[Alemanha] Hamburgo: 1° de Maio Anarquista de 2024

Há cinco anos, saímos juntos às ruas pela primeira vez para um 1° de Maio anarquista. Em cinco anos muita coisa aconteceu. Uma pandemia global matou milhões de pessoas e abriu caminho a uma solidariedade sem precedentes entre esotéricos, ideólogos da conspiração e racistas, tendo um impacto poderoso no chamado “meio” da sociedade. A AfD [partido de extrema direita alemão] está em uma ascensão desenfreada e a guinada da sociedade à direita continua.

Há guerra novamente na Europa, um fato que está dando origem a muita discussão.  Infelizmente, a matança e o assassinato contínuos em muitas outras partes do mundo não recebem tanta atenção. Como no Curdistão, por exemplo, onde o projeto progressista de Rojava continua a ser alvo de um estado da OTAN com força letal. E bem perto de nós, na República Federal da Alemanha, a repressão contra os antifascistas está se tornando cada vez mais opressiva: qualquer pessoa que realmente se levante contra os nazistas pode esperar ter a porta de seu apartamento arrombada e acabar na cadeia. A propósito, o clima está mudando cada vez mais rápido e os protestos contra os responsáveis pelas mudanças climáticas estão se tornando cada vez mais perigosos.

Há motivo suficiente para irmos às ruas pela quinta vez no 1º de Maio (sem o Corona, seria a sexta vez). Para articular nossa raiva, mas também para lutar por uma sociedade melhor, uma vida de qualidade e um uso sustentável dos recursos, para o benefício de toda a humanidade – pela anarquia.

Mas também há vitórias a serem comemoradas. Os sucessos do movimento e, especificamente, os da nossa aliança. Nos últimos anos, a repressão contra nossas manifestações aumentou cada vez mais. Houve feridos com risco de morte, ataques da polícia pelos motivos mais triviais e manifestações que nem sequer puderam começar. Por terem sido proibidas ou por terem sido simplesmente bloqueadas por uma força superior militarizada, sem nenhuma proibição.

No entanto, ainda estamos aqui. Passamos de um pequeno grupo organizacional para uma grande aliança. Vários grupos anarquistas se conheceram por meio da manifestação e agora trabalham juntos em um espírito de confiança. O cenário anarquista do norte da Alemanha cresceu nos últimos anos, tornando-se mais vivo, mais criativo e mais resistente. Essa não foi, de forma alguma, a única conquista de nossa aliança. Mas estamos muito felizes por termos contribuído para isso. Queremos comemorar essa e todas as outras grandes e pequenas vitórias do anarquismo junto com vocês.

Depois da manifestação, ainda tem mais. No dia 4 de maio, comemoraremos nosso aniversário junto com vocês no Rote Flora. Porque se você não pode dançar… você sabe.

Novamente em 2024: Nas ruas, em palestras, nas barricadas. Eduquem-se, eduquem os outros, formem gangues. Pela anarquia.

PS: Este ano iniciaremos no dia 1º de Maio com um mês de promoções. Mais informações podem ser encontradas aqui: https://sr1m.blackblogs.org/1-mai/1-mai-2024/aktionsmonat-zum-1-mai/

https://sr1m.blackblogs.org/

Tradução > meiocerto

agência de notícias anarquistas-ana

Sob o futon
Alguém está dormindo –
Montanhas do Leste.

Hattori Ransetsu

[Espanha] Oficina de ocupação de Sevilha

A ocupação em Sevilha não apenas existe e resiste, mas também continua a se reproduzir, apesar da guerra travada contra ela em todas as frentes. A batalha cultural contra a ocupação em todo o estado continua a não dar frutos. Como ela sempre resiste, há sempre brotos e grupos de ocupação surgindo na cidade, prontos para travar uma guerra contra o Estado e seu pilar mais sagrado: a propriedade privada. O fato de tanto esforço ser dedicado a estigmatizar, criminalizar e tornar invisível o movimento de ocupação mostra o potencial político que ele tem, a natureza radical de seu discurso e ação.

Com a Oficina de ocupação, queremos eliminar toda essa propaganda neoliberal contra a ocupação e defendê-la com todas as ferramentas à nossa disposição.

