Segunda convocação: Onde e com quem navegamos?
Para o Exército Zapatista de Libertação Nacional
Ao Congresso Nacional Indígena – Conselho Indígena de Governo
Aos povos, tribos, nações, comunidades, bairros, organizações, coletivos e ativistas que lutam para defender a Mãe Terra, resistindo e construindo autonomia em todos os cantos do Sul Global (Oaxaca, México e o mundo).
Aos meios de comunicação livres, comunitários, alternativos, independentes e autônomos ou como quer que se chamem.
Àqueles que defendem a vida com suas próprias vidas.
Estamos a menos de dois meses do Encontro Global pelo Clima e pela Vida – ANTICOP 2024, um momento crucial que nos convoca a unir nossas forças e corações em torno de uma causa comum: a defesa da Mãe Terra. Em nossa jornada rumo a novembro, já iniciamos o diálogo em nossos fóruns virtuais (https://mirrorssouthglobal.org).
Esses intercâmbios servem como um preâmbulo para o trabalho que nos espera e nos ajudam a refinar nossas propostas e estratégias. Nesta segunda convocação, gostaríamos de nomear nossas irmãs do EZLN e do CNI-CIG, porque seu exemplo e seus passos nos ensinaram a abraçar fortemente a luta contra o capitalismo, o patriarcado e o colonialismo, a trabalhar todos os dias por esse mundo onde cabem muitos mundos. Sua coragem e perseverança nos inspiram a seguir em frente, mesmo quando os desafios parecem esmagadores. Reiteramos nosso convite, seria uma honra para nós contar com sua presença.
Sua palavra, exemplo e orientação são cruciais para construir um futuro em que a justiça e a equidade prevaleçam. Essa iniciativa nasceu de uma profunda reflexão sobre as tempestades que enfrentamos e sentimos em nossa realidade diária. Depois de analisar a Sexta Declaração da Selva Lacandona e a Declaração pela Vida, decidimos unir forças para unir nossas lutas entre Povos, Tribos, Nações, Comunidades, Bairros, Organizações, Coletivos e ativistas de diferentes cantos do planeta que também estão comprometidos com a defesa da Mãe Terra e da Vida. Desde o início, aqueles de nós que tomaram a iniciativa sabiam que enfrentariam aqueles que acreditam ter todas as respostas e só ouvem o doce som de sua própria voz. Enfrentamos uma ampla gama de atores, desde os que estão no poder até aqueles que o criticam, mas abusam dele em espaços comuns. Fiquem tranquilos, vanguardas, pois não estamos procurando suas bases, nem convocando seus públicos cativos. Rumores, mentiras e silêncios cúmplices são ouvidos. Parece que é mais fácil destruir do que construir, julgar do que entender.
No entanto, estamos firmemente comprometidos com o diálogo sobre as diferenças, estabelecendo pontos em comum diante das adversidades, com base na honestidade e na profundidade da palavra companheira. Nos dedicamos à construção constante e coletiva porque sonhamos o impossível e acreditamos em um futuro melhor.
O momento de nos reunirmos é agora. Esta convocação é dirigida a todas as pessoas que se sentem invisíveis, presas ao desespero e às dívidas, muitas vezes abandonadas e sozinhas, àqueles de nós que sentem a necessidade de enfrentar juntos e organizados as tempestades que estão por vir. Temos testemunhado em várias geografias do planeta o crescimento de uma “esquerda borrada” que, pouco a pouco, revelou sua verdadeira pele, mostrando seu caráter neoliberal e profundamente fascista em suas ações. Essa suposta alternativa progressista não protesta contra a militarização nem questiona os planos imperialistas.
Com uma mão, ela oferece programas sociais e, com a outra, entrega territórios ao capital transnacional. No México, essa esquerda neoliberal pode abraçar Evo Morales, mas também fecha suas fronteiras para os povos da América Central e mostra seu desprezo por aqueles que defendem a terra e o território, reafirmando o programa de desapropriação, a exacerbação do extrativismo e a abertura para o colonialismo verde. Estamos vendo a continuidade dos megaprojetos do capital transnacional que continuam se impondo em nossos territórios com desprezo pelos povos, não só destruindo a posse da terra, mas também mutilando a identidade, a cultura, a língua e a espiritualidade dos povos. Ao mesmo tempo, denunciamos as imposições e cumplicidades entre o governo, as corporações e as estruturas criminosas para colocar o território mexicano em jogo em uma transição energética que se opõe aos interesses dos povos e de seus territórios. Nós, que convocamos o Encontro Global pelo Clima e pela Vida, buscamos construir a partir de baixo, com uma organização sólida que recupere as inúmeras lutas em defesa da vida e do território de nossos povos. Queremos evitar a imposição de agendas para ouvirmos uns aos outros, sempre tendo a luta pela vida como nosso horizonte comum.
Em nosso encontro, queremos nos permitir sonhar com um diálogo enriquecedor entre movimentos, povos, organizações, coletivos e ativistas. Queremos repensar nossas estratégias e ir além da denúncia, em direção a ações concretas e transformadoras.
Que caminho tomaremos após do Encontro Global? Tomaremos essa decisão juntos, juntas, juntes. Ouvimos uns aos outros em Oaxaca, prontos para escrever o próximo capítulo de nossa história compartilhada.
OBSERVAÇÃO: O programa geral ainda está em construção e será publicado em meados de outubro.
OBS 2: Ainda estamos respondendo a e-mails e mensagens. Caso não tenha recebido uma resposta, insista enviando a frase “a ver a ver a qué horas”.
Obrigado.
Fonte: https://radiozapatista.org/?p=48955
Tradução > Liberto
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