[Espanha] Sempre a guerra

Por Rafael Sánchez García

Mais uma vez é preciso voltar ao tema das malditas guerras que o capitalismo e seus vassalos, a partir dos governos, nos impõem.

Neste ano de 2025, há 56 conflitos armados no planeta – a maior quantidade desde a Segunda Guerra Mundial. Da imensa maioria deles, nem se fala na mídia. Às vezes somos informados sobre conflitos na África por causa das fomes e dos deslocamentos massivos de população, mas só isso, pouca coisa, não se aprofunda no assunto.

Dos conflitos mais comentados, o da Ucrânia é o principal, porque está aqui na Europa e porque, para os países ocidentais, a Ucrânia é uma “menina dos olhos” pela quantidade de matérias-primas em seu subsolo – recursos que o patrão americano se preocupou em tomar para si graças à ajuda militar que o autoproclamado “xerife do mundo” forneceu e continua fornecendo. Depois vem a Europa, que, por sua proximidade com a Ucrânia, vê um grande perigo na Rússia de Putin – ainda mais agora que o atual “xerife americano”, aquele lunático infantil do Donald Trump, disse que os europeus precisam aprender a se defender sozinhos. A partir daí, entrou a pressa em se armarem até os dentes, e andam nos dizendo que é preciso aumentar os gastos com defesa – gastos que, em sua maior parte, irão parar nos bolsos do “xerife americano”. E é exatamente isso que Trump e o capitalismo estadunidense querem: um negócio redondo.

E o outro grande conflito é o GENOCÍDIO NAZISTA-SIONISTA do governo israelense contra o povo palestino. Um genocídio contra o qual nenhuma “democracia burguesa” do planeta faz nada. E não fazem porque o povo palestino é pobre e não há o que extrair dele. Apenas possuem uma grande reserva de gás em sua costa, e é justamente essa que o governo nazista-sionista de Netanyahu quer tomar para si. O assassinato sistemático, dia após dia – seja por bombas, seja pela fome – da população palestina não comove verdadeiramente os cidadãos do restante do mundo. E quando digo comover, não me refiro a fazer uma manifestação de vez em quando, mas a se envolver de fato, a tomar as ruas de todas as grandes cidades do planeta para obrigar seus respectivos governos a intervir e parar com esses massacres humanos. As imagens que os meios de comunicação nos mostram diariamente deveriam ofender profundamente qualquer ser humano com um mínimo de consciência e dignidade. O que acontece na Palestina desde 1948 é um ataque brutal à dignidade de um povo. E a história mostra que isso pode acontecer a qualquer momento e em qualquer lugar, porque não será o povo que decidirá, mas sim o político sem vergonha de plantão ou o exército “salvador da pátria” da vez. Um exemplo é o que está acontecendo nos Estados Unidos, onde o sem vergonha do Trump enviou o exército a Los Angeles para silenciar e reprimir os protestos contra as deportações de trabalhadores estrangeiros – embora as coisas estejam se complicando para ele, já que muitas cidades estão aderindo aos protestos. Mas do que o governo Trump ainda é capaz contra o próprio povo… veremos.

Dias atrás, fiquei chocado ao ver como os meios de comunicação fazem o jogo do Sistema. Explico: estava assistindo ao noticiário e, em certo momento, informam sobre o GENOCÍDIO NAZISTA-SIONISTA do governo Netanyahu e, em seguida, falam sobre a feira de armamentos que acontecia naquele momento em Madri. Alguns representantes dessas indústrias apareceram elogiando as “virtudes” de seus “brinquedinhos” de morte – o que já deveria ser motivo de vergonha na cara –, mas está claro que não têm nenhuma. E ainda por cima, o repórter da emissora de TV disse: “o setor da indústria militar vive um momento doce”. É preciso ter muito pouca consciência para dizer uma frase dessas. Mas, friamente falando, ele estava certo: principalmente com a invasão da Ucrânia, o GENOCÍDIO NAZISTA-SIONISTA contra o povo palestino, e mais de 50 outros conflitos armados no planeta, a indústria da morte está com suas contas bancárias transbordando.

E a cereja do bolo veio com Netanyahu e seu ataque ao Irã – que, como se esperava, buscava a intervenção de seu amigo, o “xerife americano”, agora com outro lunático na presidência. Netanyahu justifica o ataque ao Irã dizendo que é para evitar que desenvolvam a bomba atômica. Ele quer que apenas Israel tenha esse poder na região – o que dá ao governo genocida de Israel carta branca para fazer o que quiser. Veremos as consequências disso.

O que sempre me chamou atenção é a vassalagem da maioria dos Estados e governos perante o Capitalismo e o governo dos Estados Unidos da América. Essa submissão faz com que certos atos não sejam considerados terroristas – desde que você seja amigo do patrão americano. Os Estados Unidos da América são a maior organização criminosa e terrorista do planeta. Prova disso é que, desde a Segunda Guerra Mundial, bombardearam cerca de 30 países, derrubaram governos e assassinaram todos aqueles que se opuseram aos seus interesses. Um exemplo são todas as ditaduras criminosas da América Latina.

Nós, anarquistas, dizemos – como sempre dissemos – NÃO À GUERRA. E ela estará sempre presente, como uma espada de Dâmocles, enquanto existirem o Capitalismo, seus governos, seus exércitos, suas polícias e suas indústrias armamentistas.

A única forma de acabar com toda essa podridão que são o Capitalismo e seus governos fantoches é por meio da consciência dos povos e da realização da REVOLUÇÃO SOCIAL ANARQUISTA, que estabelecerá as bases de uma sociedade cujos pilares serão a LIBERDADE, a SOLIDARIEDADE e o APOIO MÚTUO. Essa Revolução não será um fim em si mesma, mas sim o começo – o ponto de partida para continuamente aperfeiçoar essa nova realidade.

Fonte: revistaorto.net

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Estrada de pó
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Camila Jabur

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