Por Tomás Ibáñez
Podemos explorar e pesquisar exaustivamente todos os arquivos, voltar no tempo o máximo possível e viajar por todos os continentes que, mesmo assim, a realidade permanece teimosa: antes de abril de 1964, nenhum A dentro de um círculo simbolizava a anarquia e o anarquismo.
Nenhum pôster, nenhuma inscrição na parede, nenhum vestígio. Mas não há mistério nessa ausência. É tão simples quanto o fato de que tal símbolo anarquista não poderia ter existido antes de ser concebido, o que ocorreu precisamente em abril de 1964.
O fato de a origem do símbolo estar bem documentada não impediu que inúmeras especulações (algumas mais fantasiosas do que outras) circulassem, mesmo dentro dos círculos anarquistas, e que fossem registradas em várias histórias libertárias que tratam do assunto. No entanto, o que estamos tratando aqui é da história de um símbolo, não de um desenho em particular, uma vez que representações da letra A rodeada por um círculo certamente existiram ao longo dos séculos, porém sem qualquer ligação com o anarquismo.
No momento da publicação deste dossiê (abril de 2024), sessenta anos se passaram desde que o “A na bola” foi apresentado publicamente como uma proposta de símbolo do anarquismo. Os documentos que atestam sua origem permanecerão vivos por muito tempo, mas a possibilidade de que seus criadores ainda possam dar seu testemunho sobre isso durante suas vidas logo desaparecerá. É por isso que não quis esperar mais tempo para compilar e divulgar este dossiê, embora Marianne Enckell e Amedeo Bertolo já tenham relatado os aspectos essenciais em um artigo de 2002 que é aqui reproduzido.
A importância de identificar a origem do A dentro de um círculo não está tanto em esclarecer exatamente onde e por quem ele foi concebido, mas em delimitar seu significado, pois isso explica sua extraordinária difusão. Tampouco se busca estabelecer uma autoria indevida, pois, embora seja verdade que o A anarquista tenha sido criado e apresentado em abril de 1964, ele só se tornou um símbolo pela ação de milhares de anarquistas em todo o mundo que o adotaram e o colocaram em diversos suportes: muros, bandeiras, faixas, publicações e até tatuagens. Assim, o A na bola provavelmente se tornou o símbolo político mais difundido no mundo, evocando direta e inequivocamente o anarquismo.
>> Para baixar o dossiê, clique aqui:
https://contradominacion.wordpress.com/wp-content/uploads/2024/04/dosier-espanol-a.pdf
Tradução > anarcademia
agência de notícias anarquistas-ana
brisa suave:
voejam borboletas
por todo jardim
Nete Brito
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!