
Sobre este número
Bem-vindo à sétima edição da “Anarchist Review of Books” (Resenha Anarquista de Livros), produzida por um coletivo com sede em Atlanta, Chicago, Exarchia, Nova Iorque, Berkeley, Richmond e Seattle.
Imprimimos este número no momento em que dezenas de milhares de pessoas estão sendo assassinados no Oriente Médio em nome do nacionalismo e do fundamentalismo. O bombardeio e o despejo de Gaza, como o bombardeio de Bagdá, como o bombardeio de Porto Rico, como o massacre de El Mozote, como o massacre de Guangxi, como o bombardeio do Camboja, como o bombardeio de Hiroshima, como o bombardeio de Dresden, como o bombardeio de Londres, como o bombardeio de Lviv, como os crematórios de Auschwitz, como o massacre na Floresta de Katyn, como a invasão do México, como o genocídio de Moriori, como o genocídio de Uyghur, como o genocídio de Burundi, como o genocídio de Ruanda, como o genocídio armênio, como a ocupação de Argel, como o estupro em massa de bengaleses, como os milhares de pogroms na Ucrânia, como a fome forçada na Irlanda, como a escravização dos negros americanos, como os genocídios indígenas, envergonharam o mundo.
O controle, o deslocamento forçado, a extração e a aniquilação são o que o Estado faz.
Toda guerra é uma guerra do Estado contra o povo, e a atual guerra em Gaza é uma nova frente nessa guerra. A agressão nacionalista nunca foi contida por leis, fronteiras ou simpatia humana. Leis, fronteiras e simpatia humana são ficções para os tiranos, regras que se aplicam somente aos subjugados.
A “Solução Final” do estado alemão nazista foi inspirada no etnolatrocínio dos povos indígenas pelos colonizadores americanos. E os sionistas buscaram a solução para sua repressão na fundação de sua própria nação, no mesmo sonho de ocupação e expansão.
À medida que essa nova frente se abre diante de nós, as palavras da artista Emily Jacir ressoam: “Não apenas tivemos que suportar esse genocídio, ser privados de espaço para velar nossos parentes, responder à propaganda estatal que nos acusa de nos matarmos, mas em meio a tudo isso ainda somos alvo das mais avançadas tecnologias e campanhas de desinformação para tentar silenciar nossas vozes”.
A cada novo ato de agressão por parte do Estado, a liberdade de expressão é restringida. No ano passado, vimos jornalistas serem alvos e executados em Gaza, na Ucrânia, na América Latina, no Haiti, na Síria e no Líbano; artistas serem censurados e rotulados de terroristas na Europa, nos EUA e na Ásia; professores de todos os temas e de todas as convicções políticas serem ameaçados de censura e perda de emprego.
Do Irã ao Camboja, ao Chile e ao Timor Leste, testemunhamos o sequestro de revoluções populares por fundamentalistas religiosos e nacionalistas autoritários, cujos primeiros atos foram prender ou assassinar anarquistas, comunistas não-estatistas, socialistas e intelectuais, e estabelecer sistemas de opressão baseados em classe, raça e gênero que reforçam seu controle.
Sempre haverá motivos para se desesperar com a crueldade do Estado. Mas não estamos sem poder. Neste momento sombrio lembramos aos nossos leitores que são as pessoas, e não seus “representantes”, que constroem a paz, a segurança, a proteção e a comunidade.
Rejeitar a guerra em Gaza desde outubro levou a manifestações maciças em todo o mundo nas embaixadas dos EUA e de Israel, à documentação de crimes de guerra e a exigências de cessar-fogo. Esses são pequenos atos de resistência, que ultrapassam fronteiras estatais, religiosas e étnicas, criando pequenos bolsões de confiança.
Em Nova Iorque e em Chicago, coletivos de ajuda mútua em toda a cidade estão fornecendo apoio, recursos e moradia para milhares de migrantes. Grupos de ajuda mútua de Vermont ao interior da Itália se uniram para ajudar as vítimas de enchentes e incêndios. A resistência ao desmatamento e a expansão do treinamento policial galvanizaram os jovens no sul dos Estados Unidos.
As ocupas gregas que fornecem alimentos, programas de refeições e bibliotecas para a comunidade, que foram despejadas no verão passado pelo Estado, foram reocupadas neste inverno com o apoio maciço de vizinhos e companheiros.
Se o que você quer é paz, segurança, proteção e comunidade, não há outra bandeira a ser agitada senão a bandeira negra.
Neste número, lhes trazemos informes de Atlanta, Exarchia, e Emilia-Romagna; os Mad Housers expõem seus planos, Mattilda Bernstein Sycamore aborda a arte, Ashlyn Mooney analisa as fotografias sinceras de Bev Grant, Panagiotis Kechagias faz um balanço, Shellyne Rodriguez fala sobre assimilação e sobre o 50º aniversário do Hip Hop, e Cara Hoffman conversa com Peter Werbe. Tudo isso e a arte de Chitra Ghanesh, Médar de la Cruz, Jenny Polak, Sameena Sitabkhan, Ellen Lesperance, Dianna Settles, N. Masani Landfair, e ZOLA.
Todo poder às pessoas
Por uma solução sem Estados
TODO PODER À IMAGINAÇÃO
Cara Hoffman, Janeiro de 2024
anarchistreviewofbooks.org
Tradução > anarcademia
agência de notícias anarquistas-ana
De flor em flor.
Cada abelha levando
recados de amor.
Cumbuka
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!
Não entendi uma coisa: hoje ele tá preso?