
No contexto de 23 dias de paro nacional convocado pelo movimento indígena e trabalhadores contra a eliminação do subsídio ao diesel e outras demandas, o Equador atravessa uma crise marcada pela repressão estatal, bloqueios generalizados e denúncias de violações a direitos humanos. Ascendem a três os assassinados pelo estado após o “comboio humanitário” que levou repressão à província mais conflitiva.
Por ANRed | 15/10/2025
Três falecidos e uso excessivo da força
A repressão estatal deixou ao menos três mortos e mais de quarenta feridos na província de Imbabura, epicentro dos protestos. Entre os falecidos se mencionam um comuneiro de Chachimbiro, José Huamán — ferido por intactos de bala — e Rosa Paqui Seraquive, uma mulher idosa que morreu por asfixia derivada do uso intensivo de gás lacrimogêneo.
Organizações humanitárias confirmaram a cifra de três mortos, denunciando que a repressão foi ordenada pelo governo de Daniel Noboa. Ademais, se denuncia que militares ingressaram em hospitais e centros de saúde em Imbabura para deter pessoas feridas, e que ao pessoal médico haviam instruído a não dar atenção a feridos ou alertar imediatamente à Polícia.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) emitiu um chamado ao Governo para estabelecer um diálogo inclusivo e evitar novas violações a direitos humanos, advertindo que o uso de armas de fogo em contextos de protesto está estritamente proibido. Também o expressaram relatores da ONU para a questão indígena.
Otavalo: cidade sitiada, isolada e com escassez
Enquanto isso, a cidade de Otavalo, situada a uns 60 km de Quito, ficou praticamente isolada após os bloqueios de rotas de acesso. Os enfrentamentos entre manifestantes e forças de segurança deixaram dezenas de feridos, e 31 detidos reportados pela Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie). O governo tem sido cruel com a população. No domingo passado, 28 de setembro a repressão sobre a cidade deixou as imagens do assassinato por parte do exército de Efrain Fuerez pai de dois filhos, de 48 anos de idade.
A cidade sitiada comunicou que a atividade comercial e turística esteve paralisada. A Câmara de Turismo local estima perdas diárias de 2 milhões de dólares devido às restrições impostas. A população local denuncia que já começa a escassear o alimento e outros bens essenciais: “está acabando quase todos os alimentos e o pior é que não há quem venda”, declarou uma empregada do centro de Otavalo.
O Governo disse ter enviado “um comboio humanitário” com combustível, remédios e alimentos, que conseguiu ingressar na madrugada após mais de três semanas de reprimir bloqueios. As imagens que foram captadas só mostraram caminhões com centenas de soldados levados para dissolver o protesto.
Um panorama de confronto e exigências
As denúncias de organizações não governamentais e direitos humanos advertem que a repressão inclui táticas militares dentro de centros de saúde, detenções arbitrárias, uso desproporcional da força, e uma criminalização do protesto indígena. São 23 dias de paro nacional e a única estratégia do governo tem sido a repressão.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Greve na fábrica:
as máquinas paradas
sonham com selvas.
Liberto Herrera
boa reflexão do que sempre fizemos no passado e devemos, urgentemente, voltar a fazer!
xiiiii...esse povo do aurora negra é mais queimado que petista!
PARABÉNS PRA FACA E PRAS CAMARADAS QUE LEVAM ADIANTE ESSE TRAMPO!
Um resgate importante e preciso. Ainda não havia pensado dessa forma. Gratidão, compas.
Um grande camarada! Xs lutadores da liberdade irão lhe esquecer. Que a terra lhe seja leve!