Em 10 de setembro de 1930 é fuzilado em Rosario (Argentina) o anarquista e anarcossindicalista Joaquín Penina Sucarrats. Havia nascido em 1º de maio de 1905 – algumas fontes citam 1901 – em Gironella (Catalunha). De formação autodidata, era vegetariano, não fumava nem bebia e se declarava anarquista tolstoiano.
Na Catalunha ganhou a vida trabalhando de pedreiro e militou na Confederação Nacional do Trabalho (CNT) junto a Josep Viladomiu Viñoles e Joan Pey. Até 1923 fugindo do serviço militar, se exilou na América com seu amigo o Gironella Paz Puerta e se instalou em Rosario (Argentina), onde viveu colocando azulejos e vendendo livros e jornais anarquistas, integrando-se na “Guilda de Amigos do Livro”.
Filiou-se à Federação Obreira Local Rosarina (forros), inscrita na anarcossindicalista Federação Obreira Regional Argentina (FORA). Em 12 de agosto de 1927, durante a campanha internacional em apoio dos anarquistas italoamericanos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, foi detido por distribuir La Prostesta e no ano seguinte, desde Rosario e de Santa Fe, enviou apoio econômico para os presos na coleta organizada pela Revista Blanca.
Foi um dos promotores das greves de 1928, as quais paralisaram quase todas as atividades produtivas e comerciais desde Villa Constitución até o norte de Rosario. Três dias depois do golpe de Estado do general José Félix Uriburu, em 9 de setembro de 1930, foi detido com Pau Puerta e Victorio Constantini, os três membros do « Grupo Defensoras de La Prensa », por distribuir panfletos e pregar cartazes contra o golpe militar.
Durante a noite de 10 de setembro de 1930 Joaquín Penina Sucarrats foi levado por um grupo de soldados comandados pelo subtenente Jorge Rodríguez e sob as ordens do capitão Luis M. Sarmiento e a aprovação do tenente coronel Rodolfo Lebrero, chefe da polícia de Rosaria, nas Barrancas de Saladillo, ao sul da cidade de Rosario (Santa Fe, Argentina), e fuzilado. Segundo explicou dois anos depois o subtenente Rodríguez morreu gritando “Viva a anarquia!”. Foi enterrado clandestinamente sob a inscrição NN (Non nominados) no cemitério municipal de La Piedad, de Rosario. Em 11 de setembro Puerta e Constantini foram liberados, o primeiro foi deportado a Espanha e o segundo ao Uruguai. Em 1931, com a proclamação da II República espanhola, seu povoado natal lhe dedicou uma rua e o 17 de julho desse ano Federica Montseny publicou em El Luchador um artigo em sua homenagem.
Seu irmão Juan Penina, também filiado à CNT de Gironella, morreu em 1938 na frente de Madrid, depois de ter assumido várias responsabilidades no Conselho Municipal do Município de Gironella durante a revolução. Em 1974 Fernando Quesada publicou o livro Joaquín Penina, o primeiro fuzilado e em 1976 o poeta e jornalista Aldo F. Oliva publicou a pequena biografia El fusilamiento de Penina, mas em fevereiro de 1977, a ditadura militar destruiu os 5.000 exemplares da edição que não havia sido distribuída por medo; afortunadamente um exemplar se salvou e assim se pode reeditar em 2007. Em 1995, uma ordenança do Conselho Municipal de Rosario renomeou a rua Regimiento Once, na zona sul de Rosario, com o nome de Joaquín Penina. No entanto a rua segue tendo os cartazes antigos, pelo que a população ainda não sabe da mudança de nome. Em 17 de setembro de 1999, no Parque Regional Sul, do bairro de Saladillo, inaugurou-se a praça Joaquín Penina. Instalou-se uma placa onde o define como “obreiro exemplar” e “homem de paz”. Em 2011 estreou o documentário “Hombres de ideas avanzadas”. A história de Joaquín Penina, um livro perdido e a memória como um território inexpugnável, de Diego Fidalgo.
Fonte: https://pacosalud.blogspot.com/2024/09/joaquin-penina-sucarrats.html#more
Tradução > Sol de Abril
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Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
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