Romper com a conciliação!

ÀS RUAS PELOS DIREITOS DO POVO E CONTRA OS TRÊS PODERES DOS PATRÕES!

A extrema direita é um desdobramento radicalizado do Estatismo. O bolsonarismo expressou esse desdobramento em especial quando esteve no poder de Estado, buscando aprovar leis que subsidiassem a violência do Estado sobre o povo.

As manifestações do domingo (07/12) contra a violência patriarcal e misógina colocaram na rua milhares de mulheres contrárias ao conservadorismo da extrema direita e à violência misógina a qual as mulheres em geral são vítimas, mas em especial as mulheres trabalhadoras. Em que pese a característica policlassista em geral destes atos, a FOB levantou a pauta em defesa da mulher trabalhadora, principal vítima da opressão machista e exploração capitalista.

Nos dias que se seguiram o Congresso Inimigo do Povo entrou em contraofensiva aprovando o PL da dosimetria e o Marco Temporal, garantindo tratamento privilegiado aos golpistas do 8 de janeiro de 2023 e atacando frontalmente o direito ao território dos Povos Originários.

A esquerda governista, renovada (PSOL/UP) ou degenerada (PT/PcdoB/PDT) rapidamente convocou novas manifestações para o dia 14/12, desta vez com a palavra de ordem “SEM ANISTIA”. Entendemos que esta palavra de ordem é o reforço do Estado burguês, em especial, da repressão estatal. É de fundo, defender o recrudescimento das instituições burguesas sobre o povo, que de acordo com a correlação de forças e avanço das lutas do povo pobre e explorado, se voltará contra as camadas populares em luta e contra os revolucionários.

Esta leitura não significa que a FOB defende a pauta da anistia, pelo contrário. A ação do congresso expressa aquilo que o hino dos trabalhadores já denunciou há mais de um século “o crime do rico a lei o cobre, o Estado esmaga o oprimido, não há direitos para o pobre, ao rico tudo é permitido.” Que as elites realizam grandes acordos, e modificam as leis visando seus interesses, como o grande acordo que envolveu as frações do parlamento, judiciário e executivo na aprovação do PL da dosimetria. Ou seja, os interesses da extrema direita envolvem o recrudescimento do Estado penal apenas para a população pobre, não pros de “colarinho branco”, como a corja golpista.

Para virar o jogo nosso papel não deve ser reforçar o Estado repressor e construir manifestações visando apenas alterar o coeficiente eleitoral como vem fazendo as frações governistas, mas levar às ruas pautas concretas para a nossa classe como o combate ao marco temporal e contra a escala 6×1, defendendo a 4×3 com no máximo 30 horas semanais. Estas bandeiras atendem aos povos oprimidos e explorados pelo grande capital, em especial as mulheres que sofrem com a jornada de trabalho e a jornada do “cuidado” doméstico devido a tradição patriarcal.

Em algumas cidades os atos estão sendo convocados com shows, inviabilizando a possibilidade de manifestações combativas. Novamente a esquerda reformista repete a tentativa de controlar a fúria popular através de manifestações festivas. As manifestações são instrumentos de demonstração de insatisfação com algo, no caso, com a tentativa de salvar o bolsonarismo e atacar o acesso dos povos originários às suas terras. Portanto as manifestações são instrumentos de potencial explosão de indignação popular. Já as festas tem por objetivo agregar as pessoas pela música e sociabilidade.

Ao reformismo é interessante misturar ambas as coisas, pra tirar o possível caráter de combatividade e de autonomia popular de uma manifestação, conduzindo os afetos e interesses das massas para a sociabilidade festiva, apresentando como saída a disputa pela balança eleitoral que venha a desfavorecer a extrema direita mesmo que para isso setores da direita tradicional sejam favorecidos. Já para os revolucionários é um processo que deseduca às massas a lutar, entregando aos “políticos profissionais” a responsabilidade de representar o povo, cabendo a estes serem apenas massa de manobra das elites políticas.

Orientamos a denúncia e combate à lei da dosimetria e ao Marco Temporal. Combatemos a extrema direita com as armas do proletariado, com pautas que contestem o sistema econômico capitalista, como a escala 4×3 de no máximo 30h/s, o direito à terra dos povos originários. Estas pautas sendo arrancadas através de organização popular que vão amadurecendo e realizando manifestações que acumulem para uma Greve Geral que possa emparedar os capitalistas através do combate classista!

Camaradas, ao trabalho e às ruas!

Fim da escala 6×1. Em defesa da escala 4×3 de até 30 horas semanais!

Contra o Marco Temporal! Pelo direito à terra dos povos originários!

Construir a Greve Geral!

lutafob.org

agência de notícias anarquistas-ana

ao seu voo rápido
borboletinha amarela
o mais é cenário!

Gustavo Terra

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