[Espanha] “As Sem Mestres. Escritoras esquecidas e silenciadas dos anos trinta”, de Antonio Orihuela

A cultura anarquista construiu, desde o começo do século XX até a Guerra Civil, um relato emancipador sustentado por um movimento social de uma amplitude que hoje nos parece quase inverossímil.

Sua potência transformadora se enraizava nas relações com o escrito e o publicado, o que possibilitou a produção cultural de grupos tradicionalmente excluídos destes meios.

Não foram poucas a mulheres, muitas delas jovens, autodidatas e com ofícios agrícolas ou industriais, que participaram na produção de uma literatura social-revolucionária, que alcançou êxitos inusitados de distribuição e vendas as mãos editoras pequenas, quase marginais.

Neste ensaio nos centramos nas autoras que publicaram na coleção La Novela Ideal, da editora anarquista La Revista Blanca. Tratava-se de folhetins de 32 páginas com novelas curtas vendidas a preços acessíveis ao bolso dos trabalhadores e com tiragens superiores a 10.000 exemplares. Entre 1925 e 1938 surgiram mais de meio milhão de títulos, em muitos casos, reeditados, que demonstram uma vitalidade e força que contrastava com o silêncio com o qual aquela experiência se deparou, o cruel e persistente silêncio franquista.

Frente uma historiografia oficial baseada nas cômodas ideias de gerações burguesas e feminismos pacificados, esta obra rende homenagem as autoras que, através de seus escritos em La Novela Ideal, defenderam, desde abaixo, a possibilidade de outras vidas, a potência da escrita para gerá-las e a intervenção não delegada no político através da cultura.

Las sin Amo. Escritoras olvidadas y silenciadas de los años treinta

Autor: Antonio Orihuela

Editorial:

La Oveja Roja

Número de páginas: 470

Ano: 2024

PVP: 20,00 euros (IVA incluído)

laovejaroja.es

Tradução > 1984

agência de notícias anarquistas-ana

Venta. Folhas correm.
Fico preocupado e penso
na volta pra casa.

Thiago Souza