A plataforma Libertad 6 de Zaragoza, organizadora da manifestação, fala de “presos políticos” porque o único fato comprovado é a participação deles em uma manifestação contra a extrema-direita. Ela também aponta o Governo de coalizão como responsável da permanência em prisão. Mais de 1.500 pessoas atenderam ao chamado e marcharam pelo centro da capital aragonesa.
No dia (14/06) em que se completaram dois meses desde que as quatro pessoas condenadas pela Suprema Corte no caso “Os 6 de Zaragoza” foram para a prisão, a plataforma Libertad 6 de Zaragoza realizou uma manifestação nas ruas de Zaragoza para exigir a libertação imediata dos presos. A manifestação, que começou às 19 horas na Plaza de España e seguiu ao longo do Coso até a Plaza de la Madalena, contou com a participação de mais de 1.500 pessoas que constantemente entoavam slogans pelo indulto dos réus e contra a Lei da Mordaça.
Até o momento, a plataforma não recebeu nenhuma informação sobre o status do processo de indulto, que eles solicitaram formalmente em 2 de abril ao Ministério do Interior, acompanhado de mais de 10.000 assinaturas de apoio de organizações e indivíduos. É por essa razão que eles apontam o Governo de coalizão espanhol como responsável por cada dia de prisão dos acusados, pois está em suas mãos a medida do indulto e a liberdade dos jovens zaragozanos.
No final da manifestação, no bairro de La Madalena – onde a Semana Cultural foi iniciada com o slogan “Ame o bairro, odeie o fascismo” – as famílias dos seis de Zaragoza leram suas cartas da prisão, nas quais expressaram sua gratidão pelas muitas expressões de solidariedade recebidas e os incentivaram a continuar divulgando o caso e a pressionar de todas os âmbitos para conseguir sua libertação da prisão o mais rápido possível. Além disso, a plataforma lembrou que a arrecadação de fundos econômicos para fazer frente aos altos valores de multas e custas judiciais, que já arrecadou mais de 63.000 euros, ainda está ativa. Eles acrescentaram a importância de “continuar a mobilização porque ela dá frutos, como demonstrado pela paralisação das admissões nas prisões em outros casos de repressão”, bem como a necessidade de revogar a Lei da Mordaça e realizar uma reforma não punitiva do código penal.
Também foi lida uma mensagem da CNT Xixón, que está no meio dos procedimentos judiciais no caso da confeitaria “La Suiza”, na qual as sindicalistas estão sendo julgadas por fazerem seu trabalho. Outra mensagem foi do grupo de apoio dos 14 “Encausados de Pego”, que na quinta-feira anunciou publicamente que, após meses de mobilização popular, chegou a um acordo para que eles não tenham que cumprir penas de prisão, apesar dos altos números que foram inicialmente mencionados. Em seguida, houve uma intervenção de Antonio, pai de Adri, de Barcelona, que foi acusado em outro caso de repressão. Por fim, os representantes da campanha “Saúde e Liberdade” leram um comunicado com uma visão abolicionista e antipunitivista das prisões, no qual indicavam que “não devemos nos esquecer da saúde dos presos e, por isso, exigimos, entre outras coisas, a transferência das responsabilidades de saúde das prisões do Ministério do Interior para o Serviço de Saúde de Aragão”.
A sentença imposta aos quatro jovens presos da seis de Zaragoza é de quatro anos e nove meses de prisão por terem se manifestado em janeiro de 2019 em frente a um comício do Vox [partido de extrema-direita]. Uma sentença, sem mais provas do que o testemunho contraditório da polícia durante o processo judicial, que vem depois de cinco anos de processos judiciais que culminaram com a condenação da Suprema Corte e que gerou milhares de expressões de solidariedade na forma de assinaturas em apoio ao indulto, contribuições financeiras, mensagens em redes sociais e participação em manifestações e comícios em todo o estado.
Tudo sobre a campanha pela liberdade dos seis de Zaragoza. Mais informações sobre a plataforma e o caso em libertad6dezaragoza.info.
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