
Documento assinado por pescadores e pescadoras artesanais da Campanha Mar de Luta denuncia impactos da indústria petrolífera, cobra justiça pelo crime de 2019 e exige suspensão dos projetos em curso na Amazônia
Por Campanha Mar de Luta
A Campanha Mar de Luta lançou na véspera do Dia do Meio Ambiente, a “Carta dos Pescadores e Pescadoras Atingidos pelo Petróleo”, um posicionamento contundente que denuncia os riscos da exploração de petróleo na Foz do Amazonas e em toda a Margem Equatorial. Assinada por lideranças comunitárias, pescadores(as), agentes pastorais, pesquisadores(as) e defensores(as) dos direitos humanos e da natureza, a carta é um marco de resistência frente ao avanço das políticas de licenciamento e à tentativa de consolidação da fronteira petrolífera na região amazônica.
A carta traz o olhar direto de quem vive nos territórios atingidos: os pescadores e pescadoras artesanais afetados pelo crime do petróleo de 2019, ainda sem reparação, e por vazamentos constantes que continuam impactando suas águas, saúde e modos de vida. O documento denuncia o avanço da exploração sem consulta livre, prévia e informada às comunidades tradicionais e os riscos ambientais ignorados pelas simulações da Petrobras.
Além disso, a carta alerta para a fragmentação dos estudos de impacto ambiental, a violação de direitos constitucionais e os dados alarmantes divulgados pela própria ANP: apenas em 2024, foram 731 acidentes relacionados à exploração de petróleo marítimo. A análise técnica do documento aponta ainda que a promessa de desenvolvimento não se concretiza: o lucro se concentra nas grandes empresas e os danos recaem sobre os povos das águas.
O texto também critica a adesão do Brasil à OPEP+, os efeitos negativos do leilão de blocos previsto para este mês de junho e o avanço do Projeto de Lei 2.159/2021 (conhecido como “PL da Devastação”), que ameaça flexibilizar ainda mais o licenciamento ambiental. Diante desse cenário, a carta apresenta cinco exigências centrais: a suspensão imediata da exploração na Margem Equatorial, garantia de participação efetiva das comunidades nos processos, fortalecimento dos órgãos de fiscalização, investimentos em energia sustentável, justa e popular e reparação às comunidades atingidas pelo crime de 2019.
Para a Campanha Mar de Luta, o recado é: preservar a Amazônia é não perfurar.
A carta completa pode ser acessada aqui:
https://www.cppnacional.org.br/sites/default/files/CARTA%20dos%20Pescadores%20e%20Pescadoras%20Atingidos%20pelo%20Petr%C3%B3leo.pdf
Fonte: ClimaInfo
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agência de notícias anarquistas-ana
haicai é vício
no ábaco dos dedos
versos paridos
Sandra Santos
Perfeito....
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!