A partir da Oficina de ocupação, enfrentamos a mídia lixo, o banqueiro, o proprietário de vários imóveis, o indivíduo que decide aumentar o preço do aluguel porque o mercado assim o exige, o proprietário que decide transformar sua casa em um apartamento turístico, o Estado e seus braços para dizer-lhes que são escória, que com a moradia não se brinca, não se especula! Que não é um negócio!

Para a Oficina, tanto o aluguel quanto a propriedade são roubo, são os símbolos máximos da desigualdade social, a base e a razão do capitalismo. A sacralização da propriedade nos perturba, nos machuca. Quem possui e não mora em uma casa, mas a possui apenas para obter lucro e, portanto, a explora, oprimindo aqueles que não têm condições de comprá-la, torna-se um inimigo. O aluguel oprime ao gerar hierarquias miseráveis entre proprietários e inquilinos.

O aluguel nada mais é do que o direito de abusar da propriedade. Por meio do aluguel, a propriedade privada permite que os proprietários vivam do trabalho de outros. Ela permite que eles vivam da história, do aluguel.

A partir da Oficina, queremos confrontar o discurso democrático liberal repugnante que defende pessoas sem casas e casas sem pessoas, vomitamos em suas leis macabras que defendem a propriedade acima de qualquer outra coisa que desconsidere a necessidade de ter um lar. E nos dedicaremos a promover, compartilhar, divulgar e defender a ocupação.

Caminharemos ao lado daqueles que querem confrontar os pilares do Estado ocupando e politizando suas vidas diariamente. Para travar uma guerra contra a propriedade e seus defensores, da polícia ao juiz, do banco ao multiproprietário, do governo ao Estado. Todos eles exploradores de outros.

Toda casa vazia deve ser ocupada e colocada em uso.

Toda ocupação significa resistência e ataque ao capitalismo. Toda ocupação é um sopro de ar fresco, de liberdade.

OKUPE E RESITE!

RESISTIR VALE A PENA!

Abrimos a Oficina de ocupação todas as quartas-feiras, das 18:00 às 20:00, no CSOA Malatesta (C/Escarpia, 48).

ofideokupacionsevilla.noblogs.org

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

De manhã, a brisa
encrespa o igarapé
e penteia as águas.

Anibal Beça

[Grécia] Atenas: Protesto em frente à embaixada da Alemanha | Solidariedade com os 3 processados como membros da RAF

No domingo, 14/04, atendendo ao chamado da Cruz Vermelha Internacional para um dia global de ação em solidariedade a ativista da RAF Daniela Klette, presa na Alemanha, e aos camaradas E. Staub e B. Garweg, que são perseguidos e processados como membros da RAF, realizamos uma concentração solidária em frente à embaixada alemã, em Atenas.

A manifestação durou cerca de uma hora, com os companheiros e as companheiras que participaram gritando slogans. Uma faixa foi aberta na rua Loukianou e panfletos foram distribuídos para os transeuntes.

Anarquistas

Conteúdos relacionados:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/03/12/alemanha-berlim-manifestacao-de-solidariedade-para-a-raf/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/03/08/alemanha-convocacao-para-manifestacao-em-solidariedade-a-daniela-klette-e-a-todas-as-pessoas-perseguidas-e-presas/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/02/29/autoridades-alemas-detem-daniela-klette-integrante-do-extinto-grupo-anticapitalista-baader-meinhof/

agência de notícias anarquistas-ana

Os pardais voam
De espantalho para
Espantalho

Sazanami

Palestra: Simón Radowitzky e as origens do Primeiro de Maio na Argentina

Simón Radowitzky, 1889?-1956. Aprendeu a ler e quase imediatamente a trabalhar. Participou dos protestos de sua época e conheceu as ideias revolucionárias; era um entusiasta do anarquismo. Sofreu a repressão czarista no Império Russo. Aos vinte e poucos anos, já em Buenos Aires, executou Ramón Falcón, o político-militar sanguinário responsável pelo massacre de 1º de maio de 1909. Depois de seu ato, ele tentou fugir, até mesmo cometer suicídio, mas foi pego vivo e não foi perdoado. Ele passou exaustivos vinte anos na prisão em Ushuaia. Houve uma campanha bem-sucedida para libertá-lo. Depois disso, voltou a viver na prisão por um tempo e lutou o quanto pôde no Uruguai. Participou da revolução de 1936 na Espanha. Com outro nome, continuou a lutar até morrer no México, onde permaneceu por quinze anos.

