
No domingo, 25 de maio, foi realizado em Turim um ato em frente à lápide do partigiano anarquista Ilio Baroni, localizada na esquina entre o corso Giulio Cesare e o corso Novara. A lápide havia sido recentemente vandalizada com símbolos de cruzes célticas.
“Na tarde de hoje, voltamos em frente à lápide do partigiano anarquista Ilio Baroni para dar uma resposta clara e inequívoca contra mais uma provocação fascista que atingiu o bairro”, escreveram nas redes sociais a Federação Anarquista de Turim e a Assembleia Antimilitarista de Turim. Durante o ato, ocorreram falas que relembraram a história da Barriera di Milano (bairro popular) como bastião antifascista e de resistência, entrelaçando a memória histórica com as múltiplas lutas atuais nas quais os antifascistas seguem engajados. Foram colocadas flores em homenagem ao companheiro caído. Os símbolos fascistas deram lugar a uma bandeira estilizada: a da anarquia, pela qual Ilio lutou até seu último dia de vida.
COMUNICADO
Um mês após a grande participação na comemoração de 25 de abril, fascistas desconhecidos insultaram a memória da Resistência ao profanar com seus símbolos de morte a lápide do partigiano anarquista Ilio Baroni.
Os representantes da extrema-direita xenófoba e racista são o braço armado dos patrões — seus fiéis servos, sua mão de obra favorita.
Os autores dessa vil provocação são os mesmos que, dia após dia, incitam a guerra entre pobres italianos e pobres imigrantes. Tentam nos colocar uns contra os outros porque sabem que, divididos, somos mais fracos e exploráveis. Acenam para as políticas repressivas do governo Meloni — herdeiros diretos da ditadura fascista — que aprova leis especiais como o mais recente decreto de segurança, promovendo uma virada cada vez mais autoritária e inimiga das liberdades no país. Aplaudem a militarização crescente dos territórios, as batidas policiais e os controles étnicos contra pessoas sem documentos, as reclusões nos CPR (Centros de Permanência para Repatriação), as deportações forçadas e as milhares de mortes no Mar Mediterrâneo.
Estão nos empurrando diretamente para a guerra, apoiando a corrida armamentista e agitando o tricolor [bandeira] que pode se tornar nossa ruína e nossa tumba.
Mas o povo da Barriera di Milano, nascidos aqui ou em qualquer outro lugar, vive os mesmos problemas, a mesma condição de exploração e opressão, a mesma de quem pegou em armas para combater o fascismo porque queria uma sociedade sem Estado e sem patrões.
A Barriera sofre com o aumento dos aluguéis e das contas. Sofre com empregos precários e perigosos, salários miseráveis e ritmos de trabalho insustentáveis. Sofre com ameaças constantes de despejo. Sofre com os cortes e as privatizações nos serviços sociais essenciais (saúde, educação, transporte, etc.). Não há dinheiro para moradia, educação, prevenção ou cuidado. Mas sobra dinheiro para patrulhas de polícia e militares nas ruas das periferias.
Hoje como ontem, só um amplo front de luta contra o inimigo comum pode nos levar a um mundo de liberdade e igualdade.
Um punhado de fanáticos pode até sujar um pedaço da história da luta de libertação do nazifascismo, mas não pode apagá-la. A história de Ilio, a história dos Arditi del Popolo, a história dos revolucionários da Barriera ainda ressoa nas lutas de cada um de nós — e continuará ressoando por muito tempo!
Por isso, queremos ir às ruas — e queremos ir em muitos. Queremos nos encontrar e nos reconhecer mutuamente, expressar toda a nossa raiva contra mais esse ataque ao coração do bairro, contra quem o vive e o atravessa todos os dias.
Queremos restaurar a lápide e manter viva a memória, fazendo dela uma arma para transformar radicalmente o que existe.
“Os únicos estrangeiros são os fascistas nos bairros!”
Federação Anarquista de Turim
Assembleia Antimilitarista – Turim
Fonte: Radio Onda d’Urto
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
olhos cheios de sol
tarde por um triz
por hoje estou feliz
Camila Jabur
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!
Não entendi uma coisa: hoje ele tá preso?