O aquecimento global provocado pela concentração crescente de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre foi responsável direto pela morte de quase 50 mil pessoas só no continente europeu no ano passado, principalmente por conta do calor excessivo. A conclusão é de um novo estudo publicado nesta semana na revista Nature Medicine.
Segundo os autores do estudo, esse número poderia ter sido 80% maior sem medidas de adaptação climática empreendidas nos últimos 20 anos. Entre as medidas destacadas, estão avanços na assistência médica, uso mais generalizado de ar-condicionado e campanhas informativas sobre os riscos do calor.
O estudo utilizou os registros de óbitos disponíveis no Eurostat, que abrange 35 países europeus, além de um modelo epidemiológico para analisar as mortes junto com os registros semanais de temperatura de 2023 para estimar o número de mortes que poderiam ser atribuídas ao calor. A análise revelou que 47.690 pessoas morreram por efeitos do calor intenso na Europa no ano passado.
A maior parte das mortes decorrentes do calor extremo foi registrada nos países da bacia do Mediterrâneo. A Grécia, líder no ranking, experimentou 393 mortes por milhão de pessoas no ano passado, seguida pela Itália (209 mortes por milhão) e Espanha (175 mortes por milhão).
Os pesquisadores também analisaram a exposição dos países europeus ao risco de mortes por calor. Países mais frios, como Reino Unido, Noruega e Suíça podem enfrentar o maior aumento relativo no número de dias desconfortavelmente quentes nos próximos anos. Mas o número absoluto de mortes continuará a acontecer no sul europeu, que é mais bem adaptado ao clima quente, mas ficará mais exposto a temperaturas escaldantes.
A despeito de 2023 ter sido o ano mais quente já registrado em todo o mundo, o número de mortos pelo calor na Europa foi inferior ao registrado em 2003, quando uma onda de calor matou cerca de 70 mil pessoas em todo o continente. Para os pesquisadores, essa redução no número de mortes mostra o sucesso das ações de adaptação climática nas últimas décadas.
“Precisamos considerar as mudanças climáticas como uma questão de saúde pública”, defendeu Elisa Gallo, pesquisadora do Instituto de Saúde Global de Barcelona (Espanha) e autora principal do estudo, ao NY Times. “Ainda temos milhares de mortes causadas pelo calor todos os anos, então ainda temos que trabalhar muito e temos que trabalhar mais rápido”.
agência de notícias anarquistas-ana
pétala amarela
a borboleta saltou
sem pára-quedas
João Acuio
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!