
Entre 1941 e 1985, pelo menos 50 mil mulheres espanholas foram vítimas dos centros de reeducação do franquismo. Estima-se que, nesta altura, 30 mil crianças tenham sido retiradas às mães à nascença.
Pouco se fala de um capítulo sombrio da História recente de Espanha, que marcou mais de 50 mil mulheres durante o franquismo. Foram rotuladas de rebeldes e fechadas em centros de reabilitação moral, onde sofreram abusos, trabalho forçado e tiveram acesso limitado à escola. Esses institutos, controlados por grupos religiosos, reúnem hoje mais de 400 mulheres numa confederação que agora promove uma cerimónia de perdão às vítimas.
Na fotografia, Mariaje Lopez tinha oito anos e estava a dias de entrar para um centro católico de reabilitação moral, em Espanha.
Eram casas onde as mulheres até aos 25 anos de idade ficavam presas porque padres, vizinhos ou mesmo alguém da família considerava que elas eram “rebeldes” e estavam a desviar-se do padrão moral católico celebrado e defendido por Francisco Franco. O militar instaurou uma ditadura em Espanha, em 1939, que se estenderia até 1975, ano em que Franco morreria.
A suposta educação das moças – para aprenderem a cuidar do lar, do marido e dos filhos – era dada pela Igreja Católica espanhola em institutos de reabilitação que dependiam do Ministério da Justiça e eram supervisionados pelo “Conselho de Proteção da Mulher” – cuja presidente era a mulher de Franco.
Ser “rebelde” incluía ser mãe solteira e sozinha. Essas mulheres eram fechadas em centros como a maternidade de Peña Grande, nos arredores de Madrid.
Aos 76 anos, Paca Blanco lembra-se bem do que significava estar internada em Peña Grande: era mais de meio caminho para as mães ficarem sem os filhos e sem perceberem porquê. As associações que defendem as vítimas estimam que, durante o franquismo, cerca de 30 mil crianças foram retiradas às mães à nascença.
Há estudos que apontam para que, entre 1941 e 1985, pelo menos 50 mil mulheres espanholas tenham sido vítimas destes centros de reeducação.
agência de notícias anarquistas-ana
entre miados
o gato enamorado
roçando o bigode.
Luciana Bortoletto
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!
Não entendi uma coisa: hoje ele tá preso?
Vlw Ana, por sempre atualizar quem fala portugues sobre as movidas gregas!