(…) Depois veio uma testemunha mais importante. Trata-se do motorista de táxi que ajudou Luciano quando ele foi queimado pela explosão. Nesse caso, apesar das tentativas da defesa, observou-se que o taxista ficou com sequelas psicológicas, pois, após ter ajudado o Tortuga a se recuperar, deixou o local dirigindo, mas em estado de choque.
Segundo ele, teve pesadelos durante 5 meses, nos quais sonhava com o corpo ferido de nosso companheiro. Ele também afirmou que seu carro ficou com danos menores (apenas alguns pequenos arranhões) porque estava muito perto do local da explosão. Por fim, ele contou que muitas pessoas passaram pelo local e nenhuma delas o ajudou.
Quando terminou seu depoimento, Luciano decidiu falar brevemente. Seria a única vez que ele falaria durante o julgamento.
– Olá Rodrigo… Eu não sou muito bom em expressar o que eu sinto, mas eu queria lhe agradecer pela sua ação, pelo que o senhor fez… Eu quero lhe agradecer muito por ter me ajudado.
O motorista de táxi respondeu:
-Sim, quero dizer… repito, não sei por que fiz isso, talvez tenha sido uma questão de instinto. Na época, foi muito chocante, mas agora fico feliz em vê-lo assim, sorrindo. Sei que sou uma pessoa simples, mas gostaria de saber se posso ir abraçá-lo…
O presidente do tribunal lhe deu permissão e os dois foram para o centro da sala de audiências para se abraçarem com muita emoção e agradecerem e parabenizarem um ao outro. O motorista de táxi deixou a sala de audiências acenando para Luciano.
Fonte: https://informativoanarquista.noblogs.org/post/2024/08/16/chile-memorias-de-un-juicio/
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Inchado e dolorido.
Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!