“O que podemos fazer para criar o mundo em que nossos corações desejam viver?” Alguns pássaros se perguntaram isso, depois de viver uma semana exaustiva e emocionante de protestos contra a Organização Mundial do Comércio há quase 25 anos. Houve, e ainda há, tanto trabalho para fazer que a resposta se tornou cristalina: colocar nossos conhecimentos e habilidades para ajudar a construir movimentos de justiça em todo o mundo. Esse foi o início do Riseup.net.
No início a coisa era simples, hospedávamos e-mails e listas de discussão para grupos e amizades. Queríamos lutar contra o poder corporativo, não depender dele. Para isso, criamos nossos próprios serviços de comunicação autônoma, para que nossas comunidades pudessem usá-los para organizar seus protestos. Novas aves se juntaram ao nosso bando durante este tempo, trazendo suas forças individuais ao se juntarem em nossa luta coletiva.
Não éramos as únicas fazendo esse tipo de trabalho. Os coletivos de tecnologia de base estavam presentes em diferentes partes do globo com movimentos que abraçavam o belo processo de criação de poder. Tivemos conversas sobre o papel da tecnologia na construção de movimentos, sobre como a tecnologia deve ter sistemas que são baseados na proteção e satisfação das necessidades das pessoas – em vez de exploração.
A gente se juntou com garra e começamos a desenvolver um software: o Crabgrass foi a nossa escolha na tendência da “web 2.0”, um conjunto de ferramentas para ajudar grupos com suas tarefas. Começamos a hospedar os “pads”, uma ferramenta de escrita colaborativa muito fácil de usar. Tentamos, e falhamos, criar uma ferramenta criptografada de ponta a ponta usando o correio. Durante este tempo, nosso bando cresceu muito além dos limites da cidade de Seattle.
Estávamos nos perguntando, então, o que se vem a seguir? A internet mudou muito desde o início dos anos 2000. As Big Techs começaram a fornecer recursos que nunca conseguimos, mas, ao mesmo tempo, nós fornecemos o pior sonho da Big Tech — nenhum rastreamento de usuários. Os vazamentos de Snowden trouxeram um aumento de usuários e demandas para nossos sistemas. Refletindo sobre esses pedidos de apoio, começamos a focar nosso esforço na melhoria dos serviços. Habilitamos um armazenamento de correio maior que só pode ser lido com sua senha de usuário, e com a ajuda do LEAP, agora é mais fácil do que nunca usar nosso serviço VPN.
Ao longo dos últimos anos, temos lidado com dificuldades crescentes e a necessidade de entender e superar a dívida técnica que foi sendo construída ao longo do tempo. O trabalho de manutenção não é emocionante como lançar algo novo, mas precisa ser feito. Por trás das cenas, temos trabalhado sem parar para tornar nossos serviços mais confiáveis, melhorando nossa infraestrutura de correio e tornando nosso suporte ao usuário o mais útil possível. Como sempre, continuamos lutando contra spammers e tentando construir o novo mundo que nossos corações ainda exigem.
Se você puder, por favor contribua para apoiar o trabalho que o Riseup faz – https://riseup.net/pt/doacao
agência de notícias anarquistas-ana
Luz prateada de noite cheia.
Lua clareando.
Reflexo de gaivotas.
Sílvia Mera
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!