Sindicatos e coletivos denunciam que a sentença de três anos e meio para as 6 de La Suiza “abre uma porta perigosa para que o sindicalismo seja perseguido em toda a Espanha”.
Por Laura Fontalba | 03/07/2024
Após a sentença da Suprema Corte que ratifica a sentença de três anos e meio de prisão para as 6 de La Suiza, sindicatos e coletivos sociais se reuniram para reafirmar que “fazer sindicalismo não é crime”.
Em 24 de junho, a Suprema Corte ratificou que as seis sindicalistas, que participaram de concentrações entre maio e setembro de 2017 em frente à confeitaria La Suiza, serão condenadas a três anos e meio de prisão e a uma indenização de 125.428 euros ao empregador por um crime de “coação grave” e outro “contra a administração da justiça”. Uma condenação que, conforme denunciaram coletivos e sindicatos, “abre uma porta perigosa para que o sindicalismo seja perseguido em toda a Espanha”.
Desde coletivos e sindicatos explicaram que “manifestar-se na rua, distribuir panfletos e compartilhar slogans com um megafone” são comuns em qualquer ação sindical. No entanto, nessa ocasião, elas acabaram se tornando motivo de “repressão” pelo Tribunal Penal de Xixón, sob a justificativa de que a confeitaria “acabou fechando devido à inferência desses protestos”. Esse argumento foi endossado primeiro pelo Tribunal Provincial e agora pela Suprema Corte.
A situação despertou a preocupação de sindicatos e coletivos que consideram essa decisão muito “séria” porque, a partir de agora, “qualquer pessoa que se manifeste contra uma empresa pode se encontrar na mesma situação”; além do fato de que ela lança dúvidas sobre se o “sindicalismo” pode ser um crime. “Desde o início do conflito, todos os sindicatos da CNT e outras organizações amigas se envolveram em uma campanha de solidariedade com as 6 de La Suiza”, lembraram, dando como exemplo a manifestação massiva que percorreu o centro de Madri em 2022, Xixón em junho; ou, recentemente, na última terça-feira, 19 de junho, Madri, nos portões do Supremo Tribunal.
“Essa solidariedade não termina aí”, acrescentaram. É por isso que, nesta manhã, sindicatos e coletivos fizeram um novo apelo à solidariedade e à participação na manifestação que ocorrerá neste sábado, dia 6, em Bilbao. A manifestação terá início às 12h em frente ao Teatro Arriaga, em solidariedade com as seis sindicalistas condenadas, para reafirmar que não se pode permitir que a violação dos direitos fundamentais da classe trabalhadora – direito de reunião, expressão e liberdade sindical – continue.
Assinado: CNT, CGT, LAB, ESK, ELA, BATU, Argitan, Berri Otxoak, Barakaldo Naturala, Movimento de Pensionistas de Barakaldo, La Kelo Gaztetxea, Ezkerraldea Antifaxista, Sare Antifaxista, Red Apoyo Mutuo “Lagun”, Ezkerraldea Anarkista.
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!