Nós o convidamos a compartilhar esses e outros episódios de sua vida, sua luta e sua época. Sábado, 20 de abril, em Rosário, e sábado, 27 de abril, em CABA (Buenos Aires).

bibliotecaalbertoghiraldo.blogspot.com

agência de notícias anarquistas-ana

Ameixeiras brancas —
Assim a alva rompe as trevas
deste dia em diante.

Hori Bakusui

[Reino Unido] Alguns anarquistas libertam 41 patos de um celeiro

28 de março. Norte do Reino Unido.

Recebido anonimamente por e-mail:

“Com a lua como nossa cúmplice e determinados a participar de uma fuga da prisão, nos aproximamos de um celeiro e retiramos nossas ferramentas. Depois de cortar a tela, forçar a abertura de uma janela e escalar um buraco na parede, dezenas de milhares de patinhos nos saudaram com sons agudos.

Eles deviam ter três, talvez quatro dias de vida. Muitos, talvez os mais sortudos, já estavam mortos no chão. Com cuidado, pegamos quarenta aves e as colocamos em caixas, prontas para uma vida melhor, destinadas a se libertar. Escrevemos uma mensagem na parede para que a escória que lucra com a tortura e o assassinato de patos saiba que algumas pessoas estão dispostas a revidar. “Mais um”, alguém disse, então quarenta e um vieram conosco e fomos embora tendo feito dezenas de novos amigos.

Ao sairmos, pensamos em Jack e Ita, ambos libertados da prisão há pouco tempo, e pensamos em Ru, Tortu e Panda, que ainda estão presos em um buraco infernal no Chile.

Até que nos vejamos novamente, continuaremos lutando em seu nome.

Torne-se cúmplice de suas fugas da prisão, torne-se cúmplice da destruição de seus opressores, torne-se uma ferramenta para sua vingança.

Lute contra a máquina que nos devora a todos com a ganância do capitalismo.

Por um futuro de liberdade e solidariedade, um presente de fogo.

Alguns anarquistas.

Agir para recuperar nossa vida é já recuperá-la no terreno da luta, já se tornar o criador da própria existência, mesmo que em constante batalha com uma ordem monstruosa determinada a nos esmagar“. Bonanno.

agência de notícias anarquistas-ana

Em qualquer lugar
Onde se deixem as coisas
As sombras do outono.

Kyoshi

[São Paulo-SP] Ciclo de debates, 20/04: Espaços Anarquistas | Espaço Impróprio

A Biblioteca Terra Livre comemora, em 2024, seus 15 anos de existência. Será um ano de muitas iniciativas comemorativas e formativas.

Muitas pessoas antes de nós se associaram para criar e manter espaços de organização, luta e sociabilidade numa perspectiva libertária. Projetos em que de certa forma participamos ou que nos influenciou na construção de um acervo, um coletivo e uma sede que pudesse ser a materialização de um novo modo de relação social e política baseado na autogestão e na ação direta.

Para celebrar e relembrar todas essas iniciativas bem como refletir sobre suas práticas, conquistas e desafios, realizaremos o CICLO DE DEBATES: ESPACOS ANARQUISTAS. Ocorrerá no Centro de Cultura Social, o espaço libertário mais duradouro do Brasil, fundado há mais 90 anos.

Os primeiros encontros contarão a história de três espaços emblemáticos dos anos 2000/2010 através da exibição de documentários seguidos de conversa com alguns de seus membros.

Reserve as datas, sempre um sábado às 16h:

  • 20 de abril: Espaço Impróprio
  • 18 de maio: Ativismo ABC
  • 15 de junho: Casa Mafalda

No segundo semestre daremos continuidade ao Ciclo, pois há muita memória e luta na experiência de espaços como o próprio Centro de Cultura Social, o Instituto de Cultura e Ação Libertária, o Espaço Ay Carmela!, a Casa do M.A.R., o Espaço Germinal, a Comuna Goulai Pole, o Centro de Cultura Social Vila Dalva, a Biblioteca Carlo Aldegheri e muitos outros locais de luta e resistência anarquista que deixaram suas marcas nas lutas sociais em seus territórios de atuação.

agência de notícias anarquistas-ana

Ao fim da fogueira
Apenas cinco cachorros
Dormindo ao redor

Miyoko Namikata

Expansão global da JBS é marcada por concentração de renda e aumento da pobreza, conclui estudo

Por Mariana Costa | 10.04.2024

Com faturamento anual que supera o PIB de 20 estados brasileiros e histórico de empréstimos públicos, corporação tem executivos que ganham salários milionários enquanto operários recebem pouco mais que o mínimo.

