[Santarém-PA] Nota de repúdio do Movimento Tapajós Vivo à presença de Lula

No domingo, 02 de novembro, enquanto o presidente Lula visitava a aldeia indígena Vista Alegre de Capixauã, na região de Santarém, o Movimento Tapajós Vivo – formado por comunidades indígenas e ribeirinhas, que surgiu em 2009 como resistência aos impactos socioambientais na bacia do rio Tapajós – divulgava nota de repúdio à sua presença na região.

Em post no Instagram, a organização comentou na legenda: 

Hoje, o presidente Lula visitou o Baixo Tapajós. Mas como entender essa visita, se este é o mesmo governo que abriu caminho para a privatização dos rios e para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas? É a contradição de quem fala em proteger, mas age diferente. O Tapajós vê, sente… e não esquece“.

No texto da nota, destaca:

Consideramos incoerente sua presença na região, tendo em vista que seu governo assinou o decreto que visa “privatizar os rios Tapajós, Madeira e Tocantins-Araguaia para uso logístico do agronegócio, além de apoiar a exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas – medidas que ameaçam diretamente nossos territórios, modos de vida e ecossistemas fundamentais para a Amazônia. Não aceitamos “jardinagem” no período da COP30“.

A revolta dessas comunidades deve-se ao Decreto nº 12.600, de 28 de agosto de 2025, assinado por Lula, que inclui hidrovias dos rios Madeira, Tapajós e Tocantins no Programa Nacional de Desestatização (PND), prevendo a concessão de trechos navegáveis para a iniciativa privada.

Os trechos a serem concedidos são:

– Madeira: Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM);

– Tocantins: Belém (PA) a Peixe (TO); e

– Tapajós:  Itaituba (PA) a Santarém (PA).

A concessão de mais de 3 mil km de vias navegáveis é aplaudida e vista como forma de modernização por setores econômicos, em especial pelo agronegócio. Contudo, enfrenta críticas de ambientalistas e de comunidades tradicionais da Amazônia, que temem a falta de consulta às populações ribeirinhas e indígenas e impactos socioambientais).

agência de notícias anarquistas-ana

No jardim dos sonhos,
joaninha foi ao jantar:
Ar de primavera.

Tanka

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