Rejeitemos essa farsa democrática, que pretende nos fazer acreditar que o Estado é a solução para nossos problemas, quando na verdade ele é o problema a ser destruído!
Rejeitemos o nacionalismo de extrema direita e o nacionalismo de esquerda.
Vamos rejeitar essas eleições. Vamos atacá-las.
Reunião na terça-feira, 18 de junho, às 18h30, no l’impasse
Milhares de nós saímos às ruas de Toulouse na segunda-feira, 10 de junho, gritando nosso ódio “ao Estado, à polícia e aos fascistas”, parando no gás e confrontando a polícia, alguns de nós atacando símbolos do poder.
Enquanto isso, outros querem nos fazer acreditar que votar é lutar, e eles têm nos contado a mesma velha história há mais de 20 anos: vote no bloco de centro (esquerda ou direita) ou a extrema direita estará no poder. Como seus antecessores, Macron também usa essa estratégia.
Uma vez no poder, esses blocos nunca deixaram de adotar as medidas e ideias da extrema direita. Tanto é assim que, em muitas questões, Macron adotou claramente o estilo de Le Pen. Essa é, obviamente, uma estratégia eleitoral com uma ideia maluca: conquistaremos seus eleitores implementando o programa da extrema direita. É claro que o efeito é o oposto: a aplicação do programa da extrema direita legitima suas propostas, banaliza sua retórica e abre caminho para sua ascensão ao poder.
Mas não podemos nos esquecer de que essa não é uma situação nacional, mas sim global.
A situação está se endurecendo em todo o mundo: as potências estão se entrincheirando por trás de políticas autoritárias que aumentam drasticamente o nível de exploração (cortes de salários, desemprego, pensões, benefícios de saúde, aumentos de preços etc.), dilacerando o planeta, enquanto aumentam o nível de repressão aos movimentos sociais e às lutas locais. Tudo isso enquanto renegociam os termos de sua competição global por meio de guerras.
Nesse contexto, o nacionalismo, o patriotismo, a repressão das lutas sociais e da crítica radical são uma necessidade para os Estados, e a ascensão da extrema direita é uma consequência óbvia. Ele é liderado e incentivado por um número cada vez maior de burguesias nacionais em todo o mundo (EUA, Brasil, Índia, Itália, Hungria…).
Mas a proposta da Frente Popular também é uma proposta nacionalista. As soluções propostas pela esquerda são sempre soluções que envolvem o Estado, ou seja, a nação. É por isso que ela sempre nos leva a ficar dentro de nossas fronteiras, como todas as butiques políticas. É por isso que o PS está claramente indo para a guerra, enquanto o LFI se gaba da posição excepcional da França no cenário internacional como uma potência nuclear. Sem mencionar o fato de que essas diferentes tendências participam, em todo o mundo, sempre que estão no poder, da realização das políticas exigidas pelo capital. Os gregos pagaram o preço com o Syriza. Mas não devemos nos esquecer de que foi o PS que aprovou a Lei Trabalhista e a criação de prisões para estrangeiros (CRA). E com seus apelos por calma nas manifestações, nós é que fomos prejudicados.
A mesma esquerda que agora está tentando nos vender um futuro melhor e antifascista é a mesma que amanhã imporá a austeridade necessária para o esforço de guerra e defenderá os interesses do Estado francês, que ela representará.
Por outro lado, há outra perspectiva: a da autonomia e da revolução! Pois é atacando o Estado e suas estruturas, e as condições de merda que o capitalismo nos reserva, que poderemos nos opor concretamente a ele, explodindo as fronteiras e o nacionalismo que as acompanha!
Então, juntos, vamos rejeitar essa farsa democrática que tenta nos fazer acreditar que o Estado é a solução para nossos problemas, quando na verdade ele é o problema a ser destruído! Vamos rejeitar essa feira política que é uma farsa diante da situação. Rejeitemos esse mandato para nos sentirmos culpados por não votar. Agora mesmo: vamos rejeitar o nacionalismo de extrema direita e o nacionalismo de esquerda. Vamos rejeitar essas eleições. Vamos atacá-las. Vamos nos organizar contra o Estado, em todas as suas formas e em todos os seus disfarces.
É por isso que propomos nos reunir na terça-feira, 18 de junho, às 18h30, no l’impasse (l’impasse lapujade, bairro de Bonnefoy) para ver como podemos nos organizar contra esse contexto eleitoral.
Contra as eleições e as nações: revolução!
Assembleia de Ação Autônoma
Fonte: https://www.autistici.org/tridnivalka/france-laissons-leur-les-urnes-prenons-la-rue/
agência de notícias anarquistas-ana
sob a janela
o gato prepara o salto
como sempre faz
Fred Schofield
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!