Manifestação regional antifascista em Saint-Brieuc, 21/04
ANTIFASCISTAS PORQUE ANARQUISTAS!
Face à crescente influência da extrema-direita nos últimos 40 anos e às suas manifestações agressivas na Bretanha nos últimos anos, partilhamos uma necessidade urgente de responder com várias organizações políticas e indivíduos. A criação de uma “Frente Comum Antifascista” muito ampla [frontcommun22.wordpress.com] atesta isso. E embora asseguremos nosso apoio inabalável a todos aqueles que lutam contra o fascismo ou são diretamente visados por ele (pessoas negras, pessoas com deficiência, LGBTQI+, mulheres, ativistas etc.), acreditamos que a resposta deve ser radical (o que vai à raiz do problema), ou seja, libertária.
Instrumentalizando a perspectiva de uma tomada fascista do poder, um bicho-papão perfeito desde os anos Mitterrand, os próprios partidos do chamado “governo” navegam entre o autoritarismo do capital e o processo de fascização. Durante muito tempo, aproveitando-se de confusões ideológicas e de uma polícia largamente conquistada para a sua causa, a extrema-direita trocou a camisola castanha pelo fato e gravata e, atualmente, é o macronismo que paga o alfaiate. Consideramos, portanto, que a provável chegada do RN ao governo apenas “efetivará” um equilíbrio de poder que já está presente. O separatismo e as leis de imigração, a operação Wuambushu, o controle das roupas dos alunos e, mais particularmente, das alunas (seja a proibição de uns ou a obrigação de outros), o SNU, a farsa do diálogo social ou a militarização da polícia são prova disso.
Diante de uma trajetória apresentada como inevitável pela mídia, não contaremos com um chamado “obstáculo” nas próximas eleições, que cada vez alimenta a ilusão democrática sem transformar a situação, nem com a expectativa da “grande noite”, que se imobiliza diante da magnitude de um programa que nunca foi implementado. Naquela época, como agora, o nacionalismo continua sendo a base mortal do fascismo. É uma necessidade vital combatê-la, pois o horizonte está bloqueado. Ao contrário dos nossos inimigos ideológicos, reivindicamos claramente o nosso caminho político: ajuda mútua, liberdade, igualdade, federalismo, internacionalismo.
Para sair da impotência, acreditamos que devemos promover concretamente nossas práticas, nos envolver nos espaços existentes e construir novas iniciativas de emancipação que possam inscrever nossa força ao longo do tempo, por exemplo:
– Operações de assistência material para erradicar a pobreza e a exploração por conta própria, especialmente no exílio (fundos de solidariedade, cantinas, ocupações, etc.);
– Ações de luta social (dentro e fora dos sindicatos) para conquistar nossa autonomia, socializando os meios de produção e nos livrando daqueles deletérios;
– Locais de difusão e desenvolvimento da cultura e das práticas anarquistas, para dissipar confusões políticas (bibliotecas, locais de espetáculos autogeridos, pedagogia libertária, mercearias autogeridas, etc.).
Essa luta contra o fascismo é global, e não faria sentido se contentar com uma luta local. Seria inútil esperar progresso aqui se do outro lado da fronteira nossa classe social ainda é explorada. É por isso que também pedimos apoio político e material aos nossos camaradas que lutam em todo o mundo contra Estados autoritários (seja no Oriente Médio, Índia, Hungria, Argentina, Sudão…), bem como para bloquear, sabotar empresas e instituições imperialistas em nosso próprio território (arsenal, bancos, laboratório, empresa colonial…).
A ascensão do autoritarismo é um fenômeno global, portanto, há uma necessidade urgente de fortalecer o federalismo libertário na Bretanha e em todo o mundo. Não queremos pátria! Propomos, portanto, aos organizadores, coletivos e indivíduos que compartilhassem desses pontos de vista libertários que se reúnam em uma procissão rubro-negra durante a manifestação regional antifascista de 21/04 em Saint-Brieuc, em toda diversidade organizacional e tática. Será uma oportunidade para expressar nossa solidariedade contra a agressão neofascista, para ocupar as ruas e tornar visível nossa determinação em derrotar, a curto, médio e longo prazo, a onda de extrema-direita que o sistema capitalista está alimentando.
Queremos viver livres! Vamos agir para desenvolver a anarquia, e é na raiz que o fascismo será destruído!
Grupos da Federação Anarquista na Bretanha
Fonte: https://bourrasque-info.org/spip.php?article2432
agência de notícias anarquistas-ana
Para tricotar
Sento-me numa cadeira
De onde veja o relógio.
Toshiko Nishioka
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!