
Na manhã de hoje (26/04), Nikos Palaiokostas faleceu no hospital de Trikala. Desde 2021, Nikos havia sido libertado por motivos de saúde e passou a cumprir o restante de sua pena em prisão domiciliar, na casa da família em Trikala, da qual podia sair duas vezes por semana para tratamento de diálise na Unidade Renal do hospital.
Nikos Palaiokostas nasceu em Moschofyto, nas montanhas acima de Trikala, em uma família numerosa com origem em pastores. Foi assaltante de bancos, admirado pelo movimento anarquista/revolucionário, herói dos pobres na Grécia e irmão mais velho de Vassilis Palaiokostas, ainda procurado pela polícia. Atuou por vários anos ao lado do irmão ou sozinho, principalmente realizando assaltos a bancos e um sequestro.
Após breve trabalho como marinheiro, envolveu-se rapidamente em “pequenos furtos” e “arrombamentos”, junto com seu irmão mais novo, Vassilis, que já havia começado antes. Em 1988, Nikos foi preso na prisão de Trikala, mas com ajuda de Vassilis escapou em 18 de dezembro daquele ano. No entanto, em 3 de fevereiro de 1990, Nikos foi preso novamente por roubo, e em abril do mesmo ano, Vassilis também foi detido por roubo de carro enquanto planejava ajudar o irmão a escapar novamente.
O contato dos irmãos com Kostas Samaras (conhecido como Artista ou Borboleta) nos anos 1980 foi crucial, pois os três passaram a realizar assaltos a bancos em várias regiões da Grécia. O roubo mais famoso ocorreu em junho de 1992, quando assaltaram a agência do Banco Nacional em Kalambaka, Trikala, de onde levaram 125 milhões de dracmas, até hoje, o maior assalto a banco da história da Grécia. Em 15 de dezembro de 1995, a gangue dos Palaiokostas realizou o primeiro sequestro conhecido no país, raptando o industrial Alexandros Chaitoglou em sua casa, em Tessalônica. A quadrilha exigiu 260 milhões de dracmas de resgate. A família Chaitoglou pagou a quantia, e as autoridades iniciaram uma grande caçada aos criminosos. Somente após três anos de investigação, em 1999, tiveram algum sucesso, quando, após um acidente de carro na estrada nacional Lamia–Livadia, Vassilis foi preso e condenado a 25 anos de prisão pelo sequestro.
Segundo as autoridades, Nikos teria sido o organizador da primeira fuga de helicóptero da prisão de Korydallos, em junho de 2006, que libertou seu irmão Vassilis. A história conta que duas pessoas contrataram um passeio turístico de helicóptero a partir de Agios Kosmas, subúrbio costeiro de Atenas. Elas sequestraram o helicóptero com uma pistola e uma granada, e obrigaram o piloto a voar até a prisão. Quando o helicóptero chegou, os guardas acreditaram que era uma visita de inspetores. O helicóptero levou os prisioneiros até um cemitério próximo, onde trocaram de transporte para motocicletas e fugiram. Infelizmente, Vassilis foi recapturado dois anos depois, em 2 de agosto de 2008, em Tessalônica.
Nikos foi novamente acusado de envolvimento em uma fuga semelhante em 2009, desta vez libertando Vassilis e seu companheiro de cela, Alket Rizai. Eles subiram por uma escada de corda lançada por uma passageira do helicóptero, enquanto este sobrevoava o pátio da prisão. Os guardas abriram fogo, e a mulher revidou com um fuzil automático. Um dos guardas se feriu tentando sacar sua arma. Vassilis continua foragido, com uma recompensa de um milhão de euros por sua captura. Seu colega Alket Rizai foi recapturado em novembro de 2009.
Procurado por 16 anos, Nikos foi finalmente preso em 2006, próximo ao vilarejo de Livadi, no Monte Parnassos, após cair em uma barreira policial montada pelos agentes de Livadia. Tentou escapar em alta velocidade, mas perdeu o controle do carro e saiu da estrada. Nos últimos anos, esteve detido na prisão de Agios Stefanos, em Patras. O Estado se vingou sentenciando Nikos a 197 anos e 376 meses de prisão.
Nikos mostrou que não somos peões do sistema capitalista, que todas as leis do Estado devem ser quebradas, que não existe legal ou ilegal. Os ricos só são ricos porque são deixados assim. Nikos e Vassilis entenderam que tudo o que era necessário era um grupo confiável para tomar o que precisava ser tomado.
Nada mudou desde que os irmãos Palaiokostas humilharam o Estado e os ricos da Grécia. Os ricos continuam ricos, e mais ricos. Há necessidade, agora e sempre, de um novo ciclo de expropriação, seja para financiar a revolução, seja simplesmente para sobreviver neste sistema apodrecido de tirania e desigualdade.
Nunca esqueceremos, nunca perdoaremos. Nikos e Vassilis, estamos com vocês até o fim.
“Se você rouba algo pequeno, é um ladrão comum, mas se rouba milhões, é um cavalheiro da sociedade.”
Para saber mais sobre Vassilis e seu irmão Nikos, leia o livro A Normal Life.
Fonte: https://darknights.noblogs.org/post/2025/04/26/greece-nikos-palaiokostas-the-ghost-the-greek-robin-hood-brother-of-vassilis-palaiokostas-has-passed-away/
Tradução > Contrafatual
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agência de notícias anarquistas-ana
Em meio ao capim
de onde sopra o vendaval,
lua desta noite.
Miura Chora
Excelente
Esquerdistas não são anarquistas. Lulistas muito menos. Uma publicação desacertada que não colabora com a coherencia anarquista.
ESTIMADAS, NA MINHA COMPREENSÃO A QUASE TOTALIDADE DO TEXTO ESTÁ MUITO BEM REDIGIDA, DESTACANDO-SE OS ASPECTOS CARACTERIZADORES DOS PRINCÍPIOS GERAIS…
caralho... que porrada esse texto!
Vantiê, eu também estudo pedagogia e sei que você tem razão. E, novamente, eu acho que é porque o capitalismo…