
Maja entrou em greve de fome hoje, 5 de junho de 2025 [já está no quarto dia de greve de fome]. Maja está em prisão preventiva há onze meses: isolada, privada de seus direitos e mantida em condições análogas à tortura. Nada mudou em sua situação durante esse tempo. Agora, Maja está dando o passo extremo: uma greve de fome.
O motivo é o novo adiamento da decisão sobre a conversão de sua prisão preventiva em prisão domiciliar. Em vez de agir imediatamente, o tribunal em Budapeste, Hungria, adiou a decisão para 20 de junho. Maja não está mais disposta a suportar essa situação intolerável e a esperar por decisões de um judiciário que tem violado sistematicamente seus direitos ao longo dos últimos meses.
“Exijo ser transferida de volta para a Alemanha, poder retornar à minha família e participar do processo na Hungria a partir de casa.”
Aja e apoie as reivindicações de Maja!
Estamos em solidariedade com Maja!
Liberdade para Maja!
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Declaração de greve de fome de Maja
Meu nome é Maja. Há quase um ano, fui extraditada ilegalmente para a Hungria. Desde então, estou mantida aqui em confinamento solitário prolongado e desumano. Ontem, 4 de junho de 2025, deveria ser tomada uma decisão sobre meu pedido de transferência para prisão domiciliar. Essa decisão foi adiada. Os pedidos anteriores foram rejeitados. Não estou mais disposta a suportar essa situação intolerável e a aguardar decisões de um sistema judiciário que tem sistematicamente violado meus direitos nos últimos meses. Por isso, começo hoje, 5 de junho de 2025, uma greve de fome. Exijo ser transferida de volta para a Alemanha, poder retornar à minha família e participar do julgamento na Hungria a partir de casa.
Não suporto mais as condições prisionais na Hungria. Minha cela foi vigiada por vídeo 24 horas por dia, durante mais de três meses. Fui obrigada a usar algemas fora da cela em todos os momentos por mais de sete meses, às vezes até dentro da cela, fosse para fazer compras, chamadas por Skype ou durante visitas.
Os guardas inspecionam minha cela a cada hora, inclusive à noite, sempre acendendo as luzes. Tenho que passar por revistas íntimas em que sou obrigada a me despir completamente. As visitas ocorrem em salas separadas, onde fico dividida por um vidro de minha família, advogados e representantes oficiais. Durante as inspeções, os guardas deixam minha cela completamente revirada. As condições estruturais me impedem de ter acesso adequado à luz do dia. O pátio minúsculo é de concreto e coberto por uma grade. A temperatura da água do chuveiro não pode ser regulada. Minha cela está constantemente infestada por percevejos e baratas. Não há fornecimento adequado de alimentos equilibrados e frescos.
Além disso, estou em confinamento solitário prolongado. Fiquei quase seis meses sem contato com qualquer outra pessoa detida. Até hoje, vejo ou ouço outras pessoas por menos de uma hora por dia. Essa privação permanente de contato humano é intencional e visa causar danos psicológicos e físicos. Por isso, as Regras Penitenciárias Europeias do Conselho da Europa preveem “ao menos duas horas de contato humano significativo por dia”. Por isso, o “confinamento solitário prolongado”, manter uma pessoa presa por ao menos 22 horas diárias durante mais de 15 dias, é considerado tratamento desumano ou tortura segundo as Regras Nelson Mandela das Nações Unidas. Aqui na Hungria, estou enterrada viva em uma cela, e a prisão preventiva pode durar até três anos.
Nunca deveria ter sido extraditada para a Hungria por esses motivos. O Tribunal de Apelação de Berlim e a comissão especial LINX da Polícia Criminal do Estado da Saxônia planejaram e executaram a extradição, deliberadamente ignorando meus advogados e o Tribunal Constitucional Federal. Em 28 de junho de 2024, poucas horas após minha extradição, o Tribunal Constitucional decidiu que eu não poderia ser extraditada naquele momento. Em 6 de fevereiro de 2025, declarou que minha extradição foi ilegal. Desde então, nenhuma das pessoas responsáveis foi responsabilizada. Até agora, não houve justiça para mim.
Com minha greve de fome, também quero chamar atenção para o fato de que nenhuma outra pessoa deve ser extraditada para a Hungria. Zaid, de Nuremberg, atualmente sob ameaça iminente de extradição para a Hungria, precisa particularmente dessa atenção. Declaro minha solidariedade com todas as pessoas antifascistas perseguidas no caso de Budapeste.
Fonte: https://abcdd.org/en/2025/06/05/maja-is-on-hunger-strike/
Tradução > Contrafatual
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agência de notícias anarquistas-ana
Está chovendo? Não
bichos-da-seda comendo
as folhas, tão ávidos.
Masuda Goga
Oiapoque/AP, 28 de maio de 2025. De Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque – CCPIO CARTA DE REPÚDIO…
A carta não ta disponível
UM ÓTIMO TEXTO!
COMO FAZ FALTA ESSE TIPO DE ESPAÇO NO BRASIL. O MAIS PRÓXIMO É O CCS DE SP!
ESSE CASO É O CÚMULO DO ABSURDO! A JUSTIÇA ESPANHOLA NÃO TENTA NEM DISSIMULAR SEU APOIO AO PATRONATO, AO FASCISMO!