Comunicado de solidariedade da Persaudaraan Pekerja Anarko Sindicalis (PPAS-AIT) sobre a resistência popular na Indonésia em agosto e setembro de 2025

5 de setembro de 2025

Dedicamos este comunicado de solidariedade àqueles que foram assassinados pelo Estado: Affan Kurniawan, Andika Lutfi Falah, Iko Juliant Junior, Muhammad Akbar Basri, Rheza Sendy Pratama, Rusdamdiansyah, Saiful Akbar, Sarina Wati, Septinus Sesa e Sumari. Que seus nomes sejam eternos e nunca sejam reduzidos a meros números.

A ilusão da representação popular através do parlamento entrou em colapso. A DPR [Câmara dos Representantes da República da Indonésia], com suas mãos temerárias, forja incessantemente políticas que destroem a população, ao mesmo tempo em que aprofunda o abismo da desigualdade social. Enquanto cada vez mais de nós sofremos a condenação de viver sob o sofrimento e a exploração do Estado e do capitalismo, a DPR revela sua verdadeira natureza como parasitas, vivendo do suor do povo, recebendo salários obscenos com nossos impostos, somas inimagináveis para a imensa maioria.

A polícia, da mesma forma, revelou-se nada mais do que os cães de guarda das elites dominantes e do Estado, respondendo à legítima raiva popular com brutalidade crua. O assassinato do entregador de mototáxi Affan Kurniawan em 28 de agosto de 2025 (uma faísca lançada na caixa de madeira de uma fúria há muito acesa pelo Estado) foi respondido não com justiça, mas com cassetetes, punhos, gás lacrimogêneo e balas, deixando corpos mortos e mutilados em questão de dias.

O envio da polícia e do exército, armados com seu arsenal de armas e violência, aproxima o Estado da repressão fascista. Ao mesmo tempo, o Estado busca monopolizar a “verdade”, atacando a liberdade de imprensa e restringindo as redes sociais que divulgam notícias sobre a raiva popular e a podridão do Estado e de suas elites. Essa repressão é seguida por prisões arbitrárias de ativistas rotulados como provocadores da raiva do povo, pela detenção de centenas de manifestantes e pelo desaparecimento de dezenas de pessoas cujo paradeiro é desconhecido.

Por meio deste comunicado, a PPAS condena veementemente cada instrumento de repressão estatal. Choramos, honramos e nos enfurecemos por todos aqueles que foram mortos pelo Estado durante os levantes de 25 de agosto a 3 de setembro de 2025. Permanecemos firmes em solidariedade com as vítimas de prisões arbitrárias e com todos os desaparecidos.

Por tudo isso, a PPAS levanta a voz e pede justiça, exigindo:

1. Retirar do Parlamento seu falso mandato representativo;

2. Fim das prisões forçadas de ativistas e manifestantes;

3. Liberdade para aqueles que estão presos;

4. Devolução dos companheiros desaparecidos;

5. Retirada do financiamento policial e militar e desarmamento;

6. Esmagamento do fascismo estatal em todas as suas formas de repressão.

Que a justiça seja devolvida àqueles a quem é devida. Exijamos o impossível! Porque, no final, restam apenas dois caminhos: o da vitória dos oprimidos e explorados sob o Estado e o capitalismo ou o caminho do triunfo do fascismo.

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