Perdemos neste dia 28 de junho de 2024 o querido Alexandre de Sant’Anna, o alegre e inesquecível LECO, meu amigo-irmão de 53 anos de convívio. Um grande cara que era divertido, inteligente e solidário, foi um militante libertário, tendo participado e editado o jornal Inimigo do Rei, o principal jornal anarquista do Brasil no pós-ditadura nos anos 1980.
Era técnico em aerofotogrametria (de que muito se orgulhava) e também engenheiro, mas antes de tudo era engenhoso, tinha uma vasta cultura e foi um professor de primeira.
A tristeza é imensurável. Nossas reuniões e festas entre amigos ficarão empobrecidas pela falta de seu humor ácido, sutil e criativo.
Nos conhecemos em 1971 no Colégio Piratininga no bairro de Santa Cecília na capital de São Paulo, eu tinha 17, ele 18 e o Black (José Weliton), nosso grande amigo-irmão baiano, 19.
Nos descobrimos e nos construímos juntos. Ele e eu fomos da primeira turma do Curso Técnico de Aerofotogrametria, fizemos vestibular juntos, ele foi para a Engenharia da FAAP e eu para a Matemática do IME-USP, ele preferia frequentar as festas da USP, tanto é que se apaixonou por uma caloura do IME (a Valéria) e se casou com ela, tiveram um filho (o Pedro) e vieram a morar no mesmo endereço que eu no bairro do Caxingui perto da USP, vivíamos em casas separadas e partilhávamos o mesmo quintal. Depois ele se separou, se apaixonou novamente (pela Simone) e como produto de seu amor geraram o Guilherme.
Todos os que o conheceram o amavam e estão tristíssimos e enlutados. Qualquer manifestação de lembrança, homenagem e carinho em relação ao Leco será sempre incompleta, pois ele viveu uma vida bem vivida e dividiu com a gente suas alegrias.
Nos próximos dias seus amigos mais próximos vão se “encontrar” com o Leco no Bar Valadares, tradicional do bairro da Lapa, onde ele terá direito a uma cadeira vazia, quiçá com alguns presentes e a possibilidade de a gente derrubar um gole para o santo que era ele mesmo.
Uma última palavra (não autorizada, ainda) vem de nosso amigo e poeta Cacildo Marques “Nossa vitória é o espaço que guardamos em cada memória”, pena que vocês não ouviram a música ao vivo e a cores. O Leco adorava a arte do Cacildo.
É isso aí Leco, estamos cuidando de substituir a tristeza por sua falta pelo preenchimento com nossas lembranças afetivas de você. Daqui em diante só alegria por meio de nossa memória.
Aquele abraço
Fitti.
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!