Um alinhamento entre interesses públicos e privados fortaleceu a trajetória da JBS rumo ao posto de maior empresa de alimentos do mundo, em processo marcado por concentração de renda e agravamento da fome e da pobreza em cidades onde opera.

A conclusão é do relatório “Alimentando a Desigualdade: os custos ocultos do monopólio industrial da carne”, financiado pelo Tiny Beam Fund e escrito por Raisa Pina, pesquisadora visitante do King’s College London e do Centro Latino-Americano da Universidade de Oxford.

O estudo traça um retrospecto das políticas públicas e decisões governamentais, fundamentais para levar o pequeno açougue em Anápolis (GO) à liderança global no processamento de proteínas animais, apontando para a disparidade entre os resultados obtidos e os ganhos socioeconômicos.

Neste processo, o BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, teve um papel fundamental, graças a uma política de empréstimos a juros mais baixos que os do mercado. O banco hoje é detentor de 20,8% das ações da JBS, o segundo maior acionista após a própria família Batista, que até hoje exerce o controle da empresa.

Entre 2013 e 2023, a JBS teve um aumento de 303% em sua receita líquida, fez cerca de 40 aquisições de frigoríficos e outras empresas ao redor do mundo e o salário dos administradores subiu 2000%.

Neste mesmo período, em cidades como Lins (SP), onde a JBS opera seu maior frigorífico, os cadastros do Bolsa Família aumentaram 51%. Em Goiânia, esse crescimento foi ainda maior, de 162%. Apenas uma das 12 cidades analisadas não teve novos beneficiários em dez anos.

Nem a JBS, nem o BNDES responderam ao nosso pedido para comentar as conclusões do estudo até o fechamento do texto.

“Existe um paradoxo claro: o Brasil tem a maior empresa de alimentos do mundo e, ao mesmo tempo, vê a fome da população aumentar. Considerando os investimentos públicos e a participação do Estado na governança da empresa, esse paradoxo não pode ser naturalizado”, avalia Raisa, que teve a ideia da pesquisa a partir de uma vivência pessoal.

Assim como a JBS, a pesquisadora nasceu em Anápolis e ouvia relatos dos tempos em que Zé Mineiro (José Batista Mineiro, fundador da JBS) abatia cinco cabeças de gado em uma área que pertencia a sua família. “Em Goiás, é difícil crescer sem que a JBS seja assunto de conversa nos espaços mais diversos”, conta. “Quando a JBS se consolidou como uma campeã nacional, ainda na década de 2010, resultado de uma política do então governo federal, eu comecei a questionar o significado desse título e olhar para minha própria realidade e para a minha comunidade”.

Para chegar a essa conclusão, foram avaliadas três fontes principais de dados: documentos corporativos, registros governamentais e entrevistas. Relatórios anuais, atas de assembleias de acionistas, propostas da administração e mapas de votos serviram de base para mapear financiamentos, lucros, salários e disputas entre acionistas.

Em seguida, foi feito um levantamento dos salários de executivos, administradores e operários, e das solicitações do Bolsa Família ao longo de dez anos em 12 cidades onde a JBS mantém operações.

Empréstimos a juros baixos e portas abertas

Embora a indústria da carne fosse incentivada por meio de políticas públicas desde a década de 1990, foi nos anos 2000 que esse movimento do governo brasileiro ganhou escala. A autora faz um retrospecto da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), conhecida como a “política das campeãs nacionais”, vigente entre 2007 a 2013, para, então, analisar a década seguinte.

Na época, o objetivo era abrir novos mercados e inserir empresas brasileiras em um cenário global. Para colocar este plano em ação, o BNDES tornou-se um braço financeiro fundamental, apoiando aqueles setores preparados para a concorrência internacional.

Assim, a JBS se beneficiou de empréstimos vantajosos, com taxas de juros em torno de 8,5% ao ano; em contraste, as taxas de outras instituições financeiras variavam normalmente entre 14% e 22%, segundo a autora.

Em 2005, o BNDES forneceu metade do crédito necessário para a JBS adquirir a Swift Argentina, seu primeiro passo rumo à internacionalização dos negócios.

