
Acusado pela Hungria de Viktor Orbán de violência contra uma marcha neonazista em Budapeste, o ativista antifascista Gino voltou a ser alvo de um mandado de prisão europeu. Ele foi detido na região de Paris.
Em 16 de dezembro, o ativista antifascista Rexhino Abazaj, nascido na Albânia e conhecido como Gino, foi preso e detido na região de Paris. A prisão, efetuada por agentes da Subdireção Antiterrorista da Polícia Judiciária (SDAT), ocorreu em resposta a um mandado de prisão europeu emitido pela Alemanha contra o ativista.
Ele está sendo processado na Hungria por atos de violência supostamente cometidos contra neonazistas em Budapeste. Após um mandado de prisão europeu inicial emitido pela Hungria, Gino já havia sido detido na França de novembro de 2024 a fevereiro de 2025. Ele é acusado – juntamente com cerca de outras dez pessoas – de ter participado de atos de violência contra neonazistas em 2023, durante uma marcha de extrema-direita organizada anualmente na capital húngara: o “Dia da Honra”, que reúne cerca de quinhentos participantes e comemora a aliança entre soldados da Waffen-SS e soldados húngaros durante o cerco de Budapeste pelo Exército Vermelho no inverno de 1945 (a ditadura húngara era então aliada de Hitler).
Os riscos de um julgamento injusto
Se extraditado para a Hungria de Viktor Orbán, Gino pode enfrentar até 21 anos de prisão. Em fevereiro de 2025, o Tribunal de Apelação de Paris negou sua extradição, considerando os riscos de um julgamento injusto e de más condições de detenção muito elevados. O ativista foi, portanto, libertado sob supervisão judicial. Entre os outros indivíduos que receberam mandados de prisão semelhantes neste caso, a eurodeputada italiana Ilaria Salis foi libertada em junho de 2024, após sua eleição para o Parlamento Europeu. Maja T., cidadã alemã, foi extraditada pela Alemanha para a Hungria no verão de 2024.
Gino conta com o apoio de diversos coletivos que denunciam as políticas repressivas húngaras. Entre eles, o Comitê de Solidariedade de Budapeste, fundado após sua primeira prisão em novembro de 2024, também defende outros casos semelhantes, notadamente o de Zaid, um ativista antifascista de origem síria, e o de Maja, que está detida na Hungria há mais de um ano e aguarda julgamento, ao final do qual ambos podem ser condenados a até 24 anos de prisão.
Se a extradição, desta vez para a Alemanha, for confirmada em 24 de dezembro, Gino corre o risco de ser entregue às autoridades húngaras, como aconteceu com Maja. A situação é particularmente alarmante, dadas as condições prisionais do país. Em um relatório publicado em 16 de dezembro de 2025, o Comitê Europeu para a Prevenção da Tortura e de Penas ou Tratamentos Desumanos ou Degradantes (CPT) expressou grave preocupação com as condições de detenção nas prisões húngaras, especialmente em Tiszalök.
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Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!
Não entendi uma coisa: hoje ele tá preso?