Em 11 de fevereiro de 2014 foi fundado em Oviedo, o grupo de afinidade anarquista de Astúrias, Higino Carrocera. “Nosso campo de batalha é o antiautoritarismo em todos seus campos, portanto vamos nos pronunciar e atuar em todos os aspectos da vida em defesa do apoio mútuo. A solidariedade e dos princípios anarquistas, que assumimos. Seremos um grupo para a reflexão das ideias e sua aplicação aos problemas cotidianos”. Assim falamos em nosso primeiro escrito fundacional.
Se passaram dez anos nos quais o grupo atravessou distintas etapas, uma inicial mais ligada ao anarcossindical, mantendo sempre a autonomia, uma adesão posterior a Cruz Negra Anarquista mas sensível ao apoio à presos e uma posterior, na qual estamos imersos atualmente, dentro da FAI, federação que aceitou nossa adesão em dezembro de 2020.
Nos primeiros anos, o grupo editou o boletim periódico “Fesoria” e também criou um site que tem se mantido ativo desde então, em duas etapas diferentes. O grupo decidiu chamar-se Higino Carrocera em homenagem a um militante anarcossindicalista da CNT de la Flguera, heroi do Mazucu e lutador incansável, que morreu em Oviedo em 1938 assassinado pelos fascistas depois de ter participado das principais frentes combativas. Revolucionário, miliciano, militante destacado, Carrocera teve também um papel importante dentro da FAI asturiana e em defesa do anarquismo frente às tendências mais reformistas da organização asturiana.
Em primeiro de março publicamos nosso primeiro artigo em nossa antiga página. Esta primeira entrada era uma leitura recomendada: Nós, os anarquistas de Stuart Chrstie. Desde então até hoje, no novo site, temos publicado centenas de artigos. Declarações e manifestos.
Botamos em marcha a I Feira do Livro Anarquista, realizamos palestras por toda Espanha sobre a afinidade anarquista, celebramos os centenários de Bakunin, de Makhno, de Kropotkin, de Flores Magón, de Brassens… Trouxemos a Astúria inúmeros palestrantes do mundo ácrata, montamos exposições como a de Puig Antich. Participamos muito ativamente da luta em apoio aos presos anarquistas, especialmente do companheiro Gabriel Pombo da Silva.
Recordamos e defendemos a memória de anarquistas e faistas que nos precederam em Astúrias, entre eles de nosso grande Higino Carrocera. Lutamos em prol do anarcofeminismo de uma maneira muito ativa e estivemos entre os grupos pioneiros a se declararem abolicionistas diante do sistema prostitucional que hoje se defende em muitos âmbitos que se dizem anarquistas.
Enfim, buscamos sempre manter presente no território em que alguns de nós nascemos e outros passamos, a chama do anarquismo, para que ela possa ser conhecida pelas gerações mais jovens e também para ter nosso critério próprio e autônomo, anarquismo de síntese, frente às tendências populistas, pós modernistas, reformistas e contemporizadoras com distintos poderes, incluindo o chamado “poder popular”.
Seguimos em atividade como grupo de afinidade, com a capacidade talvez diminuída, mas sem perder o ânimo e o entusiasmo, observando um mundo que muda muito rápido, mas que mantém intactas as estruturas de poder e opressão do capitalismo e do Estado. Chegam novos tempos, complexos para a classe trabalhadora, para os oprimidos de sempre, para um planeta já tocado pela avareza de um desenvolvimentismo doentio e suicida. Enquanto tivermos forças, permaneceremos onde sempre estivemos, em defesa de um mundo mais justo, mais igualitário, mais humano, sem fronteiras… Seguiremos, na sinceridade de nosso grupo de afinidade, base de qualquer organização humana (e anarquista), lutando pelo comunismo libertário.
Saúde e por mais dez anos!
Fonte: https://higiniocarrocera.home.blog/2024/03/01/diez-anos-en-la-brecha/
Tradução > 1984
agência de notícias anarquistas-ana
foi ao toalete
e cortou os sonhos,
a gilete
Leila Míccolis
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!