Este foi um precedente para apoios futuros, que permitiram inicialmente à empresa diversificar seu alcance geográfico e linha de produtos no Brasil. Essa expansão se estendeu a outros países da América do Sul e da Oceania e aos Estados Unidos.  Este apoio serviu como um sinal de confiança para os investidores globais. Com a ajuda do banco, a JBS não só se expandiu internacionalmente, mas também diversificou seus produtos além da carne bovina in natura.

“Além da carne, outros poucos setores também foram beneficiados, como energia, combustíveis e mineração, mas nenhum teve o êxito que a indústria da carne teve, de ver uma empresa se consolidando como líder global. A análise do estudo foca no período imediatamente após, para analisar as consequências dessa política considerando os impactos sociais”, explica Raisa.

O objetivo de um negócio familiar, um relacionamento permanente entre o Estado e a empresa, investimentos de outros países e interesses de grandes bancos internacionais formaram uma combinação de fatores que possibilitou a expansão da JBS, conclui a autora.

Crise é oportunidade

Em 2008, a crise que abalou os mercados globais e frigoríficos mundo afora já havia sido proveitosa para a empresa, em um movimento típico da dinâmica do capital em que muitos perdem e poucos ganham. Novamente com o apoio do BNDES, a JBS comprou grandes concorrentes nos EUA e a empresa brasileira Bertin.

Nos últimos dez anos, a JBS adquiriu 44 empresas, expandindo presença nos EUA, na Austrália, no Reino Unido e na União Europeia. A pandemia foi a oportunidade para ampliar essas aquisições na Espanha, Holanda e Itália.

O relatório também mostra o papel da diplomacia brasileira nas negociações internacionais, “abrindo portas nos círculos de empresários que antes estavam fechadas para a então relativamente desconhecida família Batista”.

Nos últimos 20 anos, a JBS obteve quase 25 bilhões de dólares de financiamentos a partir de um consórcio de instituições financeiras, incluindo o BNDES, mas também o Banco da China e o Royal Bank of Canada, entre outros.

A empresa tem hoje uma receita anual de R$ 370 bilhões e um faturamento anual que supera o PIB de 20 estados brasileiros.

Nos últimos dois anos, a empresa distribuiu aos acionistas mais de US$ 1 bilhão – metade deste valor foi para a família Batista, que tem mais de 49% das ações. O BNDES fica com 20% e o restante é distribuído entre os acionistas minoritários, de acordo com a porcentagem de ações.

Apesar das polêmicas, como a prisão dos irmãos Wesley e Joesley em um escândalo de corrupção, a presença da família Batista continua forte, com a próxima geração já posicionada em papéis-chave, relata o estudo.

Aproximadamente 70% dos lucros anuais da JBS são destinados a reservas corporativas, para futuras aquisições.

Salários de R$ 2 milhões

A JBS é responsável por 2,7% da geração de empregos formais no país. O relatório, no entanto, mostra o abismo entre a remuneração de executivos e administradores, em comparação ao rendimento médio dos trabalhadores.

Houve um aumento exponencial no salário dos executivos, especialmente após os escândalos de corrupção em 2017 e novamente após a pandemia de Covid-19. Esses reajustes aconteceram mesmo com a oposição da maioria dos acionistas, inclusive do BNDES.

Atualmente, segundo o relatório, cinco executivos ganham salário de R$ 2 milhões, enquanto nove conselheiros têm remuneração mensal de R$ 65 mil.

Enquanto isso, os cerca de 113 mil operários ganham, em média, pouco mais de um salário mínimo: R$ 1,7 mil. Um valor distante do salário mínimo real, medido pelo Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), atualmente estimado em R$ 6,2 mil.

“O Brasil é líder no setor de alimentos, mas isso não deve gerar orgulho na nação. Teremos orgulho no dia que o país zerar a fome. Enquanto governos e setor privado continuarem investindo neste sistema desigual, estaremos longe de sermos finalmente uma nação campeã”, conclui Raisa.

Fonte: https://ojoioeotrigo.com.br/2024/04/expansao-jbs-concentracao-pobreza/

agência de notícias anarquistas-ana

Passa um vagalume.
Quando vou dizer “Veja”,
Me encontro sozinho.

Taigi

[Espanha] Nasce o Ateneu Llibertari de Sabadell

A cidade recebe um novo espaço de cultura e reflexão, o Ateneu Llibertari de Sabadell (Ateneu Libertário de Sabadell), uma iniciativa que nasce com o objetivo de ser uma referência na divulgação e difusão da cultura libertária na cidade e na região.

