[Colômbia] Denúncia contra soluções capitalistas na COP16

Em um encontro em Cali, organizações se reuniram para denunciar as contradições da COP16 [Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, que será realizada entre os dias 21 de outubro e 1º de novembro de 2024 na cidade de Cali], apontando que suas soluções capitalistas são insuficientes e marginalizam as comunidades mais afetadas pela crise ambiental.

23 de outubro de 2024

Povos indígenas, quilombolas, camponeses, urbanos e interétnicos se reuniram em Cali em um encontro crucial para denunciar as contradições da COP16, um evento internacional que, embora promovido com grandes expectativas, é apresentado como um mecanismo que perpetua a lógica capitalista em vez de oferecer soluções eficazes para a crise ambiental.

Os povos reunidos nessa cúpula popular alertaram que as soluções capitalistas da COP16 para os problemas ambientais são insuficientes e marginalizam aqueles que são realmente afetados pela devastação ambiental: povos indígenas, camponeses e afrodescendentes, que têm sido os verdadeiros guardiões da biodiversidade, não têm voz nessas discussões. Essas comunidades são continuamente afetadas por políticas que não promovem mudanças estruturais, mas beneficiam uma pequena elite econômica, tanto nacional quanto internacional.

Durante a cúpula, foi exposto como os governos, em cumplicidade com as corporações transnacionais, transformaram a crise climática em uma oportunidade de lucro, apresentando iniciativas que disfarçam a exploração de recursos e a destruição de ecossistemas como “soluções sustentáveis”. Essa situação expõe as denúncias dos participantes sobre como o capitalismo não apenas explora os seres humanos, mas também despoja a Terra de suas riquezas, promovendo um modelo de desenvolvimento que coloca o benefício econômico de poucos à frente da sobrevivência da humanidade e do planeta.

A mensagem desde Cali é forte:

Não podemos continuar sustentando que os problemas gerados pelo capitalismo podem ser resolvidos dentro do mesmo sistema. As comunidades exigem a construção de alternativas que superem o capitalismo e que se baseiem no respeito à vida, no fortalecimento da soberania dos povos sobre seus territórios e na proteção dos ecossistemas, considerando-os não como recursos a serem explorados, mas como pilares essenciais para a existência.

Esse encontro paralelo em Cali é um símbolo de resistência e dignidade, onde as comunidades exigem ser reconhecidas como protagonistas na construção de um futuro justo, onde a vida não seja mercantilizada e a natureza seja respeitada. Também destaca a necessidade de uma mudança radical nas políticas globais, em que a luta pela vida, a biodiversidade e o bem-estar e a subsistência das comunidades devem estar no centro de qualquer discussão sobre o futuro do planeta.

Fonte: https://trochandosinfronteras.info/denuncia-contra-soluciones-capitalistas-de-la-cop16/

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Irene Massumi Fuke

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