
Não preciso nem desejo a vossa disciplina. Quanto às minhas experiências, quero vivê-las por mim mesma.
É delas, e não de vós, que tirarei a minha regra de conduta. Quero viver a minha vida.
Os escravos e os lacaios inspiram-me horror.
Detesto quem domina e repudio quem se deixa dominar.
Aquele que consente em inclinar as costas sob o chicote não vale mais do que aquele que o chicoteia.
Amo o perigo e me seduz o incerto, o imprevisto. Desejo a aventura e não dou a mínima para o sucesso.
Odeio a vossa sociedade de funcionários e administrados, milionários e mendigos.
Não quero adaptar-me aos vossos costumes hipócritas nem às vossas falsas cortesias.
Quero viver os meus entusiasmos no meio do ar puro da liberdade.
Suas ruas traçadas com régua torturam meu olhar, e seus edifícios uniformes fazem ferver de impaciência o sangue de minhas veias. Ignoro para onde vou. E isso me basta.
Sigo em frente meu caminho, ao sabor de meus caprichos, transformando-me incessantemente, e não quero ser amanhã semelhante ao que sou hoje.
Vago sem rumo e não me deixo tosquiar pela tesoura de um único comentador. Sou amoral.
Sigo em frente, eternamente apaixonada e ardente, entregando-me ao primeiro homem que se aproxima de mim, ao caminhante esfarrapado, mas não ao sábio sério e presunçoso que gostaria de regulamentar o comprimento dos meus passos.
Nem ao doutrinário que gostaria de me fornecer fórmulas ou regras.
Não sou uma intelectual; sou uma mulher.
Uma mulher que vibra diante dos impulsos da natureza e das palavras amorosas.
Odeio todas as correntes e todos os obstáculos, adoro passear nua, deixando que os raios do sol voluptuoso acariciem minha pele.
E, ó ancião, pouco me importa que a sua sociedade se parta em mil pedaços, desde que eu possa viver a minha vida.
– Quem és tu, garota sugestiva como o mistério e selvagem como o instinto?
– Sou a Anarquia.
Émile Armand (1872-1962) foi um anarquista individualista francês. Fundou, junto com outros individualistas, a Ligue Antimilitariste e editou o jornal L’En-Dehors por 17 anos.
agência de notícias anarquistas-ana
Em cima da folha
Joaninha descansa
Que colorido!
Andréa Cristina Franczak
Perfeito....
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!