Saudações a todas e todos! Dá-nos muitíssimo prazer compartilhar a notícia que depois de ter sido preso político durante 50 anos, Veronza Bowers é um homem livre. Ele foi libertado em 07 de maio passado.
Injustamente encarcerado desde 15 de setembro de 1973 [por homicídio de um policial], Veronza escreveu sobre sua infância:
“Cresci no pequeno povoado de McAlister, Oklahoma, rodeado por mulheres. Meu pai esteve no exército durante 25 anos. Minha bisavó tinha sete anos quando proibiram a escravidão nos Estados Unidos. Contou-nos muitas histórias […]. Cresci em um ambiente de amor e apoio na pequena comunidade negra. Nos dias de segregação, houve uma bonita escola de ladrilho vermelho para os brancos, mas nós íamos de caminhão para o outro lado do povoado à escola para os negros chamada L’Overture. Não me inteirei de quem era Toussaint L’Overture até anos depois. Aos negros era permitido ir a só um dos três cinemas do povoado, só nos fins de semana, e tínhamos que nos sentar no balcão. Uma vez trouxeram o filme Os Dez Mandamentos e organizaram projeções especialmente para a população negra durante duas semanas, e nos permitiram sentar no piso mais abaixo. Depois, fumigaram o cinema porque havíamos estado aí. Em 1954, quando integraram as escolas alguém me chamou “nigger” pela primeira vez.”
Depois de estar na Armada uns meses, Veronza começou a conhecer os ensinamentos de Malcolm X e da Nação do Islã. “Havia mais gente que reconhecia que éramos alguém e não só o tapete do mundo”, disse. “Aprendi com Malcolm X que tínhamos que lutar por esse amanhã melhor”.
Quando escutou dos Panteras Negras em Oakland, pensou que talvez pudessem fazer algo para seu povo. Depois de conhecê-los, ajudou a organizar o ramo dos Panteras em Omaha, Nebraska, mas houve problemas. “Tão duros eram os ataques do governo contra a organização que um dos próprios organizadores era polícia”. Logo Veronza se uniu ao ramo dos Panteras em Richmond, Califórnia.
“Começamos a enfrentar os problemas nas comunidades com desjejuns grátis para crianças e outros programas. Por exemplo, protegíamos os anciãos. Se um jovem agarrava a bolsa de uma mulher idosa, tinha que devolvê-la. Logo esse jovem seria recrutado para proteger as pessoas e não a agredir. Queríamos um futuro melhor para nosso povo. Sabíamos que tínhamos que fazer algo. Eu nunca havia tido problemas com a lei antes de sair para vender o jornal dos Panteras.”
Veronza foi uma importante força pela paz em cada prisão que pisou. Dando aulas de yoga e meditação, tocando a flauta shakuhachi, e relacionando-se com a comunidade rastafári, ajudou a centenas de presos a curar-se.
Em 21 de junho de 2005, Veronza deveria ter saído sob liberdade condicional depois de cumprir 31 anos na prisão. Havia presenteado seus tênis, seus livros e outras coisas a seus companheiros presos. A festa de recepção estava planejada e seus parentes e amigos estavam a caminho desde várias partes do país. Logo chegou a notícia. Veronza não sairia.
Depois se soube que a instâncias da Ordem Fraternal de Polícia (FOP), o Procurador Federal Alberto Gonzales, havia intervido para “pedir”, quer dizer, ordenar que o Conselho de Liberdade Federal “revisasse” sua decisão. Esta é a mesma FOP que promove a campanha para assegurar que Mumia Abu-Jamal morra por encarceramento.
Seguimos exigindo liberdade para Mumia e todas e todos os presos políticos!
Fonte: https://radiozapote.org/veronza-bowers-sale-de-prision/
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
silenciosamente
uma aragem enfuna
as cortinas enluaradas
Rogério Martins
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!