
Uma celebração da cultura DIY (Faça Você Mesme) e da produção autônoma, a produção política efêmera dessa editora é gloriosamente analógica e anticapitalista.
Por Ellis Tree | 23/06/2025
Quando você cresce em West Cumbria, onde “há mais ovelhas do que seres humanos”, e curte arte, punk e anarquia, é necessário criar ativamente uma cena cultural diferente da monotonia do campo. Essa é a perspectiva de Cj, artista por trás da Black Lodge Press. Tendo “sempre vivido no meio do mato”, como ele diz, esse tipo de tranquilidade teve, após reflexão, uma grande influência em seu trabalho.
Tudo começou com uma obsessão pela música punk, que teve início ainda na escola primária, e mais tarde se transformou em um amor pela impressão e pelos zines. Com o tempo, Cj se conectou aos vários movimentos políticos existentes nas cenas punk e DIY: “Onde eu morava, em West Cumbria, você tinha que fazer tudo sozinho. Isso significava que eu estava criando meus próprios zines e publicando coisas por conta própria desde muito jovem.”
Faz sentido que Cj tenha acabado criando a Black Lodge Press: um projeto de impressão independente que está em funcionamento há mais de uma década, dedicado a todos os aspectos anarquistas, queer e antifascistas. Quando a editora começou, há tantos anos, Cj teve a simples ideia de compartilhar e distribuir seus próprios zines e quadrinhos junto com os de amigos próximos. Trabalhando em uma loja de quadrinhos em Newcastle na época, ele já tinha um lugar para colocar suas primeiras cópias em uma plataforma. “Todo o projeto se parece com aquela cena do filme ‘Withnail and I’, em que eles saem de férias por engano”, diz ele. “Eu sempre sinto que me tornei um artista por engano, não treinei para me tornar um e não estudei arte depois da escola – simplesmente aconteceu.”
Desde o início da editora, Cj tem criado todos os tipos de material político, estampando camisetas – uma reminiscência de seus dias de pintura de telas para produtos de bandas – bem como fazendo pôsteres ou impressões independentes. Grande parte de sua produção criativa foi influenciada por faixas políticas, a linguagem visual do ativismo e da ação direta. “Inspirei-me muito em protestos ao longo dos anos, muitas vezes adaptando alguns dos slogans ou palavras que foram escritos em faixas de protesto para o trabalho que faço”, compartilha Cj. Algumas das mensagens que acabam sendo transferidas para a página também podem ser uma versão de letras de músicas ou apenas algo “que me vem à cabeça”, diz Cj. “De longe, o trabalho mais popular que produzi é Growing a garden is a radical and beautiful act (Cultivar um jardim é um ato radical e belo), e muitas vezes me perguntam “quem disse isso?”, e eu não sei o que dizer às pessoas, é apenas algo que me veio à cabeça naquele momento!”
Sem muito contato com o Photoshop, Cj usa uma série de técnicas antigas de criação de imagens para construir as colagens de imagens e ilustrações que se cruzam com suas mensagens políticas. Usando fotografias antigas de revistas ou publicações centenárias e alguns desenhos, Cj pode ser encontrado frequentemente trabalhando à mão e digitalizando composições com sua tipografia preferida: Friz Quadrata (uma homenagem à banda punk americana dos anos 80 Black Flag), preparando tudo isso para impressão em “um software barato que baixei da Internet anos atrás chamado Pixelmator”, diz ele.
Quanto aos métodos de impressão, o artista usa a Risograph há cerca de 20 anos, portanto, “sem parecer um idiota”, ele afirma, “Eu já gostava muito dela antes de se tornar tão legal, se é que você me entende. Houve um período em que as pessoas que não tinham dinheiro para imprimir coisas usavam máquinas Risograph, então eu sempre imprimi com Riso simplesmente porque é muito barato”. Além de sua acessibilidade, Cj se apaixonou pela técnica ao longo dos anos por sua textura granulada e pelas diferenças sempre sutis que ela proporciona em cada impressão.
Como toda a prática de Cj, o material impresso foi adquirido em espaços comunitários DIY e em experimentos pessoais: “Os espaços de DIY são as coisas mais preciosas que temos, porque eles existem para que possamos produzir arte de uma forma que não seja afetada pelo poder do capitalismo, que corrói a alma”, diz ele. Muito do que a Black Lodge Press tem feito durante todos esses anos é esse tipo de produção autônoma. “Não estou procurando convencer ninguém sobre nada com meu trabalho, trata-se de celebrar uma cultura de resistência e alegria”, conclui CJ. “A cultura DIY é minha vida. De certa forma, sempre foi e sempre será. Acho que se você quiser fazer algo sem nenhuma forma de censura ou restrição, pode fazer você mesmo. Você não precisa ter editoras ou galerias por trás de você nem nada, você pode fazer tudo sozinho.”
Fonte: https://www.itsnicethat.com/articles/black-lodge-press-graphic-design-project-230625
Tradução > acervo trans-anarquista
agência de notícias anarquistas-ana
Dança dos lobos –
Do alto da montanha
a lua cheia
Suzete
entra neste site: www.imprimaanarquia.com.br
Parabéns, camarada Liberto! O pessoal da Ana poderia informar como adquirir a obra. Obrigada!
Obrigado pela traduçao
Oiapoque/AP, 28 de maio de 2025. De Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque – CCPIO CARTA DE REPÚDIO…
A carta não ta disponível