
Redes Libertárias
Mais de 1.000 pessoas foram executadas no Irã durante este ano, denunciaram especialistas das Nações Unidas. Segundo Iran Human Rights, é a cifra mais alta nos últimos 30 anos. IHR, com sede na Noruega, contabiliza e verifica as execuções no Irã diariamente. A organização se queixa da ausência de reações internacionais ante esta barbárie.
O IHR afirmou que suas cifras são “um mínimo absoluto”, e que a cifra real provavelmente seja maior “devido à falta de transparência e as restrições à informação”. No Irã, as execuções se realizam atualmente mediante enforcamento, ainda que no passado se empregassem outros métodos. A maioria se realiza na prisão, ainda que ocasionalmente se realizem enforcamentos públicos. Segundo as organizações de direitos humanos, o Irã é o segundo país com maior número de execuções do mundo, depois da China, onde se crê que se executam milhares de pessoas ao ano, ainda que não se dispõe de cifras precisas.
O número de pessoas executadas pelas autoridades iranianas nos nove primeiros meses deste ano já superou a cifra de 972 execuções do ano passado. O IHR informou que a maioria dos enforcamentos se devia a delitos não letais, e que 50% das execuções se deviam a casos relacionados com drogas. Ao menos 499 pessoas foram executadas por este motivo, um aumento brutal com relação às entre 24 e 30 execuções anuais registradas entre 2018 e 2020.
Do total de execuções no que vai de 2025, 28 foram de mulheres, muitas das quais foram condenadas após matar a um marido por sofrer violência de gênero.
Desde os protestos Mulher, Vida, Liberdade de 2022, as autoridades iranianas aumentaram o uso da pena de morte como ferramenta de repressão estatal e, assim, esmagar a dissidência. Após a escalada de hostilidades entre Israel e Irã em junho de 2025, as autoridades também intensificaram o uso da pena de morte sob pretexto da segurança nacional. Desde 13 de junho de 2025, ao menos dez homens foram executados por acusações de motivação política, oito dos quais foram acusados de espiar para Israel.
É muito comum, que as pessoas em situação de risco de ser condenadas a morte o sejam por acusações excessivamente amplas e pouco definidas, como “inimizades contra Deus” (moharebeh), “corrupção na terra” (efsad-e fel-arz) e “rebelião armada contra o Estado” (baghi).
As investigações da Anistia Internacional demostraram que os tribunais revolucionários, que exercem jurisdição sobre delitos relacionados com a segurança nacional e as drogas, carecem de independência e impõem condenações severas, incluída a pena de morte, após julgamentos manifestamente injustos, e que às pessoas julgadas ante ditos tribunais lhes negam sistematicamente seu direito a um julgamento justo.
A aplicação da pena de morte tem tido um impacto desproporcional sobre as minorias marginalizadas, especialmente as pertencentes às comunidades afegãs, baluchi e kurda. Ao menos duas mulheres kurdas, a trabalhadora humanitária Pakhshan Azizi e a dissidente Verisheh Moradi, estão condenadas à morte e correm o risco de serem executadas.
O número de pessoas afegãs executadas pelas autoridades iranianas teve um crescimento triplicado, passando de 25 em 2023 a 80 em 2024. Esta tendência alarmante coincide com uma proliferação dos discursos racistas e xenófobos por parte das autoridades iranianas e se produz em meio de uma onda sem precedentes de expulsões massivas forçadas de pessoas de nacionalidade afegã que afeta inclusive às nascidas no Irã.
Fonte: https://redeslibertarias.com/2025/10/13/iran-mas-de-mil-personas-ejecutadas-en-lo-que-va-de-ano/
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
a sombra da nespereira
mergulha
na frescura do poço
Rogério Martins
boa reflexão do que sempre fizemos no passado e devemos, urgentemente, voltar a fazer!
xiiiii...esse povo do aurora negra é mais queimado que petista!
PARABÉNS PRA FACA E PRAS CAMARADAS QUE LEVAM ADIANTE ESSE TRAMPO!
Um resgate importante e preciso. Ainda não havia pensado dessa forma. Gratidão, compas.
Um grande camarada! Xs lutadores da liberdade irão lhe esquecer. Que a terra lhe seja leve!