Com grande satisfação, anunciamos o lançamento desse projeto, concebido como um espaço de encontro e debate para todos os interessados na reflexão crítica e na pluralidade de ideias.

O Ateneu Llibertari de Sabadell abrirá suas portas na Passatge Edgardo Ricetti, 18, em Sabadell, e celebrará sua inauguração no sábado, 20 de abril, às 12 horas, com um vermute aberto a todos os cidadãos.

Ele estará aberto aos domingos, sábados e sextas-feiras, das 18h às 21h, com uma ampla gama de atividades, incluindo apresentações de livros, palestras, exposições e outros eventos culturais.

O Ateneu Llibertari de Sabadell tem como objetivo ser um espaço para a vida cultural e social da cidade, abrindo novas oportunidades de diálogo e participação cidadã.

agência de notícias anarquistas-ana

mamãe passarinho chocando,
papai trouxe a comida
festa na copa das árvores

Akemi Yamamoto Amorim

[Grécia] Cartaz | Greve Geral quarta-feira, 17 de abril

O ESTADO E OS CHEFES ASSASSINAM E REPRIMEM A BASE SOCIAL

Pobreza e exploração \ Exclusão social \ Assassinatos no trabalho \ Repressão estatal

Não esquecemos – não toleramos os crimes estatais em Tempe

TUDO PARA TODOS! Saúde – Educação – Alimentação – Habitação

ORGANIZAÇÃO – SOLIDARIEDADE – RESISTÊNCIA

Pela Revolução Social!

GREVE GERAL QUARTA-FEIRA, 17 DE ABRIL

Atenas: Propileu, 11h00

Estaremos nos manifestando junto ao bloco da Assembleia Anarquista pela Emancipação Social e de Classe

Tessalônica: Kamara, 10h30

Estaremos nos manifestando junto ao bloco da Coalizão Libertária pela Organização de Classes na Base

Organização Política Anarquista – Federação de Coletividades

agência de notícias anarquistas-ana

Na tarde de neve
Passa, desaparecendo,
Um só guarda-chuva.

Yaha

Liberdade para o companheiro Francisco Solar!

Saúde, amor e anarquia para todos os companheiros e companheiras que estão enfrentando processos judiciais, fugas ou confinamento de seus corpos no Chile. Companheiros e companheiras do caso Susarón, Aldo e Lucas, Joaquín, Marcelo, Juan, Felipe, prisioneiros mapuches, Mónica e especialmente Francisco, que acaba de receber uma sentença de 86 anos de prisão. Sua sentença é um golpe para todos nós e é um chamado para nos organizarmos, para sermos fortes, para continuarmos a lutar contra esse sistema e todas as suas formas de autoridade.

ATÉ QUE TODOS SEJAMOS LIVRES, ATÉ QUE TODAS AS PRISÕES CAIAM.

 VIVA A ANARQUIA!

agência de notícias anarquistas-ana

No escuro da noite
O vaga-lume orienta
O andante perdido!

Delores Pires

[Grécia] Patras: Chamada à greve em 17 de abril

Escolha um lado… com organização e luta, a vida muda.

GREVE QUARTA-FEIRA, 17 DE ABRIL

CONCENTRAÇÃO 10h00 NO ANEXO E SAÍDA 10h30 DO CENTRO DE TRABALHO DE PATRAS

Contra a pobreza e a miséria, os despejos e os leilões de casas, a escalada da escravatura no local de trabalho e as centenas de assassinatos no local de trabalho, o terrorismo de Estado e a criminalização da luta, a mercantilização dos bens sociais e a privatização das infraestruturas.

Nada nos foi dado… tudo foi conquistado pela luta.

CONTRA O ESTADO E O CAPITAL

ORGANIZAR O CONTRA-ATAQUE DE CLASSE E A AUTODEFESA SOCIAL

A esperança está nas lutas sociais e de classes, na formação de frentes de luta e resistência em todos os locais de trabalho, em todas as faculdades e escolas, em todos os bairros.

Anarquistas

agência de notícias anarquistas-ana

noite gelada –
a criança ajeita o gato
nos pés descalços

Rosa Clement

[México] Liberdade para Mumia Abu-Jamal em seu 70º aniversário

Boa tarde compas! Ao nos aproximarmos do 70º aniversário de Mumia Abu-Jamal e dos 43 anos da sua prisão, enviamos este pôster revisado, graças à nossa designer Paola Avila.

