
A cúpula da OTAN em 2025 acontecerá no Fórum Mundial de Haia, nos Países Baixos, de 24 a 26 de junho. Enquanto a máquina de guerra reúne milhares de delegados de seus 32 Estados-membros para orquestrar a próxima grande onda de expansão militar, não podemos ficar em silêncio. Precisamos erguer uma bandeira de desafio e resistência. A OTAN não existe para nos proteger. Ela serve aos interesses dos Estados, das corporações e de poucos às custas de muitos.
O Estado e a OTAN, ou qualquer outra aliança militar multinacional, não nos trazem segurança — trazem controle, buscando apenas nossa obediência, nossa conformidade e nossa capitulação. Seja na violência endêmica da polícia em nossas comunidades, nos campos de batalha ensanguentados da Ucrânia ou nos oceanos de ruínas de Gaza, temos um único inimigo: o capitalismo e o Estado.
Desde sua criação em 1947, a OTAN agiu apenas como executora da violência imperialista, instrumento de repressão e motor de guerra. Ela não protege a paz. É nossa inimiga de classe e uma ameaça direta à vida e ao bem-estar de cada um de nós. Nossa luta não é entre nações, mas contra a classe dominante à qual todxs resistimos. Isso continua verdadeiro, mesmo diante da brutal realidade da guerra. Sob o pretexto da segurança europeia e nacional, os governos da OTAN estão canalizando bilhões para orçamentos militares, cortando serviços sociais vitais.
Enquanto constroem exércitos, nos deixam lutando pela sobrevivência. Impõem austeridade enquanto acumulam recursos para a guerra. Eles erguem forças armadas enquanto nós lutamos por saúde, moradia e dignidade básica. Vemos todos os dias como recrutam as próximas gerações, preparando-as para pegar em armas — privadas de oportunidades, sem outra escolha a não ser se alistar e virar carne para canhão em conflitos que não criaram, vendidas à aventura, à falsa fraternidade e ao patriotismo. Quando os recrutas voltam, mutilados e destroçados, são descartados, úteis apenas como símbolos em desfiles vazios. Em seus uniformes militares, mostram à luz do dia que a propaganda nunca termina.
Chamamos todxs os anarquistas, antiautoritários e quem se opõe à guerra para se unir, organizar e resistir ao militarismo. A OTAN e seus senhores da guerra se reunirão, mas nós também. Vamos às ruas. Vamos perturbar suas demonstrações de poder. Criaremos redes de solidariedade e nos oporemos diretamente às suas guerras, à sua polícia militarizada e à repressão de nossos movimentos. Nós, anarquistas, lutamos por um mundo sem fronteiras, sem Estados e sem exércitos que sustentem seu domínio.
Conclamamos à solidariedade internacional contra a OTAN e toda manifestação de opressão militarizada — seja a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), a Força Escudo da Península (PSF), a Aliança dos Estados do Sahel (AES), o Plano ReArm Europe 2030 ou qualquer outro pacto ou exército supostamente de “segurança coletiva”. Todos servem ao mesmo propósito: manter o domínio pela força, perpetuando o sofrimento no mundo. As armas que usam hoje para garantir recursos serão voltadas contra nós amanhã.
Pedimos a todxs anarquistas, antiautoritários e antimilitaristas que ajam nesses dias em Haia e em todo o mundo, em solidariedade internacional. Que os detalhes de nossos planos cresçam juntos. Organizem-se e preparem nossas ações. Juntos, faremos com que saibam: rejeitamos as falsas escolhas do nacionalismo. Rejeitamos a ideia mentirosa de que a OTAN existe para proteger. Rejeitamos a brutalidade de seu militarismo e as doutrinas marciais da guerra. Repudiamos suas propostas de orçamento que esvaziam os cofres da classe trabalhadora e apoiamos as vítimas e desertores de todas as guerras.
Nenhuma guerra entre os povos, nenhuma paz entre as classes.
Comissão de Relações da Internacional das Federações Anarquistas (IFA)
Marselha (França), 22-23 de março de 2025
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Sai em disparada
da grande moita de mato
o esquilo cinzento…
Hazel de S. Francisco
caralho... que porrada esse texto!
Vantiê, eu também estudo pedagogia e sei que você tem razão. E, novamente, eu acho que é porque o capitalismo…
Mais uma ressalva: Sou pedagogo e professor atuante e há décadas vivencio cotidianamente a realidade do sistema educacional hierárquico no…
Vantiê, concordo totalmente. Por outro lado, o capitalismo nunca gera riqueza para a maioria das pessoas, o máximo que ele…
Só uma ressalva: criar bolhas de consumismo (que foi o que de fato houve durante os governos Lula), como estrategia…