
Na madrugada de quinta-feira, 20 de novembro, foi deflagrada a operação Ipogeu orquestrada pela Procuradoria de Catania, com buscas em Catania, Palermo, Messina, Siracusa e Bari. Para três das dezesseis companheirxs investigadxs foi decretada a detenção na prisão como medida cautelar. Os fatos contestados referem-se ao que aconteceu durante o cortejo de Catania do último 17 de maio contra o Decreto de Segurança.
Interrupção de serviço público, pichação, lesão corporal, roubo e devastação e saque, estas são as principais acusações que a Procuradoria move contra os dezesseis companheirxs. O resgate do crime de devastação e saque, introduzido no ventênio fascista com o Código Rocco e recuperado e legitimado a partir do G8 de Gênova, é totalmente estratégico. Sua extrema ambiguidade permite sua aplicação nos contextos mais diversos, tornando-o um perfeito elemento de dissuasão para cortejos e manifestações que não pretendem se limitar aos cercados da concertação, que não se contentam com meras caminhadas e, pelo contrário, expressam nas ruas um firme antagonismo político. Além disso, a severidade das penas (de oito a quinze anos) que este crime prevê o torna um instrumento ideal para aterrorizar e reprimir o conflito.
A contribuir para tornar o quadro ainda mais sombrio está o uso generalizado do dispositivo do concurso em crime, também amplamente atribuído a boa parte das companheirxs investigadxs na Operação Ipogeu. Trata-se de um artigo do Código Penal que atinge quem se considera concorrer material ou moralmente para o crime contestado, prevendo a mesma pena deste. Para a Polícia e para a imprensa foi mais uma oportunidade para regurgitar à opinião pública a usual retórica dos bons e dos maus. Repetem-nos que quem coloca em prática ações que excedem o limite da legalidade é um infiltrado que polui as lutas justas, aquelas bem delimitadas dos sinceros democratas, e deve, portanto, ser isolado.
O cortejo no centro da operação, que atravessou Catania passando sob a prisão da Piazza Lanza, opunha-se ao Decreto de Segurança, o mais recente instrumento com o qual o Estado e os patrões se armam na guerra interna contra oprimidos e explorados. O chamado Decreto de Segurança, tornado lei em junho, com seu conjunto nauseabundo de novos crimes e agravantes prevê cada vez mais prisão para os excluídos e para quem se rebelar contra o estado atual das coisas. Contra estas medidas as companheirxs presxs e investigadxs se opuseram e por isso foram atingidxs pela repressão. É fundamental agora não deixá-lxs sozinhxs, mostrando proximidade, apoio e solidariedade.
Onde o nível do confronto se abaixa, a repressão tem campo livre. Diante do aperto repressivo, a única maneira que temos de resistir é não nos curvar às regras da contraparte, mas dar força e alimentar nossas práticas, reagindo ao isolamento. Até mesmo as recentes manifestações em solidariedade à resistência do povo palestino demonstraram isto: não aceitar as limitações impostas pelo novo Decreto de Segurança torna mais difícil para o Estado e para seus gendarmes aplicarem seu conteúdo.
O ÚNICO INFILTRADO É O ESTADO!
AGORA E SEMPRE SOLIDARIEDADE!
BAK, LUIGI E ALE LIBERTXS!
Para apoiar os companheiros, escreva para vumsec@canaglie.net
Fonte: https://brughiere.noblogs.org/post/2025/12/03/chi-devasta-e-lo-stato-chi-saccheggia-e-il-capitale/
Tradução > Liberto
Conteúdo relacionado: https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/11/27/italia-sobre-a-operacao-maistrali-em-cagliari/
agência de notícias anarquistas-ana
Lá na cerca
coruja imóvel e atenta
só mexe os olhos.
Maria Fernanda dos Santos Rebouças
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!
Não entendi uma coisa: hoje ele tá preso?