Nós nos encontraremos em frente à Embaixada dos EUA na Cidade do México no sábado, 20 de abril, às 14h, com o MC Armando Gomez Martin para a leitura de nossa Declaração, seguida de uma Rodada até o Café Zapata Vive para um Evento Cultural.

Para participar da Rodada com faixas, entre em contato com nossos companheiros Aurelio no FB Resistol Orgánico e Claudio no FB Clos’n Roses.

Faltam 6 dias para celebrarmos a vida de Mumia aqui no México, e esperamos que cada um de vocês levante sua voz pela liberdade dele.

LIBERDADE PARA MUMIA ABU-JAMAL!

LIBERDADE AOS PRISIONEIROS POLÍTICOS!

ABAIXO OS MUROS DAS PRISÕES!

Fonte: https://radiozapote.org/libertad-para-mumia-abu-jamal-en-su-cumpleanos-70/

Conteúdos relacionados:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/04/15/eua-mumia-faz-70-anos-aniversario-da-resistencia/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/04/11/suica-berna-manifestacao-em-frente-a-embaixada-dos-eua-mumia-livre-ja/  

agência de notícias anarquistas-ana

O ar a tremular —
A cada golpe da enxada
O cheiro da terra.

Rankô

Você sabia que a polícia que mais mata no Brasil é da Bahia, onde o PT está há mais de 16 anos no poder?

Você sabia que, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, a polícia que mais mata no Brasil é da Bahia, onde o PT (Partido dos Trabalhadores) está há mais de 16 anos no poder?

Pois é…

Seja governo de esquerda, ou de direita, a coerção é a regra!

A POLÍCIA humilha, vigia, persegue, reprime, aterroriza, prende, MATA!!!

Sempre contra o Estado e o militarismo!

Vamos viver sem polícia. AUTO-ORGANIZAÇÃO!

agência de notícias anarquistas-ana

Uma flor que cai –
Ao vê-la tornar ao galho,
Uma borboleta!

Arakida Moritake

Black Book Distro, uma biblioteca anarquista livre no Nepal

Namastê, meu nome é Anuj Chudel e sou um dos fundadores da Black Book Distro, uma biblioteca anarquista comunitária no Nepal. Trata-se de um pequeno espaço aberto localizado no centro de Katmandu, em que todos são bem-vindos seguindo diretrizes simples de respeito, cooperação e ajuda mútua. Ela fica aberta diariamente e se tornou um ponto de encontro e um importante espaço coletivo seguro para jovens nepaleses que buscam ideias e entendimentos alternativos do mundo. A biblioteca tem uma pequena coleção de livros anarquistas/de esquerda e oferece um espaço único no Nepal, onde as bibliotecas e o acesso a esse tipo de material são raros. A Black Book Distro se concentra em ideias anarquistas por meio de ações, oficinas, documentários, grupos de discussão, venda de produtos e, o que é mais importante, amizade por meio de experiências compartilhadas.

Iniciamos esse projeto em 2021 como um espaço compartilhado para as pessoas aprenderem sobre as ideias anarquistas no Nepal. Desde então, por meio da biblioteca, bem como de vários eventos e oficinas, trabalhamos com muitos indivíduos e grupos diferentes. Nossos objetivos são simples: disseminar as ideias anarquistas e ajudar as pessoas a entender seus fundamentos. Assim, a noção de uma sociedade sem capitalismo e hierarquia um dia parecerá mais realista do que é agora.

Não temos um fluxo regular de financiamento, portanto, estamos solicitando apoio para ajudar a pagar as operações básicas do espaço e manter a Black Book Distro aberta, gratuita e acessível a todos. Somos um coletivo anarquista de base, portanto, não há melhor maneira de obter apoio do que por meio da comunidade. Obrigado por sua doação, qualquer quantia será muito importante.

Instagram: @black_book_distro

>> Site para apoio: https://www.gofundme.com/f/black-book-distro-anarchist-library-in-nepal

Tradução > anarcademia

agência de notícias anarquistas-ana

O vento de outono
Atravessando a campina –
Rostos de pessoas.

