À medida que os impactos da mudança climática se tornam cada vez mais evidentes, o capitalismo procura se rebatizar uma imagem nova e verde. Dizem-nos que, se calcularmos nossa pegada pessoal de CO2, comprarmos os produtos certos (caros) e fizermos nossa parte na reciclagem, poderemos salvar o planeta. Isso é categoricamente falso. Nenhuma maneira de consumir nos tirará desta crise. O que pode impedir o derretimento dos glaciares, o incêndio das florestas e o deslocamento de humanos e animais dos seus habitats é nada menos do que um afastamento radical do crescimento sem fim exigido pelo capitalismo.
A mudança para veículos elétricos que está sendo promovida pelos governos de toda a Europa e pelas empresas automobilísticas que esses estados subsidiam é parte dessa tentativa velada de recuperar a catástrofe climática chamada capitalismo. Não há nada de sustentável em um carro elétrico. Cada etapa da cadeia de suprimentos global que envia um veículo elétrico fabricado nos Estados Unidos para nossa porta em Amsterdã envolve a exploração de trabalhadores e a destruição do planeta. A mineração de minerais para a bateria, por si só, é um processo incrivelmente destrutivo. O lítio extraído no Chile contamina as fontes de água locais, o cobalto extraído no Congo envolve trabalho infantil e o níquel extraído na Indonésia libera metais pesados no oceano. Sem mencionar o aço, o titânio, o alumínio e o plástico necessários para a estrutura do carro. Essas matérias-primas são escassas e a corrida dos Estados e das empresas para garantir o acesso está alimentando uma nova onda de colonialismo no sul global.
Depois que nosso carro tiver sido enviado para o outro lado do mundo, podemos ficar parados no trânsito a caminho do trabalho com a consciência tranquila, sabendo que não há CO2 saindo do escapamento. Só que a energia para alimentar as estações de recarga elétrica tem de vir de algum lugar e na Holanda, como em quase todos os outros países do mundo, mais de metade desta energia ainda provém de combustíveis fósseis. O crescente setor de energia renovável enfrenta os mesmos problemas de poluição que a fabricação de um veículo elétrico: as baterias necessárias para armazenar energia não são nada limpas e o transporte e a fabricação da infraestrutura de energia consomem muitos recursos. Ao mudarmos para alternativas supostamente renováveis, estamos apenas terceirizando para as partes mais pobres do mundo a devastação ambiental necessária para manter o nosso crescente abastecimento de energia cada vez maior.
É por isso que ontem (26/09) à noite sabotamos uma dúzia de estações de recarga elétrica em Amsterdã, enchendo suas portas de recarga com espuma de construção. Essas estações são de propriedade da TotalEnergies, uma das sete maiores empresas de petróleo. Nenhuma quantidade de greenwashing [mentira verde] pode limpar uma empresa que está poluindo a Terra há cem anos.
Sabotar a normalidade capitalista.
Fonte: https://indymedia.nl/node/55098
agência de notícias anarquistas-ana
final de tarde
se amontoam sabiás
a cantar entre nós
Antonio Marcos Amorim
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...
Tudo bla,bla,bla...porque não se faz um post comentado a degradação durante o bozo. 🤪🤪🤪🤦
Olá, me chamo Vitor Santos e sou tradutor. Posso traduzir do Inglês, Espanhol, Alemão, Italiano e Catalão. Inversamente, somente do…