Organizado pelo Instituto Manuel de Falla de Puerto Real, com o qual colaboramos em várias ocasiões, ambos relacionados com a Memória Histórica, na quinta-feira, 18 de julho, realizaram dois significativos atos de evocação. O primeiro consistiu em um roteiro, para explicar e divulgar os fatos de alguns lugares do povoado que foram representativos do ocorrido naquele fatídico dia; como a prefeitura e o Comando Militar, as Igrejas, ou a praça onde estava a Prisão Municipal. O segundo realizado no Centro Cultural Municipal foi uma obra de teatro realizada de forma maravilhosa e emocionante pelos jovens do Instituto, dos quais, três deles, são descendentes diretos de perseguidos e assassinados. Ali denunciaram com grande conhecimento dos fatos históricos, o terror imposto pelos fascistas e militares. Um povoado onde mais de oitenta por cento dos perseguidos eram obreiros filiados e militantes da CNT-AIT. Seus familiares eram:
Gaspar Morales Peña, nascido em 1895 em Vejer. De profissão agricultor, militava na CNT desde 1912. Com tão somente 17 anos, já foi eleito Vogal da Sociedade de Viticultores e Similares “A Defensora” da que foi um de seus fundadores. Em 1932, ocupou a Secretaria do Sindicato de Agricultores e Viticultores pertencente ao Sindicato de Ofícios Vários da Confederação Nacional do Trabalho, até seu assassinato em setembro de 1936. Foi um dos organizadores da defesa de Puerto Real, estabelecendo as barricadas na entrada do município desde San Fernando.
Rosa Cuenca Gómez, nascida em Puerto Real em 11 de abril de 1887. Gestionava um posto na plaza de Abastos e pertencia ao Sindicato de Mulheres da CNT. O promotor do PSU-272/37 a acusou de alentar e participar na resistência ao golpe em julho de 1936 e pediu pena de morte para ela. Finalmente foi condenada a 20 anos de prisão. Seu filho, José Rueda Cuenca, e dois sobrinhos, Manuel Rodríguez Cuenca e José Puente Cuenca, foram assassinados pelos golpistas.
Rosario Prado Gutiérrez, nascida em Puerto Real em agosto de 1919. Filiada ao sindicato de Mulheres da CNT, o promotor do PSU-272/37 a acusou de participar na resistência em julho de 1936 e do saque da casa do cura, mas por ser menor de idade, ainda que maior de 16 anos, lhe pediram 12 anos de prisão aos quais foi condenada. Detida em setembro de 1937, esteve cumprindo pena na Prisão de Mulheres de Girona, onde faleceu em 1º de agosto de 1942 aos 23 anos.
As fotos se correspondem: A primeira mostra uma militante do Sindicato das Mulheres da CNT, agitando a bandeira e conclamando os trabalhadores a defender a cidade contra os golpistas; a segunda, o sobrinho-neto de Gaspar Morales dando vida ao seu bisavô; a próxima, à esquerda, um soldado prendendo e insultando a bisneta de Rosa Cuenca Gómez, que interpreta sua bisavó, e a bisneta de Rosario Prado Gutiérrez, que também interpreta sua bisavó, sendo presa e insultada pelo mesmo soldado. As imagens abaixo são do percurso: uma na Igreja Prioral e a outra onde ficava a Prisão Municipal.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
passeio campestre —
no vestido e nas sandálias
o aroma do mato
Leonilda Alfarrobinha
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!