sobre o que falam na américa latina
As eleições no país que conta com as maiores reservas de petróleo do planeta, mais uma vez, despertaram a atenção dos rebanhos de seus respectivos pastores no Brasil, assim como em outras localidades da América Latina. Os adoradores dos caudilhos cuja retórica é apenas uma caricatura do velho caudilhismo latino-americano reiteravam e reiteram que se trata de uma luta contra o imperialismo, retomando o velhaco mantra do século XX. Falam que, caso seja necessário, é preciso reprimir, prender, calar. Enfim, além de adoradores de caudilhos, são também entusiastas das prisões, da polícia, das Forças Armadas, sobretudo nos casos nos quais a nomenclatura remeta a um prócer qualquer. Mobilizam-se conforme sua fé e a sua fé na política, embora, nesse caso, com um palavrório um tanto quanto envergonhado.
negócios na américa latina
Em meio às violências perpetradas pelo Estado venezuelano contra os que saíram às ruas ao longo dos anos – e que não se restringem aos apoiadores da oposição – e os mesquinhos interesses políticos dos chamados antichavistas, Estados e a coligação opositora local, de ultradireita e alinhada aos reacionários da região, não tardaram em sugerir negociações. Afinal, a política não deixa de ser um negócio para aqueles cuja aspiração é governar e sustentado pelos aprisionados pelo costume da obediência.
gostam do mesmo
No final das contas, stalinistas, progressistas, liberais, conservadores e os reacionários gostam do mesmo com mais ou menos ternura. Os adeptos dos tiranos que substituíram a cruz pela foice e o martelo – ou pela espada de Bolívar – falam, abertamente, que a repressão é também revolucionária, sempre e quando houver uma contestação à sua ditadura. Os reacionários, todavia, estão comemorando os “feitos” do autocrata de El Salvador, com toques de recolher, com incontáveis execuções e construções de pequenas gigantescas prisões. Os dissimulados, muitos deles colunistas, palpiteiros dos grandes jornais e que se autoproclamam moderados, têm medo de gente, clamam pela segurança nas ruas, porém não hesitam em reiterar: ‘por favor, mantenham as câmeras no uniforme da polícia’.
>> Leia o Flecheira Libertário 774 na íntegra aqui:
https://www.nu-sol.org/wp-content/uploads/2024/08/flecheira774.pdf
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agência de notícias anarquistas-ana
trigo dourado
pelas mão do vento
é penteado
Carlos Seabra
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!