
A COP-30 está transformando Belém do Pará em palco do capitalismo verde. Por trás do espetáculo, corporações como Vale, Petrobras, Hydro/Alunorte, NuBank, etc despejam dezenas de milhões de reais de recurso público via Lei Rouanet para lavar suas imagens como “sustentávei” enquanto, na prática, aprofundam a destruição da Amazônia e atacam trabalhadores e povos indígenas.
Sexta-feira 17 de outubro
Dados inéditos levantados pelo Esquerda Diário mostram como o recurso público, que deveria financiar políticas sociais e culturais, reparação ambiental, é desviado para campanhas culturais de marketing corporativo — especialmente em projetos ligados à COP ou à cultura Amazônica. A COP-30 vende um discurso de crescimento com respeito à biodiversidade, mas, na prática, vemos que cresce a dependência do Brasil ao capital internacional e ataques aos trabalhadores.
Em setembro, mais de 5 mil operários da construção civil de Belém cruzaram os braços em uma forte greve, afetando 70% das obras relacionadas a COP-30. As reivindicações eram mínimas, mas foram atropeladas por uma proposta patronal vergonhosa, que expõe quem de fato lucra com a vitrine sustentável: os patrões, enquanto os trabalhadores ficam com a precarização e um mundo devastado pela destruição ambiental.
É dentro desta lógica que as gigantes do greenwashing se movem. A Petrobras usa sua posição como estatal para pressionar por licenças e avançar sobre a Margem Equatorial, ameaçando territórios indígenas e ribeirinhos, sob a justificativa falsa da “soberania energética”, enquanto os lucros correm para os bolsos dos banqueiros de Wall Street. A Vale segue operando e lucrando sobre passivos ambientais de Mariana e Brumadinho, enquanto financia festivais e eventos em Canaã dos Carajás e favelas de Belém. Hydro/Alunorte, com histórico de vazamentos químicos em Barcarena, investe em museus e exposições para encobrir poluição e desassistência às comunidades. NuBank também surfa na onda enquanto seu capital é investido massivamente em ativos com emissões recorde de CO2.
Lei Rouanet: Controle Neoliberal da Cultura
Criada como parte do pacote neoliberal nos anos 1990, a Lei Rouanet (Lei nº 8.313 de 1991) transfere para o mercado — ou seja, para grandes empresas — o poder de escolher o que se financia culturalmente no país. Até 4% do imposto de renda devido por empresas pode ser direcionado a projetos rentáveis em imagem, enquanto arte popular, crítica ou comunitária ficam na míngua sem apoio. As empresas não doam seu próprio dinheiro — elas decidem como gastar o dinheiro público que deixaram de recolher em impostos, usando-o para marketing corporativo e construção de imagem institucional. O resultado é dependência e autocensura: artistas e produtores tornam-se reféns da lógica do capital, trocando liberdade criativa por sobrevivência.
Concentração dos recursos
A investigação exclusiva revelou 24 projetos culturais vinculados diretamente à COP-30, totalizando R$ mais de 70 milhões aprovados e mais de R$ 31.920.312,43 milhões já captados e em uso. A Vale lidera, com R$ 13 milhões em 9 projetos de marketing e aculturação. Petrobras soma R$ 9,9 milhões, Hydro/Alunorte R$ 1,5 milhão, NuBank R$ 4,1 milhões — todos fazendo do cenário amazônico o palco de suas campanhas de responsabilidade social, enquanto avançam sobre territórios e direitos dos trabalhadores.
>> Leia o texto na íntegra aqui: https://www.esquerdadiario.com.br/Mais-de-R-30-milhoes-de-recurso-publico-viram-Greenwashing-da-Petrobras-Vale-e-outras-gigantes-para?amp=1
agência de notícias anarquistas-ana
abelha na flor
a brisa nas árvores
eu com teu sabor
Carlos Seabra
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!
Não entendi uma coisa: hoje ele tá preso?