherson, Ucrânia, Império russo) a revolucionária anarco-comunista Elka Golda Eljevna Ruvinskaia, mais conhecida como Olga Iljinicna Taratuto – ainda que usou outros pseudônimos (Babushka, Valía, Tania, D. Basistas, etc.). Era filha de uma família judia dedicada ao pequeno comércio. Depois de estudar magistério, trabalhou como professora.
Em 1895 foi detida por suas atividades políticas e em 1897 começou a fazer parte do grupo social-democrata animado pelos irmãos Abraham e Iuda Grossman, que também se tornarão anarquistas, em Iekaterinoslav (atual Dnipropetrovsk). Entre 1898 e 1901 foi membro da União de Obreiros do Sul da Rússia e do comitê local do Partido Obreiro Social-Democrata Russo (POSDR) de Elizavetgrad (atual Kirovohrad). Em 1901 foi para a Alemanha e mais tarde a Suíça, durante esta época trabalhou no jornal Iskra (La Chispa), órgão dos militantes do POSDR exilados, e conheceu Gueorgui Plejanov e Vladimir Lênin. Em 1903, durante sua estadia na Suíça, evoluiu para o anarco-comunismo.
Em 1904 regressou à Ucrânia e se uniu ao grupo anarquista “Neprimirimye” (os intransigentes) de Odessa, onde também havia seguidores do anarquista polaco Jan Waclaw Machajski (A. Wolski). Em abril de 1904 foi detida pelas autoridades czaristas, mas foi liberada meses depois por falta de provas. Uma vez livre se somou, sob o nome de Babushka, ao Grupo de Obreiros anarco-comunista de Odessa. Em outubro de 1905 foi novamente detida, mas graças à anistia política resultante da Revolução russa de 1905 foi liberada. Depois se integrou no anarco-terrorista Grupo de anarco-comunista do Sul da Rússia, que golpeava instituições imperiais e representantes da burguesia.
Em dezembro de 1905 participou no atentado no Café Libman de Odessa, detida, foi julgada e condenada a 17 anos de trabalhos forçados. Em 15 de dezembro de 1906 conseguiu fugir do cárcere de Odessa e se exilou em Genebra (Genebra, Suíça). No outono de 1907 foi para Iekaterinoslav, em Kiev e Odessa, onde participou na organização dos atentados contra os generais Alexander Kaulbars, comandante da região militar de Odessa, e Tolmachev, governador desta cidade, além da explosão dos tribunais de Odessa. Em fevereiro de 1908, quando preparava em Kiev com outros companheiros, o ataque à prisão de Lukiniovka para liberar os anarquistas presos, o grupo foi rodeado pela polícia; pode fugir, mas foi detida em Iekaterinoslav; julgada em 1909, foi sentenciada a 21 anos de trabalhos forçados.
Em março de 1917 foi liberada por causa da Revolução russa e encontrou seu filho que havia se tornado adulto. Em maio de 1918 participou nas atividades do Socorro Vermelho Político (SRP) que apoiava os revolucionários encarcerados de qualquer tendência política. Com os acontecimentos revolucionários se manteve um pouco à margem do movimento libertário, mas a repressão que exercia o governo bolchevique fez com que tomasse partido dos anarquistas e se incorporou ao jornal anarcossindicalista Golos Truda (A Voz do Trabalho) e em setembro de 1920 na Confederação Nabat. No final de setembro de 1920, com a trégua entre o governo soviético e o Exército revolucionário insurrecional da Ucrânia ( Exército Negro ) de Néstor Makhno, regressou à Ucrânia. Com cinco milhões de rublos que os comandantes maknovistas lhe entregaram à Gulyai Polé, fundou em Járkov a Cruz Negra Anarquista (CNA), que ajudava os prisioneiros e os perseguidos anarquistas. Em 26 de novembro de 1920 foi detida, com 300 companheiros, em um grande operativo repressivo governamental contra os movimentos anarquista e makhnovista que haviam se reunido em Járkov para celebrar em 1º de dezembro uma conferência anarquista. Uma vez fechado o local da CNA, em janeiro de 1921 foi transladada à prisão de Botyrki de Moscou. Foi uma das presas que teve autorização para assistir aos funerais de Piotr Kropotkin.
Em 26 de abril de 1921 foi transferida à prisão de Orlov. Durante os meses seguintes o general soviético Attorney lhe ofereceu a liberdade em troca de uma declaração pública de renúncia do pensamento anarquista, sua resposta foi somar-se a uma greve de fome com outros presos libertários que durou 11 dias. Enferma de escorbuto, perdeu todos os dentes e sua saúde se deteriorou totalmente. Em março de 1922 foi confinada em Veliki Ústiug por dois anos. Em 1924, uma vez livre, se instalou em Kiev, já em meados desse ano foi detida por difundir propaganda anarquista, mas foi liberada pouco depois. Se estabeleceu em Moscou e em 1927 participou ativamente na campanha de apoio internacional para a libertação dos anarquistas italo-americanos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti. Entre 1928 e 1929 lutou pela criação de uma organização internacional de apoio aos anarquistas encarcerados nas prisões soviéticas e por isso manteve uma extensa correspondência. Em 1929 regressou à Odessa, onde foi novamente detida por tentar organizar um grupo anarquista entre os trabalhadores ferroviários, julgada, foi condenada a dois anos de prisão. Uma vez liberada, voltou a Moscou, onde aderiu à Associação de Prisioneiros Políticos e Exilados, que lutou por conseguir, sem êxito, pensões por velhice, pobreza e doença para os antigos revolucionários. Em 1933 foi de novo detida. Em 1937 trabalhava em Moscou como obreira em uma fábrica metalúrgica.
Em 27 de novembro de 1937 Olga Taratuto foi detida pela última vez, acusada de atividades anarquistas e anti-soviéticas; julgada em 8 de fevereiro de 1938, foi condenada à morte pelo Alto Tribunal soviético e executada no mesmo dia.
Fonte: http://autogestionacrata.blogspot.com.es/2011/10/olga-taratuto.html
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Sobre o telhado
flores de castanheiro
ignoradas.
Matsuo Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!