Um breve relato da vida de Gaetano Bresci, que em 1900 assassinou o rei Umberto I da Itália em resposta a um massacre de trabalhadores em Milão.
Por Sam Lowry
Gaetano Bresci nasceu em 11 de novembro de 1869 em Coiano, um pequeno vilarejo na comuna de Prato, na Toscana, região central da Itália. Seus pais o mandaram para o trabalho ainda jovem, durante o qual ele trabalhou como tecelão de seda, profissão que manteve por toda a vida.
Em uma época em que as ideias anarquistas estavam começando a se espalhar pela Itália, com a Toscana em particular se tornando um reduto de atividades radicais, Bresci se envolveu em um grupo anarquista. Pouco se sabe sobre as atividades do grupo, mas está claro que Bresci cumpriu uma curta sentença na prisão por estar envolvido em um “distúrbio anarquista”.
Após sua libertação, Bresci emigrou para os Estados Unidos, morando primeiro em New Hoboken, onde se casou com uma imigrante irlandesa em 1897. Ele e a esposa se mudaram logo depois, estabelecendo-se na grande cidade industrial de Paterson, Nova Jersey, onde começou a trabalhar como tecelão em uma das inúmeras fábricas da cidade, com um salário de US$ 15 por semana.
Envolvendo-se em um grupo anarquista local, Bresci e seus companheiros começaram a apresentar as ideias anarquistas para a considerável população de imigrantes italianos em Paterson, acabando por criar um jornal, La Questione Social. Ganhando reputação como um propagandista habilidoso, Bresci tornou-se um dos principais colaboradores do jornal, dedicando grande parte de seu tempo livre a escrever e a se organizar entre os trabalhadores imigrantes das fábricas.
Ao ouvir e relatar notícias do movimento trabalhista e anarquista internacional no La Questione Social, Bresci estava bem ciente da situação política e social cada vez mais instável na Itália. Em 1898, ele recebeu a notícia de um evento em sua terra natal que mudaria sua vida para sempre. Após uma prolongada campanha de greves e manifestações em toda a Itália para protestar contra o aumento do custo de vida, uma manifestação em massa de trabalhadores foi realizada nas ruas de Milão em 6 de maio de 1898. A marcha se tornou cada vez mais violenta e, temendo um ataque ao Palácio Real, as tropas receberam ordens para atirar na multidão. Os tiroteios, conhecidos como o massacre de Bava-Beccaris em homenagem ao general que ordenou o ataque, deixaram centenas de mortos.
Desejoso de vingar os trabalhadores que haviam sido mortos nas ruas de Milão naquele dia, Bresci começou a planejar um assassinato que atingiria os mais altos escalões da ordem social italiana. Inesperadamente, em maio de 1900, Bresci se aproximou de seus companheiros do La Questione Social e exigiu a devolução de um empréstimo de US$ 150 que havia sido usado para fundar o jornal. Sem oferecer nenhuma explicação para suas ações e deixando seus companheiros profundamente amargurados com ele, Bresci deixou os Estados Unidos em 17 de maio de 1900 com a intenção de assassinar o rei Umberto I da Itália.
Dois meses depois, Bresci foi para a pequena cidade de Monza, cerca de 16 quilômetros ao norte de Milão. A cidade era o local de uma das vilas reais do rei, na qual ele ficaria hospedado por várias semanas. Foi lá que Bresci cometeu seu atentado. Na noite de 29 de julho, enquanto o rei distribuía prêmios aos atletas após um evento esportivo, Bresci saiu do meio da multidão e disparou três vezes contra o rei, matando-o quase que imediatamente.
Representado pelo famoso advogado anarquista Francesco Saverio Merlino, Bresci foi julgado em Milão e, em 29 de agosto, foi condenado a trabalhos forçados em Santo Stefano, a ilha-prisão famosa por seus muitos prisioneiros anarquistas e socialistas. Ele não ficaria por muito tempo. Menos de um ano depois, foi encontrado enforcado em sua cela e seu corpo foi jogado no mar pelos guardas da prisão logo em seguida. Embora o suicídio tenha sido apresentado como a explicação oficial para sua morte, isso foi amplamente contestado na época e agora parece mais provável que ele tenha sido morto por seus guardas.
Os relatos sobre a vida de Bresci nos dizem que ele era um homem sensível, altamente suscetível às injustiças cometidas contra os trabalhadores. Foram essas características que o levaram a dar sua vida por uma ação que, segundo ele, aumentaria a consciência social da classe trabalhadora italiana e aceleraria o caminho para a revolução.
Fonte: https://libcom.org/article/bresci-gaetano-1869-1901
Tradução > Contrafatual
agência de notícias anarquistas-ana
Ipê roxo
desmente sozinho
o mês de agosto
Norma Shirakura
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!