Uejima Onitsura

[Espanha] Contra sua impunidade, autodefesa

Secretário Geral da CNT | Ilustração de Raulowsky | Extraído do CNT nº 435

Nós das organizações sociais estamos sendo objeto de infiltrações por parte dos corpos policiais do Estado. Não é uma novidade, foi assim sempre e seguirá sendo até que acabemos com todos os corpos repressivos. O Estado se excedeu ao aplicar uma lei que só se permite quando se trata de delinquência organizada, não duvidou em violar os direitos humanos das vítimas com as quais o infiltrado teve relações.

Não há desculpas para aplicar essa lei, começando porque são organizações abertas, não clandestinas e costumam anunciar cada reunião ou cada ato que realizam publicamente. O Estado as tem tratado como à máfia. Onde ficaram seus direitos à integridade moral e seus direitos políticos? Estes enganos e manipulações são agressões que podem ter consequências psicológicas, mas os policiais infiltrados escaparam sem problemas, com sua integridade bem protegida, isso sim.

Vendem-nos a ideia de que a polícia é o corpo encarregado de velar pela segurança da cidadania e nos convencem de sua necessidade, nos vendem que se saímos de férias podemos encontrar nossa casa ocupada e sentimos a necessidade de pagar por um sistema de segurança, mas sabemos que sua única função é a de vigiar.

Vigiar se saímos do curral. Organizar-se põe em perigo sua estrutura de poder e tratam de evitá-lo com todos os meios a seu alcance. Contando com um sistema judicial nos impõem leis, inclusive com um discurso paternalista, é para defender nossos direitos, dizem. Mas cada vez que vemos reconhecidos alguns direitos em suas leis, não só são condicionados e limitados mas que nos negam veladamente reclamar os que nos faltam porque não estão dentro de seu marco legal. Sua Lei não significa justiça. Sua Lei resgata Bancos e tira famílias de suas casas. Sua Lei defende empresários exploradores e condena trabalhadoras a penas de cárcere por organizar-se, como a nossas companheiras da CNT Xixón.

Espiões, montagens policiais, leis mordaça que já penalizam até protestos pacíficos. Querem-nos com medo. Para acabar com este sistema criminoso, autodefesa, não deixemos isto em suas mãos, só o povo salva o povo, o resto são migalhas com um alto custo.

Assim, o Estado com suas leis, juízes e polícias acorrentam nossas vidas para servir a um sistema injusto que nos quer caladinhas. Apertam-nos até asfixiar-nos mas antes do sufoco insuflam ajudinhas para que fiquemos agradecidas. Como diz a Igreja, deus aperta mas não afoga; e depois todos agradecidos de seguir respirando e esquecermos quem segue nos apertando.

Não, todos não o vemos assim. Fora estados, leis, mercenários e religiões. Em pé nossos valores anarquistas. Apoio mútuo, autogestão, divisão da riqueza. Fora as fronteiras, abaixo a cultura da repressão.

Estes são nossos valores, não há melhor aspiração que a liberdade para todas.

cnt.es

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Vento nas árvores
As bolhas de sabão
Foram com as folhas.

Estrela Ruiz Leminski

[Grécia] Anarquistas reivindicam a responsabilidade por um ataque incendiário a ônibus escolares em Zografou

Anarquistas reivindicaram a responsabilidade por um ataque incendiário no distrito de Zografou, no centro de Atenas, que destruiu vários veículos, incluindo cinco ônibus escolares particulares, em 14 de março.

Em uma declaração publicada no site do Athens Indymedia no final do domingo, o grupo, que não se identificou, afirmou que o vandalismo foi uma retaliação às recentes operações policiais que visavam retirar os ocupantes dos dormitórios do Campus Universitário em Zografou e encerrar uma ocupação semelhante na Universidade Aristóteles de Tessalônica.

Na declaração, o grupo lançou um ataque ao sistema de educação formal, tanto privado quanto público, afirmando que objetivo deste é “domesticar [e] civilizar indivíduos por meio da instilação dos valores e princípios do sistema de dominação, produzindo assim escravos disciplinados [e] súditos leais”.

“A escola contribui para a construção de uma sociedade desencantada, composta de cidadãos dóceis e facilmente manipuláveis que se resignam à sua vida decadente”, afirmaram.

“Toda escola, universidade e instituição educacional, em geral, deve ser reduzida a cinzas.”

Nenhuma prisão foi feita em relação ao incidente.

Fonte: https://www.ekathimerini.com/news/1235262/anarchists-claim-responsibility-for-arson-attack-on-school-buses-in-zografou/

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

chegado para ver as flores,
sobre elas dormirei
sem sentir o tempo

Buson