A Federação Anarquista, reunida em Congresso, condena a intervenção policial e militar do Estado francês na Nova Caledônia/Kanaky aliada à violência assassina das milícias supremacistas. Isso prova mais uma vez que o Estado continua prisioneiro das práticas coloniais e conhece apenas a repressão para resolver conflitos importantes. Anarquistas, levamos nossa solidariedade ao povo em luta em Kanaky.
Este território abriga populações de várias origens:
Kanaks, Caldoches (descendentes de ex-condenados e primeiros colonos), trabalhadores e trabalhadoras vindos da França metropolitana, do sudeste da Ásia e das ilhas do Pacífico. A revolta atual afeta principalmente a grande Nouméa urbana, e é a expressão de uma demanda social (especialmente entre os mais jovens) tanto quanto uma demanda política/independentista.
O Estado nunca teve, tem mesmo, a vontade sincera de descolonizar a Nova Caledônia/Kanaky?
A tônica nas questões relacionadas com os referendos sobre a autodeterminação e a reabertura do eleitorado não deve obscurecer as verdadeiras questões:
A distribuição desigual da riqueza da ilha. A mineração (níquel) e o desenvolvimento econômico da ilha beneficiam todos igualmente, quando sabemos que 36% dos menores de 25 anos estão desempregados?
Na sua diversidade, as populações têm as mesmas aspirações em matéria de independência?
Devemos apoiar incondicionalmente uma luta de libertação nacional?
Como anarquistas, pensamos, pelo contrário, que devemos escolher o caminho mais difícil, mas que esteja mais de acordo com os nossos princípios, e com os interesses do povo, o de uma autêntica revolução social, em Kanaky como em qualquer outro lugar, para vivermos juntos harmoniosamente em um território independente, sem exploração ou dominação.
Moção aprovada no 82º congresso da Federação Anarquista, reunido em Merlieux (02) nos dias 18, 19 e 20 de maio de 2024
federation-anarchiste.org
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!