
Como anarquista, é impossível não ecoar e fortalecer o grito dos diversos coletivos iranianos neste momento: a guerra e o militarismo são ferramentas de dominação que esmagam os povos em benefício de Estados e capitalistas.
O recente aumento dos gastos militares do Brasil — que superou R$ 142 bilhões em 2025, enquanto serviços públicos definham — expõe a hipocrisia de um governo que prioriza tanques em vez de pão, fuzis em vez de escolas. Essa lógica perversa, igual à denunciada pelos camaradas no Irã, sacrifica vidas trabalhadoras no altar do lucro e do controle estatal.
Assim como os ataques israelenses ao Irã, o complexo industrial-militar brasileiro serve aos interesses imperialistas globais. Nosso governo financia a indústria da morte ao comprar armas dos EUA e Europa, enquanto apoia tacitamente genocídios como o de Gaza. Cada avião de caça comprado com nosso suor poderia alimentar milhões, curar enfermos ou libertar terras indígenas. A “segurança nacional” que propagandeiam é, na verdade, segurança da burguesia contra o povo explorado.
A classe trabalhadora brasileira, tal como a iraniana, é duplamente vitimizada: pela repressão interna e pela cumplicidade de nosso Estado com guerras externas. Enquanto o orçamento militar cresce, assistimos à criminalização de movimentos sociais, à violência policial nas periferias e ao desmonte da previdência social. Os R$ 20 bilhões destinados a novos blindados em 2025 são um roubo descarado — poderiam erradicar a fome que atinge 33 milhões de brasileiros.
Rejeitamos a ilusão de que governos ou instituições internacionais trarão paz. A ONU acoberta massacres, e o Estado brasileiro, seja sob qual bandeira for, mantém uma máquina de opressão. Nossa luta é pela autogestão popular, pela solidariedade direta entre explorados, como nas ocupações de terra e nas greves selvagens. O exemplo das mobilizações “Mulher, Vida, Liberdade” no Irã nos inspira: só a ação direta desarma os poderosos.
Exigimos o fim imediato dos investimentos bélicos e a redistribuição desses recursos às comunidades. Que os quartéis virem cooperativas; as fábricas de armas, escolas livres. Nossa paz não virá de generais ou diplomatas, mas da organização horizontal, do apoio mútuo e da insurreição permanente contra este sistema que nos mata por lucro. Nem Irã, nem Israel, nem Brasil: nenhuma pátria vale um só trabalhador morto!
Pela desmilitarização do mundo!
Pela revolução social!
Liberto Herrera.
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agência de notícias anarquistas-ana
Jardim de inverno —
Pousada na vidraça
frágil borboleta.
Hazel de S.Francisco
Oiapoque/AP, 28 de maio de 2025. De Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque – CCPIO CARTA DE REPÚDIO…
A carta não ta disponível
UM ÓTIMO TEXTO!
COMO FAZ FALTA ESSE TIPO DE ESPAÇO NO BRASIL. O MAIS PRÓXIMO É O CCS DE SP!
ESSE CASO É O CÚMULO DO ABSURDO! A JUSTIÇA ESPANHOLA NÃO TENTA NEM DISSIMULAR SEU APOIO AO PATRONATO, AO FASCISMO!